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Qua, 10/12/2025 - 15:10
A delegação de Bragança da Cruz Vermelha Portuguesa é composta por 36 voluntários de várias partes do país e do mundo, unidos pelo mesmo propósito, combater o isolamento, apoiar quem mais precisa e transformar a comunidade através de gestos simples que fazem toda a diferença
No dia 5 de dezembro assinalou-se o Dia Internacional do Voluntário, instituído pelas Nações Unidas em 1985 para homenagear todos aqueles que dedicam parte do seu tempo a transformar comunidades e a apoiar quem mais precisa.
Em Bragança, a delegação da Cruz Vermelha conta hoje com 36 voluntários registados, vindos de vários pontos do país e do mundo. Histórias diferentes, mas unidas pelo desejo de estar ao lado dos outros e de fazer a diferença.
Voluntariado sem fronteiras
Lara Rodrigues é de Valença do Minho, mas está a tirar o curso de Educação Social no Instituto Politécnico de Bragança. Tornou-se voluntária à pouco tempo na Cruz Vermelha de Bragança, mas garante que está “a adorar” a experiência, até porque ela sempre carregou a vontade de ajudar os outros. “Eu desde pequenina sempre tive muito interesse no voluntariado, já fui escuteira. O voluntariado aqui em Trás-os-Montes é importante, sobretudo aqui em Trás-os-Montes. Eu venho de uma região onde está tudo muito próximo e vi uma realidade diferente da minha aqui na região. É tudo muito disperso vemos que fazemos realmente a diferença entre essas pessoas”, contou.
Isabela Matos é brasileira, tem 22 anos e é aluna de mobilidade. Está a tirar enfermagem, em Curitiba. É voluntária na Cruz Vermelha de Bragança há cerca de duas semanas e foi com um sorriso no rosto que contou que está a ser uma experiência “maravilhosa”. “Principalmente por eu ser estrangeira, tá sendo uma experiência riquíssima, em cultura, porque nas aldeias os idosos têm muitas histórias. Nas aldeias as casas são, a maioria, de pedra, há muitos animais, muita natureza. As pessoas dão-nos castanhas, é muito gostoso passar esse tempo com eles”, acrescentou.
A jovem já fazia voluntariado no Brasil, com povos indígenas e crianças, “geralmente em hospitais”, e quando chegou a Portugal a decisão não foi diferente. Para a jovem o voluntariado prende-se com “um senso de solidariedade e compaixão pelo próximo”, disse, continuando “não é a questão de se colocar no lugar do outro, mas é sentir o que o outro sente. Por isso, a pessoa pode pegar um tempo do dia dela, da folga dela pra fazer um voluntariado”, vincou.
Outro dos voluntários internacionais é Jack, de 24 anos, que veio do País de Gales, no Reino Unido. Para ele, a experiência tem sido “muito interessante e diversa”, destacando sobretudo o trabalho comunitário que desenvolve em Bragança, cidade pela qual rapidamente criou apreço. Jack explica que o voluntariado tem sido fundamental para o seu próprio crescimento, uma vez que, segundo contou, esta experiência lhe ensinou competências de vida e permitiu-lhe compreender melhor os desafios e as qualidades das diferentes comunidades com que contacta.
Para o jovem galês, ajudar pessoas é um dos motores principais do seu percurso. “Se entras neste tipo de trabalho, ocupação, digamos, tens de ter vontade de ajudar e um pouco de empatia.” Para Jack, saber que contribuiu para tornar o dia de alguém um pouco melhor é uma das maiores recompensas. “Quanto mais o fazemos, mais sentimos que estamos realmente a contribuir para o nosso planeta e para a nossa sociedade”, afirma, considerando essa sensação “algo realmente bonito”.
Teresa Ribeiro, 27 anos, é educadora social e chegou à Cruz Vermelha de Bragança através de um estágio na área social. Para ela, o voluntariado é um processo de troca constante. “Ser voluntário, mais do que dar, também é receber. Todos os dias damos algo, mas também recebemos sempre qualquer coisa em retorno. Às vezes é um gesto, uma palavra e isso faz toda a diferença, até no nosso dia-a-dia, porque todos temos dias menos bons”, explicou.
A jovem educadora destacou as ligações com as pessoas como algo importante e essencial nesta ocupação. “Para quem vem de fora, como a maior parte dos voluntários, encontra-se uma espécie de pequena família com quem estamos todas as semanas. Cria-se uma ligação muito forte. Para os idosos, é quase como ter um neto que não está ali diariamente, e acho que é isso que faz a diferença.”
Teresa admite que são os voluntários que lhe renovam a motivação. “O voluntário, para mim, diariamente, dá-me esperança de um mundo melhor. Há voluntários que chegam e eu penso ‘o mundo tem pessoas muito boas.’ Nota-se a diferença. Em pequenas coisas vemos essa esperança. Mais do que isso, é tentarmos estar bem todos os dias para podermos fazer alguém sentir-se melhor.”
Outro voluntário na Cruz Vermelha é José Brandão. Tal como os restantes disse que sempre gostou de ajudar e por isso quando encontrou este grupo de pessoas na organização não pensou duas vezes e tornou-se voluntário. Para ele a experiência tem sido “uma viagem interessante”, tão interessante que, segundo o jovem, “é para continuar.”
Quando questionado sobre o que representa o voluntariado para ele, José Brandão diz que não há forma de descrever o que representa ser voluntário, na sua vida como na comunidade brigantina e na sociedade no geral. Por isso deixou o convite a todos que tenham curiosidade, para experimentaram e sentirem o voluntariado na primeira pessoa.
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Jornalista:
Cindy Tomé



