Deputados do PSD não querem o distrito de fora das comunicações 5G

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Ter, 04/08/2020 - 18:02


Já está aprovada a estratégia e calendarização da distribuição da quinta geração de comunicações móveis

Contudo, segundo a resolução do conselho de ministros, de 7 de Fevereiro, apenas 90% do território nacional ficará dotado de rede 5G. Face ao número conhecido, os dois deputados do Partido Social Democrata, eleitos por Bragança, Adão Silva e Isabel Lopes, estão receosos que a região será prejudicada. A deputada Isabel Lopes espera que não seja o distrito a ficar de fora, como “já aconteceu no passado” com as comunicações móveis e a TDT. Lembrando ainda que “temos tantas localidades do distrito sem acesso à internet”, um cenário que se evidenciou para vários alunos com as aulas à distância, Isabel Lopes considerou que “se agora se ficar sem esta cobertura é uma injustiça”. Apesar de ainda não se saber que zonas ficarão de fora e se serão ou não na região, Isabel Lopes assegurou que “é preciso salvaguardar as populações, as freguesias e os concelhos do distrito”, sendo certo que “há várias pessoas que se querem fixar em certas zonas do território e não o podem fazer se não tiverem acesso a estes meios”. Os membros do Governo com responsabilidade directa nesta matéria, segundo disse a deputada, têm sido interpelados em diversas audições parlamentares. Em Maio, a secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, salvaguardando que a distribuição da quinta geração de comunicações móveis é uma medida que consta do programa de valorização do interior, afirmou que a cobertura será afinal de 99%. Sobre este esclarecimento, Isabel Lopes, sublinhando que “são números bastante diferentes”, uma vez que “se for de 90% significa que um milhão de portugueses vai ficar excluído da rede 5G”, afirmou que querem saber ao certo qual será a cobertura. “Queremos estar atentos porque isto é muito importante para o território”, considerou a deputada, que garantiu que, não tendo respostas “claras”, já questionou, além de Isabel Ferreira, o secretário de Estado para a Transição Digital, André de Aragão Azevedo e o Adjunto e das Comunicações, Mário Belo Morgado. A questão foi agora colocada ao Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira. Alertando para um Governo que tem na sua estrutura um ministério para a Economia e Transição Digital e uma ministra da Coesão Territorial, os deputados consideram que “é indesculpável que a igualdade de oportunidades não seja efectivamente assegurada”, prejudicando estas populações se não forem servidas por estes “instrumentos de desenvolvimento e competitividade da economia, de coesão social e territorial, de melhoria e transformação do modo de vida, de inovação social e da qualidade dos serviços públicos”.

Jornalista: 
Carina Alves