Discotecas e bares de Bragança aguardam melhores dias

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Ter, 04/08/2020 - 17:54


As discotecas e os bares já podem abrir até à uma da manhã, mas com regras de cafés e pastelarias.

As pistas de danças continuam a estar fechadas. Se uns já se tinham adaptado a essa forma de manter o negócio aberto, para outros é impossível. O bar de Virgílio Afonso, em Bragança, tem esplanada o que permitiu que o negócio voltasse ao activo depois da pandemia. Apesar de haver música ambiente, a pista de dança não tem luzes e o DJ foi substituído por uma playlist automática. “Mudar” o conceito de bar para café foi a alternativa encontrada pelo proprietário para garantir alguma receita. “Não podemos dizer que está a correr muito bem pois, devido à situação, as pessoas ainda têm algum medo, mas a partir de sexta-feira notei que as pessoas já estavam mais soltas e que querem sair e ouvir música”, disse Virgílio Afonso, relatando que numa noite fazia cerca de 500 euros e agora faz apenas 100. Desde 17 de Maio abriu o bar. No interior as mesas duplicaram, mas as pessoas preferem sempre ir para a esplanada com receio do vírus. Apesar de considerar que ainda é cedo para abrir a pista de dança, defende que deveriam ser dadas mais facilidades às empresas do sector. “Abrir a pista para já não, a partir de Setembro vamos ver como a situação fica, mas de momento as pessoas também não querem dançar, querem beber um copo tranquilas e querem-se divertir”, contou. Virgílio tem três funcionários, dois ainda estão em Lay-off. Telmo Garcia é proprietário de três discotecas em Bragança e considera que a nova legislação é “ridícula”. “Quando se desvirtua completamente o conceito para o qual os espaços foram criados nem vale pensar muito nisso, porque não faz qualquer sentido”, começou por dizer, sublinhando que vai manter os espaços fechados. Frisou que o sector está a passar por muitas dificuldades e que precisa de apoios do Governo. Tem os estabelecimentos fechados há cerca de cinco meses e os prejuízos já são elevados. “O Lay off só não chega, os senhorios por mais boa vontade que tenham essa também acaba e as rendas é preciso pagá-las, a componente dos salários, a segurança social, uma série de despesas que nunca mais acabam. Por melhor gestor que se seja, por mais avantajado financeiramente que se seja ninguém consegue resistir a isso”, destacou. Porém, Telmo Garcia realçou que terminar com o negócio está fora de questão. Quanto à reabertura das discotecas, considera que não é a melhor opção, por enquanto. “Por mais vontade que tivéssemos de estar a trabalhar, penso que seria arriscado fazê-lo”, referiu, acrescentando que “não está a ver as discotecas a abrir” enquanto não surgir a vacina.

Jornalista: 
Ângela Pais