Autarca de Vimioso quer que Governo suporte custos do ensino secundário

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Ter, 11/10/2022 - 12:31


O presidente da Câmara Municipal de Vimioso está indignado com o Governo por continuar sem suportar os custos de alojamento e transporte dos alunos que são obrigados a sair do concelho para frequentar o ensino secundário

O problema está nos cerca de 40 alunos que querem seguir o ensino regular e não recebem qualquer apoio financeiro, contrariamente aos que seguiram o ensino profissional através de turmas partilhadas e os do Centro de Emprego, que têm uma bolsa. Assim, os pais são obrigados a suportar os custos para os filhos continuarem a escolaridade.

Jorge Fidalgo afirma que o Governo tem a “obrigação” de custear as despesas desses alunos, visto que não conseguem estudar no seu concelho, porque só há ensino até ao 9º ano. “Se o pai não tiver condições para pôr o aluno a estudar fora de Vimioso, o que é que o Governo vai fazer com esse pai que não deixa ir o filho estudar?”, questionou.
Há encarregados de educação da vila de Argozelo que chegam a pagar “130 e 140 euros por mês” de transporte, para que os filhos possam ir e vir todos os dias, porque fazem questão que regressem a casa no final do dia. “Estamos a falar de jovens de 15 anos que precisam do acompanhamento dos encarregados de educação”, disse o autarca.
Alguns alunos que fazem o ensino secundário em Bragança até aqui ficavam na residência para estudantes da cidade e o alojamento era gratuito. Mas este ano, com a transferência de competências da Educação do Governo para o município, a gratuitidade deixa de ser garantida. “Nós este ano não temos garantia nenhuma disso. Eu não posso estar a pedir à câmara de Bragança que dê a gratuitidade da frequência da residência destes alunos. Quem tem que garantir essa gratuitidade é o Governo, é o Ministério da Educação”, afirmou.
Há ainda estudantes que ficam em quartos alugados e também são os pais que têm que suportar esse custo.
Jorge Fidalgo diz que o “Ministério insiste, ano após ano, em dar-nos respostas negativas ao nosso pedido de implementação do ensino secundário no agrupamento de escolas de Vimioso”, mas garante que vai continuar a lutar para que todos possam ter acesso à educação de forma igual. “O que era justo era implementar o ensino secundário em Vimioso. O Governo insiste em não o implementar. Podem dizer que não terá lá as ofertas todas, mas os concelhos de Bragança, Macedo e Mirandela também não têm as ofertas todas do ensino secundário”, frisou, concluindo que poderia ser dada alguma oferta.
Vimioso é o único concelho do distrito que não tem ensino secundário, visto que Freixo de Espada à Cinta, que estava também na mesma condição, tem agora oferta escolar até ao 12º mas de ensino profissional.
 
Jornalista: 
Ângela Pais