Ter, 15/02/2022 - 12:25
Em Bragança, os empresários admitem que, este ano, a procura não foi a mesma que nos anos anteriores. Aqueles que ainda vão mantendo a procura são os restaurantes e as floristas, visto que o jantar romântico e as flores continuam a ser um clássico. No restaurante Rosina, em Bragança, a data obrigava a uma ementa diferente. As reservas rapidamente foram todas preenchidas, quer apenas por casais, quer por famílias. “Estou bastante contente, porque há dois anos ainda não tinha entrado a pandemia, o ano passado estávamos fechados porque estávamos em isolamento e nem trabalhei em take-away, este ano sinto- -me um bocadinho mais animada, apesar de estarmos na situação que estamos, ainda não está tudo a funcionar a 100%, mas temos que começar a encorajar-nos uns aos outros”, referiu a proprietária. Apesar de optimista, Rosa Pires reconhece que as pessoas ainda têm receio de sair de casa e ir ao restaurante, não só com medo de ficarem infectadas, mas também devido ao factor económico. “As pessoas têm receio de gastar, porque têm medo de tempos como os que tivemos anteriormente”, afirmou. E já a pensar naqueles que preferem ficar em casa a comemorar, o restaurante decidiu que o menu também estaria disponível para take-away. “Não é obrigatório vir ao restaurante, se tem vontade de festejar e de o fazer em segurança, propomos também o mesmo menu”, disse. O ramo de flores parece que ainda não saiu da moda, neste dia. A rosa vermelha continua a ser a mais procurada e arranjos simples não são para o Dia de São Valentim. “Costumam pedir a rosa vermelha, sem dúvida o clássico. Nestas situações preferem coisas mais elaboradas”, frisou Elisabete Trigo, proprietária da florista Jardim D’Eli, também em Bragança, salientando que a tradição ainda se mantém. Mas enganam-se aqueles que pensam que são apenas os homens a oferecer flores. “Há até senhoras compram flores. As senhoras também pedem rosas vermelhas para oferecer ao marido”, contou a empresária. No entanto, também as floristas sentiram que este ano as encomendas não são tantas como nos anos anteriores. Apesar de muitos se terem guardado para o próprio dia para comprar o ramo de flores, as vendas já não são as que eram. “Noto uma diferença muito grande em relação ao ano passado. As pessoas também preferem vir à última da hora e comprar”, disse Elisabete Trigo. Ainda assim, este dia continua a ter impacto no negócio, visto que é “um dia do ano que se trabalha bem” e que têm “mais volume de trabalho do que nos outros dias”. Há quem prefira arriscar e opte por oferecer um perfume. Na perfumaria “Clone”, também na capital de distrito, já começaram a ser feitas algumas compras. Segundo a proprietária, Sandrina Santos, têm sido mais os senhores a procurar a loja e parecem saber o que querem. “As pessoas compram mais perfumes. Têm sido mais homens a comprar e sabem o querem, até agora ainda nenhum pediu ajuda, sabem perfeitamente o que querem”, disse. Porém, o ano passado as vendas foram melhores. “A semana passada começaram um pouquinho as vendas, mas pouco em relação ao ano passado. Vê-se pouco movimento, poucas compras para o dia dos namorados”, destacou. Quanto às jóias, parece que deixaram de ser opção. Pelo menos, em Bragança, na Ourivesaria Martins, vendas para o Dia dos Namorados não houve. Jorge Moreira, proprietário do estabelecimento, disse que o significado se tem vindo a perder nos últimos anos. “Antigamente o dia dos namorados tinha um significado. Nós vendíamos muita coisa, há quatro ou cinco anos até hoje começou a decair. Posso dizer que até hoje ainda não vendi nenhuma peça com esse significado”, afirmou. Reconhece que jantar fora é agora uma preferência para muitos nesta data festiva. “Hoje é mais fácil convidar para ir ao restaurante, ou dar uma flor, antigamente não, era uma peça que tinha um significado. As pessoas vinham aqui e queriam uma peça para o namorado ou namorada e tinha um valor próprio”, frisou, acrescentando que o Dia dos Namorados já foi bom para o negócio noutros tempos, quando até vendia peças “específicas para os namorados”.