Ter, 01/03/2022 - 14:22
O corpo de bombeiros de Izeda, em Bragança, está com falta de recursos humanos. A confirmação foi deixada pelo próprio comandante, Óscar Esménio, a par da assinatura de protocolos de cooperação institucional entre o município de Bragança e as Associações Humanitárias dos Bombeiros Voluntários de Bragança e de Izeda. A corporação tem, hoje em dia, no total, 30 elementos. Cerca de 20 são profissionais e apenas os restantes dez são voluntários. Números preocupantes, sobretudo a nível de voluntariado, para o comandante, que diz que nos últimos tempos se perderam metade dos elementos. “Nós tivemos uma sangria de elementos muito elevada. Estamos a falar de 50% de pessoas que, de há dez anos para cá, simplesmente desapareceu. O pessoal que tínhamos formado, entre os 25 e os 30 anos, emigraram, foram à procura de emprego. Agora já estão de uma forma confortável nos países que os acolheram e faziam-nos falta, mas temos que resolver de outra forma”, explicou Óscar Esménio. Segundo o comandante, a falta de voluntários começa a notar-se em Izeda e em muitas outras corporações do distrito. A forma de resolver passaria, considera, pela a profissionalização, a breve prazo. “Não sei bem mas o começo da profissionalização será com a constituição de EIP’s (Equipas de Intervenção Permanente)”, vincou o comandante. Mais de meio milhão de euros é o valor global do apoio atribuído pelo município de Bragança às Associações Humanitárias dos Bombeiros Voluntários de Bragança e de Izeda, protocolos assinados ontem, segunda-feira. Acordos que representam, para o ano de 2022, o montante global de 354 euros, a que se somam 146 para o pagamento relativo ao funcionamento e manutenção das EIP’s. Um apoio que Óscar Esménio considerou importante. “Se não fosse este apoio por parte da câmara não conseguiríamos responder ao que temos vindo a responder, ainda assim, os homens são sempre poucos e o valor a pagar-lhes nunca é demais”, assumiu o comandante da corporação que recebeu, no total, mais de 134 mil euros. Os bombeiros de Bragança receberam mais de 366 mil euros. Verba “essencial para as pessoas de Bragança, que é para elas que é atribuída”, vincou o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Bragança. José Fernandes também comentou a questão levantada por Óscar Esménio, a falta de voluntários. “Já tivemos mais (voluntários), mas, neste momento, temos uma escola com 15 elementos. Vamos ver quantos ficam até ao fim. Eles começam com 15 ou 16 anos e depois vão estudar para fora e, além disso, muitos deles, depois não têm trabalho cá e acabam por ir embora”, assumiu o presidente. No ano passado, no total, os protocolos representaram 430 mil euros. Há, por isso, um aumento de valores. Valores esses que, segundo o presidente da câmara, “são variáveis” consoante as “necessidades”. “Este ano, como assumimos mais uma componente, ao nível da protecção civil, no que tem a ver com o funcionamento de outra EIP, obviamente que acresceram mais cerca de 37 mil euros”, justificou Hernâni Dias.