Ex-autarca e empresário de Vinhais negam factos imputados no processo da compra de terrenos do seminário

PUB.

Qua, 23/03/2022 - 10:26


Perante as acusações de corrupção activa, participação económica em negócio e prevaricação no negócio relacionado com a venda de terrenos do seminário de Vinhais, o antigo autarca nega que alguma vez tenha combinado com os outros dois arguidos ou com qualquer outra pessoa, que a câmara adquirisse os terrenos para os beneficiar. 
Américo Pereira nega ainda ter feito qualquer acordo, ou ter recebido qualquer vantagem neste negócio.

Numa resposta por escrito, o antigo presidente da câmara afirma que “a câmara comprou os terrenos ao Seminário de acordo com as avaliações feitas na altura por pessoa credenciada” e que tudo foi “aprovado em reunião de câmara”. O advogado garante que sempre agiu preocupado com o interesse do município, bem como os vereadores.

“Os terrenos foram comprados por 5 vezes conforme as necessidades da câmara e andamento dos projectos, sendo que o último foi comprado à empresa Tec Vinhais, porque esta o tinha comprado ao seminário sem o conhecimento da câmara”, esclarece ainda nas declarações enviadas por escrito.

O antigo autarca afiança que “todos os intervenientes sempre agiram de boa fé e que a Câmara nunca foi prejudicada”, garantindo que não é acusado pelo Ministério Público de ter recebido qualquer contrapartida relacionado com os referidos contratos ou acordos.

O antigo autarca diz ainda que “a seu tempo tudo será esclarecido”.

Também o responsável da empresa Tec Vinhais já reagiu à acusação e garante que não obteve ganhos com o negócio.

Nuno Gomes explica que comprou um terreno que pertencia ao seminário de Vinhais, no entanto, ainda não foi vendido, por isso considera descabidas as acusações de que retirou vantagem económica de negócio. “O terreno ainda é de posse da minha empresa, ainda não foi vendido, está há sete anos à espera da legalização na câmara municipal, não está loteado, não houve lucros, existe um negócio que foi feito há mais de uma década, que aguarda a sua rentabilização. Não consigo conceber como é que esta acusação se baseia em pressupostos absolutamente fantasiosos e falsos. Estou convicto e lutarei pela minha inocência”, afirma.

O empresário considera ainda que o montante de bens arrestados é desproporcional, por ser muito superior ao valor do próprio terreno.

Para Nuno Gomes este é um processo com motivações políticas.

O empresário, que desempenhou também a função de presidente da Assembleia Municipal entre 2005 e 2009, está indiciado pelos crimes de prevaricação, participação económica em negócio e de corrupção activa, crime este pelo qual a sociedade arguida também está acusada.