Alunos da Miguel Torga vão ao encontro do património de bicicleta

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Ter, 16/11/2021 - 15:06


Iniciativa do agrupamento leva alunos para a rua para lições a partir de pontos de interesse de Bragança.

O Agrupamento de Escola Miguel Torga levou as aulas para a rua, no passado dia 12. Cerca de 60 alunos do 9.º ano pedalaram até vários pontos da cidade de Bragança para aprenderem através do património local.

A iniciativa “Ao património de Bike” foi desenvolvida pela segunda vez no âmbito do Plano Nacional das Artes a que o Agrupamento Miguel Torga aderiu, escolhendo como tema: Artes de Crescer. 
Os estudantes mostraram-se entusiasmados por poderem ter uma experiência diferente fora da sala de aula. Para Mariana Alves esta foi uma “iniciativa divertida” ao mesmo tempo que aprende mais sobre a cidade, mas também matéria curricular de várias disciplinas. “E, além disso, estamos na rua, e com a covid não conseguimos sair muito, por isso é uma iniciativa muito boa”, afirma. Quanto ao formato das aulas, achou “divertido” e aprendeu coisas novas, nomeadamente sobre geometria nos azulejos da Igreja da Misericórdia. “Há coisas por que passo e não reparo muito, mesmo sendo a minha cidade”, sublinhou.
Também Duarte Sousa acha bem poder aprender fora da escola. “Não temos a aula tradicional e podemos aprender mais um pouco, sem nos aborrecermos e sem nos distrairmos”, afirma. Aumentar a relação com os colegas e os professores fora da sala de aula é outra das vantagens que identifica. “Também ficamos a saber que a maioria das coisas de que falamos nas aulas se pode encontrar em quase toda a cidade e nós nem sabemos”, afirma. André Freixo admite que algumas das disciplinas não são as suas favoritas, mas reconhece que este formato é interessante e até gostou da experiência, já que aprendeu algumas coisas novas “de maneira diferente”, até porque andam de bicicleta. O aluno do 9.º ano afirma ainda que havia coisas na cidade em que não tinha reparado. “Eu cheguei a Bragança há mais ou menos três anos, não sabia muita coisa daqui e assim também conheço algumas coisas”, refere.
A directora do agrupamento, Fátima Fernandes, explica que o objectivo é aliar a vertente artística, ao património e exercício físico, para “que vissem a cidade e concelho de maneira diferente, que viessem verificar, in loco, o património que temos”, conjugando isso com “alguma vontade de fazer exercício e passear pela cidade”. “O mais interessante é que eles reconhecem o património da cidade, muitos dos alunos dizem-nos que nunca passaram pelos sítios que estão a passar agora ‘com olhos de ver’”, sublinha. A rotunda dos burros, a igreja da Misericórdia ou o mosteiro de Castro de Avelãs foram algumas dos pontos de passagem dos alunos e professores e cada paragem era o mote para uma aula. “Nestes momentos, os professores chamam a atenção para alguns pontos importantes, sejam de matemática, história, biologia, língua estrangeira ou português, e os alunos conseguem adquirir outras competências que provavelmente só na sala de aulas não conseguiriam”, afirmou.
Nos próximos tempos, pelo menos uma vez por mês, os alunos do agrupamento vão voltar a sair de bicicleta ao encontro do património de Bragança, para aulas ao ar livre.
Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro