Lar à espera do PIDDAC

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Ter, 05/07/2005 - 16:28


A Obra Social Padre Miguel (OSPM) precisa que o Governo inscreva em PIDDAC o lar social que a instituição pretende construir, em Bragança, para acolher os mais carenciados.

O investimento ronda os 5 milhões de euros, metade dos quais destinados à construção da parte social de um complexo que abrange, também, um lar auto-sustentável para idosos com possibilidades financeiras. Esta valência, segundo o presidente da OSPM, Nuno Vaz, vai permitir à instituição arrecadar receitas para aplicar no lar social.
A Administração Central já garantiu a comparticipação do investimento em 1,2 milhões de euros mas, como a verba ainda não foi inscrita em PIDDAC, a Obra Social ainda não pôde arrancar com os trabalhos. “A lei diz que o PIDDAC não pode apoiar obras que já começaram e resta-nos aguardar”, explica o presidente da OSPM, Nuno Vaz.
A situação, contudo, coloca alguns problemas à instituição, pois há cidadãos que já reservaram suites no lar auto-sustentável, mas vêem adiada a entrega das chaves.
“Estamos confrontados com a situação de avançar ou não avançar com as obras, porque a idade não espera. Se o Governo abrir o PIDDAC só com 500 euros, nós pomos o esqueleto no ar, com o nosso esforço, garra e apoio que sabemos que temos”, garante o responsável.

Carenciados sem vaga

Nuno Vaz reconhece que o investimento é avultado, dado que os 5 milhões de euros previstos não incluem equipamentos. Mas, tendo em conta que o complexo social vai empregar 32 técnicos e algumas dezenas de auxiliares, o dirigente sustenta que o Estado rentabilizará o investimento em poucos anos. “Se o Governo fizer as contas, acaba por ver que o investimento compensa, porque há pessoas que vão sair do desemprego e que se vão fixar nesta terra”, considera o responsável.
A urgência do lar de carácter social é outro dos argumentos da instituição. “Há pessoas a precisar de apoio que nos batem à porta diariamente, mas só temos seis camas no nosso centro de acolhimento e não podemos dar resposta a todas as situações de carência, de pessoas sozinhas e idosos que não têm quem lhes chegue um copo de água”, lamenta Nuno Vaz.
Quando o complexo social estiver construído, o espaço não vai ser problema. É que os dois lares que estão previstos vão nascer numa área de 20 mil metros quadrados, junto ao hotel S. Lázaro. Mais de metade do espaço destina-se a zonas de lazer, cujas obras já começaram, “pois os espaços envolventes não entram em PIDDAC”, justifica o responsável.

Equipa de futebol
retirada do baú

As preocupações de Nuno Vaz foram transmitidas durante o aniversário da OSPM e do Grupo Pardais da Montanha, que juntaram entidades, amigos da Obra, sócios, patrocinadores e carenciados num jantar convívio.
A animação começou logo de manhã, com uma arruada pela Junta de Freguesia da Sé. À tarde decorreu uma missa campal, seguida do jantar, da actuação da Tuna de Santo António e do baile com o Grupo Ska, que animou a noite. Segundo o responsável, as despesas da festa foram totalmente suportadas por um grupo de patrocinadores, entidades e amigos da instituição, o que permite assinalar a criação da Obra em ambiente de alegria.
No dia da festa foi apresentada uma fotografia alusiva ao grupo desportivo fundado pelo padre Miguel, em Abril de 1950, onde o Grupo Desportivo de Bragança, mais tarde, viria a recrutar jogadores.