Ter, 15/02/2022 - 12:07
A lista começa por apontar a exclusão, de forma “ilegítima”, da sua candidatura e sem qualquer fundamento, pela comissão de avaliação, que tem a seu cargo a avaliação de adequação das candidaturas ao ato eleitoral. Critica ainda a lista da actual administração, que diz não reunir os requisitos de idoneidade, competência e experiência. “Foi fácil a eles próprios, dominando o processo internamente, excluir de forma ilegítima e não fundamentada esta lista. Pedimos e solicitamos que o relatório comparativo da avaliação dos membros das listas fosse apresentado de forma escrita e não existe. Actuámos, contestando no órgão legítimo, que é a própria mesa da Assembleia que manifesta não ter competência apara analisar as nossas reclamações. Perante esta situação esta lista viu-se forçada a ter que recorrer ao Tribunal através de uma providência cautelar”, explicou Jorge Nunes, um dos representantes da candidatura. Nuno Paulo de Oliveira, outro representante, também não poupou críticas à lista da actual administração, visto que está envolvida no processo Miríade. “Não podemos esquecer que a única lista admitida por esta administração ao processo eleitoral é constituída pela própria administração, ela própria investigada no processo Miríade, que tem a ver com o comércio de diamantes ilegais e branqueamento de capitais”, frisou. No entanto, mesmo depois das providência cautelar, que fazia travar as eleições, o acto aconteceu na mesma, na passada quinta- -feira, no NERBA, em Bragança. Esta num dos pontos da ordem do dia da Assembleia Geral. Segundo o advogado da lista alternativa, foi violada a disposição legal, visto que a “lei diz que desde que sejam citadas a sociedade e as pessoas contra quem foi requerida a providência, a sociedade não pode dar execução a essas deliberações”. Assim, Carlos Moura Alves defende que as eleições têm que ser anuladas. “É mais um acto ilícito e ilegal nesta administração e que não nos surpreende, mas que tem as suas consequências, desde logo a nulidade daquilo que foi deito ontem”, afirmou. O mandatário da candidatura, Mário Abreu Lima, disse não ter ficado surpreendido com o avanço das eleições. “Não nos surpreendeu a realização. É mais um acto irregular entre muitos que foram praticados no desenvolvimento das eleições e, por isso mesmo, mereceu a nossa impugnação. Vamos ficar à espera da decisão do tribunal e aquilo que decidir teremos que acatar”, referiu. Esta candidatura, subscrita por 883 associados, pretende que o processo eleitoral da Caixa de Crédito Agrícola do Alto Douro volte à estaca zero para que seja possível a apresentação de listas e programas, acabando com a prática de lista única.