CIM-TTM quer corredor ferroviário internacional do Norte a passar pela região

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Ter, 17/01/2023 - 12:23


A Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM) considera que o Plano Ferroviário Nacional (PNF) para a região “é pouco ambicioso” e, por isso, vai reclamar, junto do Governo, que o novo corredor ferroviário internacional do Norte passe pelo território, com ligação a Espanha

A CIM-TTM assume que, apesar de o documento prever a ligação ferroviária Porto-Bragança, não foi e devia ser contemplada a agregação da Terra de Miranda, o que iria permitir até não se passar pelo Parque Natural de Montesinho e pela Serra da Culebra, e reduzir o tempo de viagem para Madrid em cerca de 15 minutos. A proposta também não contempla a alta velocidade, a ligação ao AVE, em Zamora, não favorece a zona sul do distrito nem há calendarização, considera ainda a comunidade intermunicipal. A CIM-TTM quer que esta ligação assuma o perfil de alta velocidade, com ligação a Espanha e que passe a ser o corredor ferroviário internacional do Norte, que o plano prevê para Aveiro-Viseu-Salamanca. Jorge Fidalgo, presidente da comunidade, diz que se se quer falar de “coesão” que tem que se “passar das palavras à acção”. “Esta é uma obra nacional, não é uma infra-estrutura que sirva apenas a nossa região”, explicou, sendo que a comunidade se apoia num estudo sobre um novo corredor ferroviário para o Norte de Portugal, da Associação Vale d’Ouro. Dizendo que “não faz sentido” não se acreditar que o Governo não seja sensível a este estudo e à reivindicação, Jorge Fidalgo diz que “é absolutamente essencial fazer-se esta ligação” e “que Bragança não seja o fim de linha”, pois, sendo o território em Portugal mais próximo do centro da Europa, “que essa centralidade seja concretizada”. Esta proposta permitiria viajar entre o Porto e Madrid em 2h45, apresenta menos impactos ambientais que outras soluções e é menos dispendiosa do lado espanhol, já que só se precisariam de 40 quilómetros de ferrovia, ao passo que o corredor escolhido pelo Governo implica que se realizem 200 quilómetros. Como “o grosso do tecido empresarial” se situa a Norte do Rio Douro e a há “grande pujança económica” na zona litoral do Porto, Luís Fernandes, presidente da associação, considera, por isso, que “faz todo o sentido que uma ligação ferroviária possa sair do epicentro dessa zona, que ainda por cima tem o Porto de Leixões logo ao lado”. “Esta ligação será melhor”, rematou, dizendo que serão precisos 4,4 mil milhões de euros para esta empreitada, mas a proposta agora apresentada não é uma solução mais cara que a outra. O PNF encontra-se em discussão pública até ao final de Fevereiro e a CIM-TTM irá apresentar esta alternativa, apontando que tecnicamente é melhor e até é mais favorável do ponto de vista de impactos ambientais.

Jornalista: 
Carina Alves