Plano Hídrico para a região começou a ser elaborado mas pode não ser para já

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Ter, 16/05/2023 - 15:32


O secretário de Estado do Ambiente e o secretário de Estado da Agricultura reuniram em Alfândega da Fé, esta segunda-feira, com os autarcas da região para a elaboração de Plano Regional de Eficiência Hídrica para Trás-os-Montes e Alto Douro, um ano depois da seca que se viveu no Verão passado e já com a região em situação de seca moderada

Hugo Pires, secretário de Estado do Ambiente, começou por frisar que “hoje temos mais água do que tínhamos o ano passado”, mas “há menos água que há 30 anos” e, por isso, é preciso “perspectivar como conciliamos todos os usos da água, para que tenhamos uma região que possa gerar riqueza e criar emprego”. “Não temos nenhum abastecimento de água este ano em Trás-os-Montes”, afirÂngela Pais mou. O plano consistirá na criação de regadio, novas charcas, agregação de sistemas para abastecimento de população, mas também no uso correcto da água tratada. O secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues, adiantou que estão acompanhar a situação de seca da região, mas são precisos pelo menos “dois meses de seca contínua regional”, para que seja criado um decreto-lei que permita atribuição de apoios aos agricultores da região. “A seca já deixou de ser um problema conjuntural para ser um problema estrutural. Estamos a desenvolver os esforços necessários para podermos ter ferramentas e armas ao nosso dispor para abastecer as populações e também garantir o abastecimento da agricultura”, frisou. O presidente da Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes, que abrange os concelhos de Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro, Miranda do Douro, Mirandela, Vimioso, Vinhais e Vila Flor, pede mais celeridade nos processos de regadio. “Infelizmente as coisas demoram imenso tempo. O regadio que quero implementar no meu concelho, que está agora em fase de estudo de impacte ambiental, foi pensado há 15 anos, ou porque não há financiamento, ou porque o licenciamento é difícil e o que apelamos hoje ao Governo é que haja mecanismos mais ágeis de poder licenciar estes investimentos para que eles possam estar à disposição as populações o mais rapidamente possível. Perante um problema grave e agudo temos que responder imediatamente e não esperar tempos e tempos porque as pessoas desacreditam e muitas vezes acabam por abandonar alguns investimentos que tinham previsto em função da realidade que lhes foi prometida”, sublinhou Jorge Fidalgo, também presidente da Câmara Municipal de Vimioso. Também presente na reunião esteve o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Pimenta Machado, que apresentou o plano hídrico e que adiantou que nesta altura, o ano passado, estávamos “aflitos”, mas este ano estamos “melhor”, graças às chuvas de Dezembro e Janeiro. Uma das medidas da APA de mitigação dos efeitos da seca é a entrega da camiões- -cisterna aos municípios para ajudar no abastecimento das aldeias. Esta segunda-feira, o município de Alfândega da Fé já atribuiu a viatura aos Bombeiros Voluntários da vila, que custou 65 mil euros.

Jornalista: 
Ângela Pais