Livreiros descontentes com as vendas

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Ter, 14/06/2005 - 15:26


Os livreiros de Bragança fazem um balanço negativo da Feira do Livro da cidade, que terminou na passada quinta-feira.

A falta de divulgação e a má localização são os principais motivos apresentados pelos participantes na feira, para o número reduzido de vendas e de visitantes.
O calor abrasador que assolou a Praça Camões, durante os seis dias do evento, levou os livreiros a fazer uma reunião, onde decidiram, em consenso, abrir os stands só à noite.
Recorde-se que no programa da feira a abertura estava prevista para as 15 horas. Também estava prevista a animação daquele espaço com “workshops de fantoches”, dinamizados por alunos da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança, que acabaram por ser cancelados devido às altas temperaturas.
Os livreiros garantem que ainda estiveram abertos à tarde durante dois dias, mas o calor acabava por degradar os livros e, também, “não se via um pé de pessoa na Praça”.

Praça vazia durante a tarde

Em relação à falta de visitantes, os responsáveis pelos stands apontam o dedo à organização e dizem que o evento foi mal divulgado e que se realizou num espaço com pouca visibilidade. “Deviam ter sido feitas faixas para colocar em diversos pontos estratégicos da cidade, para dar a conhecer às pessoas que a feira do livro estava a decorrer na Praça Camões”, reclamava a representante da editorial Avante, Antónia Torres.
Esta participante, que confessou ter feito um negócio razoável, acrescentou, ainda, que “a programação cultural do evento foi muito pobre e terminou da pior forma, visto que a escritora Laurinda Alves acabou por não estar presente”.
Contudo, a vereadora da cultura da Câmara Municipal de Bragança, Isabel Lopes, refere que este ano a aposta foi para os escritores da terra, que apresentaram as suas obras na Feira do Livro.

Laurinda Alves
não compareceu

Quanto à escritora Laurinda Alves, a vereadora esclareceu que “não pôde estar presente, por motivos de doença”.
Em relação à divulgação do evento, Isabel Lopes contraria a posição dos livreiros e garante que a feira do livro foi bem divulgada. “ Para além do apoio dos jornais e das rádios regionais na divulgação do evento, ainda foram distribuídos 8 mil programas, pelas caixas de correio dos munícipes e a Feira do Livro também fazia parte da agenda cultural”, acrescentou a responsável.