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Calor e relvado irregular dificultaram a tarefa dos brigantinos

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Qua, 10/08/2016 - 09:00


A jogar num relvado bastante irregular e com muito calor, o Bragança ainda esteve em vantagem com um golo apontado pelo extremo Danilo, que já tem quatro na conta pessoal em três jogos da pré-época, mas os forasteiros conseguiram igualar e chegar à vitória.

Nacional de Trial 4x4 fez subir a adrenalina em Bragança

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Qua, 10/08/2016 - 08:57


Bragança estreou-se em provas do Campeonato Nacional de Trial 4x4. A pista, bastante técnica, montada a dois quilómetros da cidade, em São Pedro dos Serracenos contou co 30 equipas, cinco das quais do distrito de Bragança. O calor não facilitou a tarefa aos pilotos.

Vendavais - Para onde estás a olhar?

A subjetividade das coisas está sempre no modo como as vemos e como as interpretamos e como nem todos as vemos e interpretamos da mesma forma, tudo acaba por ser subjectivo. Mas há sempre maior ou menor subjetividade sobre o que se nos depara no dia-a-dia das nossas vidas.

Ultimamente temos estado em contacto com acontecimentos demasiado negativos. Um rol de desastres imenso tem-nos sido brindado neste mês de agosto, trazendo a terreiro um peso demasiado negativo num tempo em que todos nos deveríamos libertar por algumas semanas, dessas preocupações sempre tão presentes ao longo do ano. Mas não.

Quando os ministros estão de férias e numa época em que pensamos que nada nos vai incomodar vindo dos lados do governo, eis que nos bate à porta uma alteração do IMI. Alteração de uma subjectividade tão grande que ameaça o ridículo e a incompetência de quem quer ser mais esperto do que o mais comum dos mortais. E porquê? Pela simples razão de que esta alteração se prende com as vistas que se tem de nossas casas. Pasmem! Se da minha janela vejo um lameiro, coisa sem importância, pago menos IMI, mas se vejo uma avenida movimentada onde proliferam as lojas de marca, então pago mais IMI. Pois bem, e quem é que disse que eu gosto de ver a avenida cheia de lojas e de barulho quando vou à minha janela? E quem lhes disse que eu não prefiro ver o lameiro onde pululam as cegonhas e os rebanhos ocasionais que por lá vão em busca de alimento? Quanta subjetividade! É claro que este tipo de análise já estava comtemplado na anterior legislação, mas tinha somente um peso de 5% no valor do IMI. Agora agravou-se 15%, passando para 20% do imposto, mas com a alteração mais acentuada das vistas que se têm e da localização do prédio onde se mora. Pois é, diz-me para onde está a olhar e eu dir-te-ei quanto vais pagar de IMI!! Francamente!

Mas o negativismo deste dia-a-dia não fica por aqui. Não vale a pena referir o desastre que atingiu 423 automóveis no festival de Castelo de Vide. Inacreditável! Mas o caso é que nenhum deles era certamente de algum amigo de Sócrates, pois se assim fosse, poderia ter sido oferecido pelo Grupo Lena, como se vem dizendo na comunicação social.

E para não fugir ao tema, fomos abalroados pela informação de que a Galp andou a oferecer passagens a secretários de estado para irem ao futebol! E eles aceitaram! Mas quando a comunicação social levantou a lebre, não se atrasaram a dizer que iam devolver o dinheiro das passagens. Levantou-se o problema da legalidade e da legislação e sua interpretação e a necessidade de dar um jeito aos decretos de modo a que não houvesse segundas interpretações. Pois claro, era só o que faltava. Mas o azar não acaba aqui. É que enquanto uns foram ao Euro ver jogar a seleção, outros foram aos olímpicos e … foram assaltados. Azar dos Távoras. Alguém disse aos brasileiros que o ministro da Educação andava de bolsos cheios, mesmo na praia de Copacabana e eles acreditaram.

Felizmente nem tudo tem sido negativo ou mesmo subjetivo. Há coisas que sorriem aos portugueses no meio de tanta adversidade. A Volta a Portugal foi ganha por um português. Rui Vinhas conseguiu escrever essa proeza nos anais da História recente, coisa que já não acontecia há muitos anos. Mourinho, um português dos maiores, ganhou a supertaça inglesa ao serviço do Manchester United. Foi entrar e vencer. Nos jogos olímpicos, a seleção nacional de futebol, soma e segue. Depois de ganhar à Argentina, ganhou agora às Honduras. Que contente está o treinador Rui Jorge. Valha-nos o desporto. Por acaso o desporto não paga IMI.

Se assim fosse, não chegaria aos nossos campeões o que ganham para pagar ao Estado as vistas que vão tendo dos locais onde vão abrindo as janelas das suas habitações ou das bicicletas que os levaram a ver a Meta do final da Volta. 

 

Porta de Ferro

Foi numa terça feira, já em pleno mês de agosto. Em época de férias para muitos de nós, mais um dia de Verão igual a tantos outros, intramuros de um estabelecimento prisional. Bem no coração da cidade de Bragança, onde tantas vezes passei para ir à Zona Agrária localizada mesmo em frente, um edifício semelhante a outros tantos espalhados pelas nossas cidades. A diferença reside em grades nas janelas e muros altos. Um jardim e hortas bem tratadas. O portão abriu-se e logo à entrada um guarda prisional a controlar as visitas. Cá fora o Senhor Diretor e o Senhor Adjunto aguardavam a minha chegada. À hora combinada, entrei. Lá dentro, mas ainda fora de portas, decorria a vida normal e as tarefas a realizar por alguns que, apesar de detidos, trabalham no exterior. Na semana seguinte iniciava-se um curso de operador agrícola, justificando o trator estacionado no parque.

Era a primeira vez que entrava num estabelecimento prisional, julgando eu ser um ambiente completamente desconhecido. Enganei-me redondamente. A familiaridade de trato e o reconhecimento de algumas caras, umas conhecidas outras amigas de escola, resultaram em reflexões sobre as voltas da vida e despertaram o interesse, já antigo, sobre o funcionamento do sistema prisional em particular do nosso distrito. Um conhecimento que devemos aprofundar e estudar causas e motivações da elevada frequência de reincidências.

O meu colega Zé reconheceu-me logo. Eu também. Já não o via há longos anos, mas as feições mantêm-se, apesar da dureza da vida. O olhar, o sorriso e a voz eram-me familiares. Gostei de o ver. Falámos dos amigos em comum, das vidas de todos e do período de festas na nossa Terra. A vida levou-o ao mundo das drogas e desde aí têm sido muitos os anos que permanece neste lugar. Um rapaz muito talentoso que não soube tratar de si, nem dos seus. Nasceu e cresceu num bom ambiente familiar e talvez tenha tido o azar de encontrar caminhos demasiado tortuosos que não teve forças para abandonar.

Lá dentro, depois da porta em ferro, um espaço, tal e qual como o conhecemos pela televisão. Em baixo, celas contínuas e um varandim superior com a mesma disposição. Um espaço exterior, com muros altos, a que chamam recreio. Sabiam da minha visita e aproximavam-se para cumprimentar. Sempre, sempre educados e com boa relação com guardas e direção. Muitos questionavam-me sobre as festas, a noite dos bombos, ficando a promessa de que sairiam logo que lhes fosse autorizado e não voltariam a entrar neste lugar. Um sítio que merece ser qualificado, mas que mantém um ar limpo e arranjado. Têm espaços de dormir exíguos e áreas comuns apertadas. Ninguém pensaria poder ser nenhum hotel, mas concordo ter que haver condições de higiene e salubridade.

Hoje, este drama afeta muitas famílias. Não escolhe estratos sociais, género ou idade. A criminalidade pode entrar pela porta dentro sem que para tal haja necessariamente responsáveis diretos.

Hoje, eles. Amanhã, outros. As grades permanecerão e os muros são altos, como gigantes são os medos sentidos dentro e fora da porta de ferro.