A campanha

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Antes de outras considerações permito- -me salientar o concludente editorial da Directora deste jornal (edição do dia 24 de Agosto) relativo às tentações de santos e pecadores procurarem interferir na massa lêveda do seu labor procurando alterá-la através do fermento partidário, individual e vesgo. Aquele editorial enobrece o jornal e, avisa, que a linha editorial do Nordeste não balouça ao sabor das ondas quantas vezes espúrias dos mandantes ressabiados. Muito bem, cara Directora! Vou lendo novas (velhas promessas) e mandados de ocasião dada a proximidade das eleições onde predominam o mimetismo em destemperado copianço envernizado com palavras de plataforma publicitária, a volubilidade dos projectos ditos estruturantes, sem esquecer a facúndia adiposa do «palavreado» de feira no antigo Toural. Os cidadãos atentos dirão: porca miséria! Este falacioso estendal que nem arremedo gongórico consegue ser é uma das principais causas da abstenção, pois as mulheres e homens em idade votar preferem entender palavras que toquem na buba dos problemas que afectam as comunidades, rejeitam pancartas balofas em sinceridade e rigorosa intenção. De um momento para o outro prometem-se corridas aos mapas cartográficos a de colocarem o município A, ou a freguesia B no MAPA, como se as pessoas fossem pacóvias da era em que procurava o centro do mundo medindo o planisfério escolar recorrendo à fita métrica do alfaiate da freguesia. Se os candidatos estão interessados em consultar mapas escolares só tem de pedir a ajuda do Senhor Alberto Fernandes (do Dom Roberto de Gimonde) ele teve o cuidado de recolher e guardar alguns aquando das obras de revitalização do casario adquirido na época certa. O eleitor comum em terras (ditas de promissão na caça ao voto) onde não mana o leite e o mel ainda estão à espera do maná da dádiva dos ajudantes de ministro, fundamentalmente o que o aperreia e preocupa é a sua segurança e dos seus bens, a assistência sanitária, o receberem a tempo e horas as reformas aplicadas na botica, na mercearia e distribuidoras de pão. Cozer pão acarreta dores de costas, os dentes fugiram, pão mole e bolos nos dias nomeados fazem esquecer as côdeas ou codechas de antanho. Segundo o lido no Nordeste constato vários candidatos barrigas de aluguer também denominados pára-quedistas, os partidos recorrem a eles no afã de fazerem listas de presença especialidade da CDU e Chega pintando uma pantomina da democracia. Via RTP assisti ao debata referente aos candidatos de Bragança. Sem surpresa Hernâni Dias ganhou por KO, Jorge Gomes deu-me a impressão de ter calçado as luvas a fim de fazer um frete partidário, o senhor da CDU além de ter lido mal a vulgata mostrou-se num registo de suecada pós prandial, o rapaz do Bloco ainda tem de comer muitas malgas de caldo, o Sr. Silvestre foi cómico no seu patético discurso coisa que não me surpreendeu pois sempre assim o vi no antanho político. Enfim!

Armando Fernandes