Rebordelo e Mirandela procuram fazer história na Taça Distrital

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Sex, 28/04/2023 - 09:50


As duas equipas defrontam-se na final marcada para domingo, em Bragança. O Mirandela quer fazer a dobradinha. O Rebordelo procura conquistar a segunda taça do palmarés. A história das duas equipas cruza-se através dos seus protagonistas.

A festa da prova rainha do futebol distrital volta ao Municipal de Bragança cinco anos depois. O “pequeno Jamor” do distrital recebe no próximo domingo a final da Taça da A.F. Bragança que coloca frente a frente o S.C. Mirandela, campeão distrital, e o Rebordelo, segundo classificado.

É um jogo que reúne uma série de curiosidades à volta dos seus protagonistas. Isto porque o técnico, André Irulegui, e o presidente, Carlos Correia, do S.C. Mirandela, e Nuno Loureiro, técnico do Rebordelo já se cruzaram no derradeiro jogo da taça em lados opostos. Mas já lá vamos.

Depois da conquista do título distrital, a formação mirandelense só pensa em fazer a dobradinha. Seria a cereja no topo do bolo e o coroar de uma grande época.

Irulegui vai para a sétima final, a segunda como treinador e as restantes como jogador, e na época passada conquistou o troféu ao serviço do G.D. Sendim.

O “mister” conhece bem o ambiente que vive e conhece que a gestão das emoções e do jogo é mais difícil de fazer enquanto treinador. “A ansiedade é a duplicar, pois como treinador temos uma equipa inteira para orientar e controlar. Quando se é jogador é mais fácil”, afirmou o técnico.

Para uma final os jogadores não precisam de motivação extra e é neste jogo que equipas teoricamente mais pequenas se agigantam. Não é o caso. Pois frente estará o campeão distrital e o segundo classificado, um crónico candidato. Irulegui considera que “não há favoritos” e que o Mirandela só assume esse papel “pelo facto de ter sido campeão”. “Há uma pressão maior pois somos campeões e é quase uma obrigação vencer a taça. Isso é algo que em termos emocionais estou a trabalhar com a equipa”.

Os alvinegros estão moralizados q.b. e Irulegui garante que não haverá gestão da equipa. “A jogo vai a melhor equipa que eu entender para vencer a final”, rematou.

O troféu fez o técnico viajar no tempo pois já defrontou o clube que representa enquanto jogador. Foi em 2002 ao serviço do G.D. Mirandês que encontrou o Mirandela na final da taça. O “caneco” foi para a cidade do Tua pois os mirandelenses venceram nos penáltis.

Carlos Correia só pensa na dobradinha

Quem se lembra bem do jogo é Carlos Correia. O presidente do SCM era na altura o capitão de equipa. “Tínhamos uma excelente equipa com jogadores com muitos anos de 3ª divisão como o Hernâni, o Fernando Gomes, o Cadavez e o Gilberto Gomes, que era jogador e treinador. O Mirandês tinha uma boa equipa onde destaco o guarda-redes, o Tino, e o André, o nosso nister actualmente”, recordou.

Vinte e um ano depois, Correia quer voltar a conquistar a taça mas desta vez como presidente. O líder dos alvinegros garante um grupo confiante. “Costuma-se dizer que as finais são para se ganhar. A equipa está motivada, tal como o Rebordelo, e toda a gente quer ganhar ao campeão”.

Loureiro quer voltar a fazer história no Rebordelo

E o Rebordelo volta ao Municipal de Bragança 11 anos depois de ter conquistado a única taça do seu palmarés. O técnico, Nuno Loureiro, também contribuiu para isso. Em 2012, era jogador do Rebordelo, que era treinado por Carlos Garcia, e foi nos penáltis que assegurou o troféu com vitória frente ao Argozelo. Dez anos antes, em 2002, ajudou o Mirandela a vencer a última taça distrital. “São recordações que ficam, especialmente quando se ganha. Na altura, foi na época em que levámos o Mirandela ao nacional e ficou lá até à época passada. Em 2012, ajudei o Rebordelo a conquistar a taça, a única do clube, como jogador”, lembrou.

Nuno Loureiro tem deixado marca no Rebordelo e, com excepção da actual época, discutiu o título distrital até à última jornada. Terminou a temporada na segunda posição e com a presença na Taça de Portugal assegurada pelo quinto ano consecutivo.

Loureiro não esconde a vontade de conquistar a taça distrital e garante a mesma garra e determinação que incute aos seus jogadores. “Quem me conhece e quem conhece a minha equipa técnica sabe que não abordamos os jogos de forma diferente da ideia que temos sempre em mente. Sabemos das dificuldades que vamos ter, vamos defrontar um a equipa que trabalha como profissional e com outros argumentos, mas nós também temos os nossos”.

Para chegar à final da taça, o Rebordelo eliminou os Estudantes Africanos, os Lusos e o Carção. Quanto ao Mirandela afastou o FC Vinhais, o Mirandês e o Macedo. 

Com os protagonistas a cem por cento e na máxima força que venha a festa da taça e que a bola comece a rolar. O pontapé de saída é dado às 17h00, no domingo, no Estádio Municipal de Bragança.

Foto de A.F. Bragança 

Jornalista: 
Susana Madureira