Temperaturas negativas provocam quebra de 40% na produção de amêndoa

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Qua, 27/04/2022 - 10:22


As temperaturas negativas e o vento que se fizeram sentir no início deste mês trouxeram consequências às produções da região

Muitas amendoeiras em fim de floração não aguentaram a oscilação da temperatura e prevêem-se “elevados” prejuízos para o agricultor. Segundo o responsável pela Cooperativa da Amêndoa de Torre de Moncorvo, que abrange o nordeste transmontano, a quebra de produção de amêndoa pode ir até aos 40% nesta campanha. “Os agricultores transmitem queixas, queixas, queixas”, frisou Bruno Cordeiro. Em situações como esta, não há apoios directos do Estado, mas os prejuízos podem ser minimizados se os agricultores tiverem um “seguro de colheita”. No entanto, são poucos os produtores de amêndoa que o têm, porque é “muito muito caro” e “bastante burocrático”. “A maior parte dos produtores vão ter que aguentar com esta perda de produção”, referiu o dirigente. A juntar-se aos estragos, estão ainda os custos de produção, que estão “sempre a subir”, e ainda o preço da amêndoa que tem caído a olhos vistos, deixando os agricultores “desesperados”. “Na última campanha, até Abril, o preço até foi razoável, não bom, mas razoável, mas num curto espaço de tempo desceu de 4,4 euros para 3,5 euros”, disse Bruno Cordeiro, explicando que, com a crise mundial, as pessoas deixaram de ter poder de compra e, por isso, deixam também de comprar este fruto. Perante este cenário, o responsável pela cooperativa acredita que muitos não têm outra solução senão deixar a actividade. “Vai haver pessoas que vão ter que abandonar, porque não vão conseguir manter a exploração, com os custos de produção e com a perda de produção”, lamentou. A Cooperativa da Amêndoa de Torre de Moncorvo tem cerca de 1500 agricultores associados e abrange os concelhos de Torre de Moncorvo, Mogadouro, Alfândega da Fé, Vila Flor, Freixo de Espada à Cinta, Mêda, Vila Nova de Foz Côa, São João da Pesqueira e Valpaços.

Jornalista: 
Ângela Pais