Outubro a entrar, toca a vindimar

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Ter, 01/10/2019 - 09:04


Olá gentinha boa e amiga.

Já estamos no mês de Outubro, acabadinho de entrar. No primeiro dia deste mês assinala-se o Dia Mundial da Música e também o Dia Internacional do Idoso. Ao longo do mês teremos diariamente vários temas que vamos desenvolver, não esquecendo que, no último fim-de-semana, terá lugar o Magustão dos 30 anos da Família do Tio João, uma vez mais em Vinhais, no maior assador de castanhas do mundo.

No passado sábado, dia 28 de Setembro, estivemos mais uma vez presentes no almoço da APADI (Associação de Pais e Amigos do Diminuído Intelectual), no pavilhão do NERBA, este ano para celebrar o seu 40.º aniversário. A APADI foi a primeira instituição que a nossa família ajudou, em 1991. Desde então, tem estado sempre presente com vários elementos, alguns dos quais vêm de Espanha para ajudar esta nobre causa.

O povo caracteriza o mês de Outubro com os seguintes

adágios: “em Outubro sê prudente: guarda pão, guarda

semente”; “logo que Outubro venha, procura lenha”;

“se em Outubro te sentires gelado, lembra-te do gado”;

“em Outubro semeia e cria, terás alegria”; “quando Outubro for erveiro, guarda para Março o palheiro”.

Agora quero compartilhar convosco o livro “Educação+Ambição – Dupla Perfeita”, de Manuel Arcas, natural do Brito de Baixo (Vinhais) e empresário em Bragança, trabalho com edição do autor que retrata a sua experiência de vida. Parabéns ao autor e bem-haja por ouvir e apreciar as nossas reflexões diárias.

Estes últimos dias compartilharam o seu aniversário connosco a Maria Manuela (51), de Canavezes (Valpaços); Fernando Jorge (34), de Penas Roias (Mogadouro); Cristina Vidinhas (21), de Pinhal do Douro (Carrazeda de Ansiães); tia Céu (60), de Tinhela (Valpaços); Maria Celina (54), de Zava (Mogadouro); Victor Eira Velha (52), de Cernadela (Macedo de Cavaleiros); Carlos Amuedo (69), de S. Martinho (Miranda); Esperança Palas (55), de Fradizela (Mirandela) e Maria Rosa Machado (58), de Alfaião (Bragança). Muita saúde para todos e que para o ano cá estejamos para os festejar.

E agora vamos às vindimas que estão aí em força!

 

As vindimas são uma festa para alguns, mas para outros é trabalho a sério, pois há quem emigre nesta altura para Espanha e França para vindimar e, por cá, há outros que ganham algumas jeirinhas com este trabalho. Nalguns sítios, especialmente no Douro, já se vindimou e o vinho já está a ferver nas cubas. A tia Teresa, dos Alvaredos (Vinhais), disse-nos que até já fez a água-ardente. Quem também já vindimou foi o tio Manuel Pedro, de Lagarelhos (Vinhais), que nos disse que teve de vindimar antes que os javalis o fizessem por ele… O tio Arménio Machado, de Parada (Bragança), confidenciou-nos que este é ano de muita uva, pois em terras onde as vinhas não deram nada o ano passado, produziram um reboque este ano.

Quem também anda na força das vindimas são as gentes de Uva (Vimioso) e, segundo o tio Moisés, natural daquela aldeia, “é melhor a água de Uva, do que o vinho de Mora”, uma piada carinhosa para os vizinhos.

A tia Graça, a nossa minhota transmontana, relatou-nos as diferenças das vindimas nas duas províncias: no Minho são os homens que cortam as uvas, pois as bárdias são altas e servem-se de escadotes para lhes chegarem, ficando as mulheres com a tarefa de as acarretar. Na nossa região é ao contrário: são as mulheres que cortam as uvas e os homens que as carregam.

As vindimas começam de manhã cedo e a meio da manhã é servido o mata-bicho que, em alguns lados, tem direito a sardinhada. Se algum vindimador deixar uma uva para trás, é tradição o dono da vinha “dar-lhe o salto”.

Dentro da grande variedade de castas que existem, estas são algumas das que temos mais nas nossas terras: Dedos de Dama, Verdelho, Bastardo, Uva de Rei, Moscatel, Olho de Perdiz, Quilhão de Galo, Malvasia, Negreda, Tarantesa, Formosa e D. Maria, além de outras.

As aldeias mais procuradas pelas pessoas que querem comprar uvas são Matela (Vimioso) e Talhas (Macedo de Cavaleiros). Segundo o nosso povo, este é um ano de muito e bom vinho e até ao lavar dos cestos é vindima.