Vinhaense integra equipa que está a criar vacina contra a Covid-19

PUB.

Qua, 03/03/2021 - 11:56


A empresa portuguesa Immunethep, com sede em Cantanhede, começou a desenvolver, em Abril do ano passado, uma vacina contra a Covid-19.

Esta poderá ser a primeira fórmula do país a entrar na corrida para travar o SARS coV-2. Além de portuguesa, a vacina, que está a ser criada por um empresa que tem um vinhaense na equipa, tem um grande particularidade: será dada por inalação, para potenciar imunidade nos pulmões. Neste momento, a vacina esta preparada, sendo que falta ainda finalizar os ensaios em modelo animal, para depois se fazerem em humanos. Assim sendo, falta agora dinheiro. Segundo explicou o vinhaense que é director financeiro da Immunethep, para que se angariem os fundos necessários é também preciso que haja “vontade política”. Quando surgiu a oportunidade de desenvolver a vacina, a empresa candidatou-se a alguns incentivos, lançados pelo Governo, sendo contemplada com 200 mil euros, que demoraram sete meses a chegar. Mas falta muito mais dinheiro. “A Pfizer recebeu 250 milhões de euros, por parte do governo norte americano, a Alemanha investiu cerca de 400 milhões de euros em três empresas. Nós estamos a tentar fazer o mesmo com menos recursos, sendo que são necessários cerca de 20 milhões de euros para passarmos para a fase seguinte”, esclareceu Lino Pires, que avançou ainda que os ensaios em humanos demorarão cerca de nove meses e, logo de seguida, a vacina poderá ser produzida e distribuída em larga escala. “É preciso um esforço comum da União Europeia e de Portugal”, vincou ainda. Pedro Madureira é director científico da Immunethep e avançou que para que esta questão do dinheiro seja ultrapassada, já foram criados alguns esforços. “Já oficializamos pedidos, mandando cartas para alguns ministérios e para o Primeiro-Ministro. Estamos a aguardar, já tivemos algumas respostas. Estamos a ser ouvidos e já temos algumas reuniões agendadas”, esclareceu. Além desta particularidade na toma, a vacina portuguesa está envolta num projecto que poderia ser bastante risonho para Portugal. Lino Pires deixou assente que o país vai continuar a gastar dinheiro para que as vacinas que existem no mercado cá cheguem, mas havia outra alternativa. “Se a nossa vacina for produzida no país, todo o valor acrescentado fica em Portugal, com a vantagem de podermos exportar para a União Europeia e todos os países que tenham necessidade, nomeadamente Cabo Verde e Timor Leste, dadas as boas relações”, assinalou o vinhaense. Para já, a produção deverá estar assegurada através de um dos parceiros da empresa, sendo este CEO de uma fábrica de vacinas no Canadá. “Temos o projecto de trazer uma unidade de produção para Portugal. Queremos garantir vacinas nas próximas pandemias que aconteçam e suprimir falhas nas vacinas que todos os anos temos que comprar, como a da gripe, que este ano nem chegou para toda a gente”, avançou ainda sobre a ideia. A empresa iniciou actividade em 2014. A equipa que a compõe já desenvolveu outras vacinas, daí ter decidido avançar com esta de combate à Covid-19, sendo que a ideia inicial era garantir um solução, pelo menos, a nível nacional. A vacina tem uma toma e um reforço, passadas três semanas.

Jornalista: 
Carina Alves