Calor fora de tempo e fungo deixam produtores de castanha em ataque de nervos

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Ter, 17/10/2023 - 09:21


Era esperada uma campanha bastante boa mas agora prevê-se que haja prejuízos, tal como em 2022 houve, com a seca. Agora a história é outra

A chuva de Setembro fazia prever um ano em grande de produção de castanha na região, mas as elevadas temperaturas que chegaram no final de Setembro e que ainda estão se mantêm fizeram cair tudo por terra. Os castanheiros começaram a secar e, com os ouriços secos, a castanha seca está. Os produtores já fazem contas ao prejuízo.

 

Fruto ainda pode ser bem vendido mas não deve compensar

José Carlos Rodrigues tem cerca de 90 hectares de castanheiros e anualmente produz 40 toneladas de castanha, sendo que a cada ano aumenta mais cinco toneladas, devido aos novos castanheiros que tem plantado. Mas, não vai ser este ano que bate o recorde.

Na visita aos soutos, perto de Soutelo, no concelho de Bragança, percebeu que a situação estava pior do que pensava. Os ouriços estavam no chão, mas a castanha está toda seca. “Este ano estávamos a contar fazer muito dinheiro na castanha e da manheira como estou a ver, três castanheiros secos, um verde, iremos para os 50% de prejuízo. Mexe com 40 ou 50 mil euros”, contou.

O calor fora de horas será uma das razões para que os seus soutos tenham passado de uma mancha verde, para uma mancha castanha. “Veio muita chuva, toda a gente estava a gostar da chuva, só que veio este calor de repente. Isto ajudou a secar, porque eu tenho 15 hectares de rega gota a gota e estão verdinhos, porque o castanheiro manteve a frescura”, disse.

No entanto, também já ouviu falar do fungo que está afectar os castanheiros em Trás-os-Montes. Apesar de admitir que não perceber do assunto, reconhece que pode ter realmente influência. “Um castanheiro totalmente parece tabaco e há outros que estão verdes, se fosse do tempo, devia ser tudo igual e não, há castanheiros que estão verdes e outros que estão como tabaco”, referiu.

Nesta altura da campanha, está a cair a castanha do cedo, no caso de José Carlos Rodrigues, é da qualidade Boaventura. Agora resta saber como será a apanha castanha que surge mais tarde, a Longal. O produtor está com grandes expectativas. “Ainda tenho esperança de vender a Longal bem vendida”, afirmou.

2022 foi um ano péssimo para os produtores de castanha, que viram a produção cair para mais de metade. Apesar desta reviravolta de última hora, José Carlos Rodrigues diz que esta campanha será melhor.

E com menos produção de castanha, espera-se que o preço do fruto vá “subir”, mas se compensa ou não a quebra, “vamos ver no fim”.