Presidente da CIM de Trás-os-Montes diz que PRR não resolve problemas contretos do território

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Ter, 28/06/2022 - 11:40


Com lacunas e com pouca estratégia, é assim o presidente da Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes, que abrange nove municípios do distrito de Bragança, define o Plano de Recuperação e Resiliência

Jorge Fidalgo considera que o PRR é “fundamental para recuperar alguns atrasos” provocados pela pandemia, no entanto, os investimentos não estão adaptados às especificidades dos problemas dos municípios. Num seminário sobre o “impacto do investimento do PRR no desenvolvimento regional e coesão territorial”, que aconteceu na passada sexta-feira, no Instituto Politécnico de Bragança, o também presidente da Câmara de Vimioso, apontou que este plano é “absolutamente nacional” e, contrariamente ao que considera ter sido feito, o PRR devia ter sido “mais direccionado para os problemas concretos de cada território”, com a criação de avisos e candidaturas. “Eu acho que tem a ver com a questão a estratégia e também da governança. Na minha opinião, a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte devia ter tido um papel mais preponderante quer na definição do programa, quer na execução. O mesmo acontece com câmaras, com a CIM, com as associações empresariais e instituições”, referiu. Jorge Fidalgo acrescentou ainda que a CIM Terras de Trás-os-Montes, que abrange os concelhos de Bragança, Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Mogadouro, Miranda do Douro, Vinhais, Vimioso e Vila Flor, nem sequer foi ouvida sobre as ligações rodoviárias para a região. No que toca às críticas de Jorge Fidalgo, o secretário de Estado do Planeamento, também presente na sessão, salientou que não se pode olhar para o PRR de forma isolada, mas tendo em conta também o Portugal 2020 e 2030, que têm o objectivo directo da coesão territorial. Dos mais de 16 mil milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência, 20% são dedicados à Coesão Territorial. O que para o governante Eduardo Pinheiro está “muito acima da média europeia que é de 7%”. O secretário de Estado explicou que os fundos angariados pelos municípios dependem também das suas “candidaturas” e do “mérito das propostas”. “No caso das agendas mobilizadoras que ainda esta semana foram apresentados os consórcios aprovados, os investimentos feitos no interior são majorados relativamente aos restantes e é dessa forma que se pode fazer. O que temos que ter é um processo concursal em que favorece territórios em que temos que trazer pessoas, riqueza e actividade económica”, sublinhou Eduardo Pinheiro. Na região, a ligação Bragança-Puebla de Sanabria será financiada em 16 milhões pelo PRR. 60% do Plano de Recuperação e Resiliência já foi lançado em concursos e avisos. Vai ainda haver um reforço de 1,6 mil milhões de euros.

Jornalista: 
Ângela Pais