Sindicato dos Jogadores dá conta de casos dramáticos no Campeonato de Portugal

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Ter, 07/04/2020 - 14:28


A crise financeira provocada pela Covid-19 já fez chegar ao Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol situações preocupantes. É que mais de 900 elementos de clubes do Campeonato de Portugal têm o salário de Março em risco.

O Campeonato de Portugal é o mais afectado com a pandemia da Covid-19. “Eu diria que é o Campeonato de Portugal o mais afectado, aliás já o era antes desta crise e agora de forma mais grave. E já o era pela irresponsabilidade dos dirigentes. Não havendo um modelo de licenciamento e regras claras para os clubes vale quase tudo, desde a contratação de jogadores em excesso e sem lhes oferecer as condições essenciais para a prática desportiva”, atirou Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, natural de Bragança.

O dirigente deu conta de que estão a surgir cada vez mais pedidos de ajuda devido a incumprimentos salariais”.

Evangelista não tem dúvidas que a pandemia está a ser usada por alguns clubes para deixar de cumprir com as suas obrigações e, por isso, não defende o fim dos campeonatos. “Para alguns clubes será o aproveitar desta crise para deixarem de cumprir com as suas obrigações fundamentais. Se os jogadores já estão a passar por estas dificuldades como cidadãos iríamos ter outro problema, os jogadores deixarem de ter os seus empregos e qualquer tipo de recurso financeiro durante os próximos meses. Isso é inaceitável”.

O presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol pede a intervenção da Federação Portuguesa de Futebol com medidas que garantam os direitos dos trabalhadores/jogadores do Campeonato de Portugal.

Entretanto, o sindicato já accionou o Fundo de Garantia Salarial para diversos casos e com a ajuda dos capitães de equipa são reportadas as situações mais delicadas.

Joaquim Evangelista acrescentou ainda que com a pandemia da Covid-19 “tem havido pedidos de ajuda de jogadores estrangeiros para a abandonarem o país”, fazendo o sindicato a ponte com as embaixadas dos vários países em Portugal.  

 

 

Jornalista: 
SM