Município de Vimioso restringe uso de água e promete fiscalização rigorosa

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Ter, 02/08/2022 - 11:35


Regar jardins e hortas e lavar carros ou espaços privados com água de rede é agora proibido no concelho de Vimioso

O município viu-se obrigado a implementar medidas restritivas de uso de água, tendo em conta a situação de seca que o distrito e o país atravessam. Em 2017, o concelho passou por dificuldades de abastecimento de água, porque as reservas do rio Maçãs estavam praticamente esgotadas e metade do concelho teve que ser abastecido por Bragança. Este ano, para impedir que o cenário se repita, o município vai fazer uma fiscalização rigorosa e promete aplicar coimas aos incumpridores. Segundo o presidente da Câmara Municipal de Vimioso, das 12 aldeias que são servidas por furos artesianos, algumas já estão a ser abastecidas através de camiões-cisterna, porque os furos têm níveis de água preocupantes. “Eu tenho relatos de pessoas de 60/70 anos que toda a vida regaram as suas hortas e este ano o poço da horta, que nunca viram seco, secou”, contou Jorge Fidalgo, realçando que esta é uma situação “dramática”, que em Agosto pode ser agravada pela vinda dos emigrantes. Sem chuva nos próximos tempos e com os rios Maçã e Angueira, que abastecem o concelho de Vimioso, a ficarem cada vez com menos água, poderá ser preciso recorrer a concelhos vizinhos, como Mogadouro e Miranda do Douro, para abastecer a linha de Vimioso-Campo de Víboras e Algoso. “As pessoas têm que perceber que a água tratada é muito cara e é exclusivamente para uso doméstico. Evidentemente que estamos num território em que a água também tem uma questão social, em que a pessoa tem a pequena horta ao pé de casa ou tem o jardim, mas tem que desistir disso, porque senão corremos o risco de dentro de pouco tempo nem sequer terem água para consumo doméstico”, afirmou o autarca. Para impedir que o cenário se agrave, o município vai adjudicar o alteamento e recuperação de um açude do rio Angueira, num investimento de 400 mil euros, e quer ainda comprar um camião-cisterna para abastecimento das aldeias, que custará cerca de 250 mil euros. Ainda assim, estão a ser feitas negociações com a Agência Portuguesa do Ambiente para que metade dos gastos seja financiado. A coima para quem fizer uso indevido da água pode ir 1500 a 3740 euros para pessoas singulares e de 7500 a 44 890 euros para pessoas colectivas.

Jornalista: 
Ângela Pais