Marisa Matias defende modelo de desenvolvimento que não esqueça nenhuma região

PUB.

Ter, 24/11/2020 - 11:27


Marisa Matias, que candidata à presidência da República apoiada pelo Bloco de Esquerda, passou pela região a 18 de Novembro, tendo visitado a Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA), em Atenor, Miranda do Douro.

Aproveitou a ocasião para defender que o país necessita de um modelo de desenvolvimento para que não se deixe nenhuma região para trás. “Precisamos de um modelo de desenvolvimento que, não só não esqueça nenhuma zona do território, mas que respeite também as populações locais, as tradições e saiba adaptar-se a um desenvolvimento que tem de responder às alterações climáticas, à exigência ambiental e à necessidade de bem-estar animal”, afirmou, sublinhando que “em qualquer tempo, mas em particular em pandemia e com todas as dificuldades que isso acarreta, não só não podemos deixar ninguém para trás, como não podemos deixar nenhuma região para trás”. Marisa Matias entende que é necessário apostar numa forma de tratamento mais igualitária das populações que vivem no interior e num maior investimento nos serviços como estratégias para contrariar a diminuição populacional, problema que se “combate com melhores serviços, melhores transportes, com melhores respostas, mais apoios, com o tratamento das populações que vivem no interior de forma igualitária e com projectos assim”. Para a candidata a AEPGA é um bom exemplo a seguir. “É um projecto que representa um conjunto de áreas que precisamos de defender, por um lado a valorização do território e da biodiversidade, a integração de projectos inovadores num contexto que precisa de ser reavivado, como o contexto do interior e é um trabalho extraordinário o que fazem aqui”, afirmou. A também eurodeputada ouviu as preocupações da associação, a nível das “linhas políticas contraditórias em termos de financiamento”, podendo ser “enquadrado numa lógica empresarial ou do terceiro sector, que não é bem a natureza destes projectos”, por outro lado, relativa à falta de recursos. “Este projecto, pelos anos que já tem de funcionamento e a forma como tem ajudado a preservar esta espécie, já se tornou uma referência e também tem tido um papel muito importante de pedagogia e de propagação para outras zonas do país”, afirmou. Miguel Nóvoa, da AEPGA, transmitiu a Marisa Matias a necessidade de “políticas integradoras, em rede, que juntem várias instituições, municípios, agricultores, construindo uma estratégia baseada na qualidade, na biodiversidade, gerindo paisagem e ecossistemas, apoiando os jovens”, de forma a criar “bases sustentáveis para as pessoas poderem desenvolver o seu trabalho e terem um apoio logístico e financeiro para poderem ultrapassar algumas dificuldades”.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro