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Bragança fugiu à subida do aumento do preço de compra de casa

Ter, 30/12/2025 - 11:09


Bragança registou, em 2025, um comportamento singular no mercado imobiliário nacional. Enquanto a maioria dos distritos viu os preços das casas subir de forma expressiva, o distrito foi o único do país a apresentar uma descida anual no valor médio de venda, que recuou 5%, fixando-se nos 115 mil euros. Em contraciclo, o arrendamento seguiu a tendência de subida, com as rendas médias a aumentarem 15%, para os 550 euros, confirmando a crescente pressão sobre quem procura casa para viver.

Os dados do barómetro imobiliário de 2025 revelam um mercado cada vez mais fragmentado e desigual.

A nível nacional, comprar casa tornou-se substancialmente mais caro, o preço médio anunciado passou de 350 mil euros em 2024 para 420 mil euros em 2025, um aumento anual de 20%, equivalente a mais 70 mil euros. Esta valorização reflete a combinação entre escassez de oferta, procura persistente e a crescente atratividade de mercados fora dos grandes centros urbanos.

No arrendamento, a subida foi mais moderada no agregado nacional. O valor médio passou de 1250 para 1300 euros, um aumento de 4%. No entanto, por trás desta média escondem-se variações significativas. Distritos tradicionalmente mais acessíveis concentraram as maiores subidas. A Guarda liderou o crescimento, com um aumento de 31%, seguida de São Miguel, nos Açores (+25%), Vila Real (+22%) e Bragança (+15%). Em sentido inverso, o Porto registou uma descida das rendas e Lisboa manteve-se praticamente estável, apesar de continuar a ser o distrito mais caro para arrendar.

No mercado da compra, a valorização foi mais intensa e generalizada. Lisboa reforçou a liderança como distrito mais caro do continente, com uma subida de 30%, para 650 mil euros. Santarém, Coimbra, Beja e Portalegre destacaram-se igualmente com aumentos expressivos, confirmando que a pressão da procura já não se limita às áreas metropolitanas. No Norte, Braga e Aveiro lideraram as subidas, enquanto o Porto cresceu de forma mais contida.

Segundo Tiago Ferreira, da Head of Operations Real Estate Portugal, Imovirtual e OLX, os dados de 2025 mostram “um mercado cada vez mais desigual, onde a pressão sobre a compra se mantém elevada e empurra a procura para outros territórios”. A leitura global aponta para um mercado heterogéneo, com assimetrias regionais cada vez mais evidentes, onde Bragança surge como exceção na venda, mas acompanha a tendência nacional no aumento das rendas.

 

Jornalista: 
Carina Alves