Plano de Mobilidade do Vale do Tua volta a zero porque tem que ser novamente definido

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Ter, 29/11/2022 - 10:19


O Plano de Mobilidade do Vale do Tua, aguardado desde 2016, voltou, praticamente à estaca zero

No mês de Outubro, de passagem pela região, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, afirmou que o Governo estaria a tentar para encontrar uma solução para viabilizar a linha. Não avançando pormenores. Agora, o Governo e os autarcas de Mirandela, Vila Flor, Carrazeda de Ansiães, Alijó e Murça estão à procura de um novo modelo para o implementar. O presidente da câmara de Vila Flor, que lidera, neste momento, a Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua, reuniu, recentemente no Ministério das Infraestruturas e confirma que todo este processo volta ao começo. Pedro Lima assume que “a questão que agora se coloca e que é diferenciadora é que, realmente, vai-se voltar a uma definição”. Ou seja, segundo esclareceu, seguiu-se, até aqui, um “caminho que não se tornou viável e o Ministério das Infraestruturas, através do ministro, identificou que tem que haver outra intervenção, a outro nível, nomeadamente quem ficará responsável pela própria mobilidade”. O empresário Mário Ferreira, da operadora Douro Azul, a quem se concessionou o projecto, manifestou aos autarcas ligados ao processo, em Janeiro de 2021, que estava cansado de burocracias, ou seja, de tanta demora em se obter os licenciamentos, por parte dos organismos públicos. Pedro Lima diz que não conseguir garantir que o empresário se mantenha ligado ao Plano de Mobilidade do Vale do Tua. “Não é uma situação líquida mas não está, realmente, a demonstrar viabilidade esse caminho. Não é pelo empreendedor em si. É pelos constrangimentos que a exploração de uma linha férrea representa, principalmente uma com os problemas que esta teve no passado. Precisa de ser uma empresa que tenha capacidade e know-how para fazer a exploração da linha e a sua manutenção. É um processo muito complexo, que não é de todo fácil para o promotor o conseguir sozinho”, disse apenas o autarca de Vila Flor. Para já, continua sem se saber se Mário Ferreira continuará a fazer parte do processo, em que, até ao momento, se investiram cerca de 16 milhões de euros em obras, infraestruturas e equipamento. O Plano de Mobilidade do Vale do Tua é a principal contrapartida pela construção da barragem de Foz-Tua. Vai estabelecer a ligação entre a Estação Ferroviária do Tua e Mirandela-Carvalhais, combinando o troço rodoviário entre a Estação Ferroviária do Tua e a barragem, num percurso de cerca de 4 quilómetros, o troço fluvial entre o cais da barragem e o cais da Brunheda, num percurso de 19,1 quilómetros, e o troço ferroviário entre Brunheda e Mirandela, numa extensão de mais de 39 quilómetros.

Jornalista: 
Carina Alves