“Líderes Políticos”

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Qua, 24/08/2005 - 15:43


Note-se que hoje em dia a população em geral já está acostumada, quase se poderia dizer que com certa complacência, à incompetência de alguns líderes partidários.

Por outras palavras, quer isto dizer que alguns dos líderes partidários da actualidade não actuam em consciência na defesa dos interesses dos concelhos e dos distritos pelos quais são eleitos a nível das estruturas partidárias locais, isto se tivermos em conta que muitas das vezes têm que se sujeitar ao que é imposto pelos Partidos a que pertencem ou à desinteligência de alguns militantes, tão somente e unicamente para garantirem alguns dos lugares de eleição ou para não perderem a liderança partidária. Desde logo, torna-se evidente de que se não houvesse líderes partidários incompetentes poderia parecer que a direcção dos Partidos Políticos era tarefa fácil, perfeitamente ao alcance de todos os que tivessem a sorte de chegar a alguns cargos partidários.
Desta feita, note-se que só pela análise dos políticos incompetentes é que poderemos apreciar as dificuldades e os méritos dos políticos competentes. Contudo, não é só quando em confronto com os ineptos que os grandes líderes revelam a sua máxima forma, mas também quando observados e comparados no contexto dos diversos Partidos Políticos. Em rigor, desenvolver-se-á a tese de que a possibilidade de incompetência surge na larga medida dos efeitos secundários infelizes, se bem que inevitáveis, de algumas escolhas que são feitas dentro de cada um dos Partidos Políticos, uma vez que a maior parte dessas escolhas tendem a produzir um baixo nivelamento de capacidade humana, ao mesmo tempo que encorajam os medíocres e cortam os voos aos mais dotados.
A sorte de tudo isto é que em Democracia, ou seja o Povo tem sempre algo a dizer nos momentos mais decisivos sobre quem deve ser eleito e sobre quem deve tomar as decisões políticas na condução das nossas terras, mesmo que as escolhas partidárias não sejam as melhores nem as mais felizes para cada eleição democrática. Mas, infelizmente, esta dificuldade em ver as coisas correctamente, que é uma das maiores fontes de atrito na vida política portuguesa, faz com que as coisas pareçam bastante diferentes do que naturalmente seriam de esperar, em que a defesa do bem comum e o futuro das nossas terras deveriam ser os objectivos prioritários, e nunca a defesa daqueles que apenas procuram através da vida política um futuro melhor. Sendo assim, note-se que daqui tem surgido um círculo de causa e consequência do qual se tem tornado difícil escapar, mas que certamente será alterado com a crescente evolução da nossa sociedade, isto se tivermos em conta que a maior parte dos cidadãos apenas têm evitado a vida partidária porque esta não tem sido venerada e, infelizmente, só não é venerada porque a maior parte da população não a quer seguir.
Em síntese, coloca-se à reflexão o seguinte: “ Como pode a habilidade para liderar depender da habilidade de obedecer? “ Desta forma, pode-se de imediato deduzir que a habilidade de flutuar dependerá da habilidade de afundar! Infelizmente, esta é a realidade crua e nua da vida política portuguesa que sempre condicionou o futuro das nossas terras, da nossa Região e do nosso Portugal. Desta feita, estes comportamentos dão lugar à incompetência e isto porque, uma vez que o objectivo principal de alguns políticos é o controlo do poder, a continuidade nos cargos que ocupam, a defesa daqueles que já nada têm para dar, e o encorajamento dos medíocres a ocuparem determinados lugares, esses políticos tornam-se inflexíveis e imutáveis com o decorrer do tempo. Desde logo, resultam dessas atitudes, uma resistência às mudanças, um bloqueamento ao progresso e um impedimento ao desenvolvimento do nosso País. Por tudo isto, é que cada vez mais, os partidos políticos caminham para a incompetência de duas maneiras - directamente, forçando os seus membros a actuarem de um modo que nem sempre conduz ao essencial da Democracia, e indirectamente, atraindo, seleccionando, apoiando e promovendo uma minoria de pessoas com defeitos especiais de intelecto e de personalidade.