Município de Moncorvo distribuiu fardos de palha a pastores afectados pelo incêndio de Agosto

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Ter, 17/11/2020 - 10:42


O incêndio que aconteceu no mês de Agosto e devastou grande parte da União de Freguesias de Adeganha e Cardanha, no concelho de Torre de Moncorvo, provocou muitos prejuízos a agricultores e pastores.

Grande parte da pastagem ardeu e, por consequência, muito gado morreu. Tendo em conta as dificuldades que estão atravessar, o município de Torre de Moncorvo distribuiu 165 fardos de palha “gigantes”, apoiando a alimentação a cerca de 1560 ovelhas. Segundo o presidente da câmara, Nuno Gonçalves, o objectivo é colmatar a falta de alimentação para os animais. Fernando Trindade foi um dos pastores contemplados, que viu praticamente todas as suas propriedades ardidas no incêndio. Actualmente tem cerca de 150 ovelhas e recebeu 10 fardos do município. O incêndio não só lhe retirou a pastagem para os seus animais, durante vários meses, como também provocou a morte de cerca de 50 ovelhas, por falta de alimentação. “Esta ajuda é sempre bem- -vinda. Neste momento a pastagem ainda é pouca, porque já choveu muito tarde e, por isso, agradecemos muito o que fizeram”, afirmou, acrescentando que estes fardos já dão para alimentar o gado até que nasça nova pastagem. Os pastores também já tinham recebido pequenos fardos de palha da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, cerca de um mês depois do incêndio. Na altura, Fernando Trindade recebeu cerca de 70, mas quanto às ovelhas mortas, nunca viu qualquer apoio. “Quando estiveram aí [DRAP-N] até alertei que as crias iam morrer por falta de comida e nunca fizeram caso”, frisou. Contactada pelo Jornal Nordeste a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte esclareceu que não existe qualquer seguro compensatório nestas situações. No entanto, Carla Alves, directora da DRAP Norte, adiantou que, ainda este ano, o Ministério da Agricultura, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural 2020, vai abrir um Aviso para o “Estabelecimento de Potencial Produtivo”. Quer isto dizer que, os agricultores que tenham tido prejuízos, causados por uma catástrofe natural, podem candidatar-se a este apoio. “Árvores de produção, animais reprodutores, instalações, estábulos, cercas, apiários, tudo isso é estabelecimento potencial produtivo e por isso podem candidatar-se”, explicou, referindo que os proprietários das áreas onde houve o incêndio, na União de Freguesias de Adeganha e Cardanha, e afectou mais de 30% do território vão poder candidatar-se. Ainda assim, no Aviso será especificado quais as freguesias e os concelhos que se poderão candidatar.

Jornalista: 
Ângela Pais