A vitória ficou no Minho

PUB.

Ter, 22/11/2005 - 17:16


Foi um dia não em toda a linha para os trasmontanos, onde até o autocarro que transportava a equipa alvi-negra avariou.

Com uma entrada em campo autoritária e cheia de moral, os anfitriões contrastavam com os forasteiros, que em nada pareciam a equipa que já se fez notar neste campeonato.
Logo aos 3’ um golo muito bem anulado, por deslocação aos minhotos, mas o facto de verem a bola tocar no véu da noiva da sua baliza funcionou como um anestésico para os trasmontanos, que deixaram o Amares fazer o seu jogo com alguma facilidade. E, se o sector recuado até ia funcionando bem, na zona da criatividade havia ausência de inspiração. Os passes não fluíam com a perfeição habitual e o último toque não funcionava ou ia, mesmo, para fora do alvo. Tornava-se lisonjeiro o empate sem golos, espelhando um certo sabor a injustiça para a melhor prestação local.
O intervalo fez bem aos alvi-negros, acordou-os e, no regresso, a equipa parecia outra, mais parecida com a sua forma de jogar e controlar a bola. E, se na primeira parte brilhara Menezes e se adivinhava o golo local, a realidade era a mesma, mas com Edgar a brilhar agora e a espreitar o golo forasteiro.
E é precisamente num lance envolvente, com toda a equipa a intervir, em que o golo parecia ser o mais natural e fácil, que um ressalto permite a abertura directa para as costas da defensiva transmontana. Isolado, Pires executa um chapéu soberbo ao desesperado e desamparado Menezes, que bem se esforçou para negar o golo, mas nada podia fazer.
O Mirandela inicia, então, um ciclo avassalador com os lances de perigo a surgirem em rodopio alucinante, mas com a falta de sorte e a pressão pelo empate a fazerem os seus efeitos. Há mesmo um lance em que a defensiva local sente a eminência do empate em cinco situações e só descansa quando Sanny toca mal na bola e esta sai a queimar o poste.
Sem exageros se pode dizer que, até ao golo, os locais foram a melhor equipa no terreno e que depois deste, foram os forasteiros a exercer esse estatuto. É que dada a segurança defensiva das duas equipas, a sorte do jogo acabou por decidir a contabilização dos 3 pontos. O Mirandela pode queixar-se de si próprio e duma exibição mais equilibrada do seu adversário que, apesar do sufoco final, justifica a vitória, embora o empate não escandalizasse ninguém.
Quanto à equipa de juízes, fizeram um trabalho cinco estrelas.

Jogo no Estádio do Amares. Tarde de chuva e temperatura agradável e relvado irrepreensível.

Trio de Arbitragem da A.F.Viana do Castelo: Rui Fernandes, Ernesto Gama, Tiago Pereira – classificação de 0 a 10 – 10

Amares 4x2x3x1
Edgar-5, Agostinho-5, Maria-5, Lelo-5 (Sousa-4 56’), Gama-5, André-5 (cap), Saviola-5 (Barbosa-! 88’), Pires-6 (Hugo-5 79’), Petit-4 (sub-cap), André-4, Faneca-4
Não utilizado: Manu. REusso, Maca
Disciplina: C.A. a Lelo 36’, Faneca 82’, Agostinho 86’, André 91’ e 93’’ (C.,V. p/acum), Hugo 98’
Melhor em campo; Pirers
Técnico: Carlos Alberto

Mirandela 4x3x3
Menezes-5, Fábio Pinto-5 (sub-cap), Pinto-4 (Ivo-4 66’), Ramalho-5, Didácio-5, Sanny-5, Veiga-4 (Tony-4 66’), Rui Lopes-6 (cap), Eduardo-5, Luizinho-4 (Luís Moreno-5 55’), Hugo Costa-4
Não utilizados: Paulo Cunha, Luís, Bernardino, Jorge
Disciplina: C.A. a Hugo Costa 11’, Ramalho 38’, Sanny 42’
Melhor em campo: Rui Lopes
Técnico: Carlos Correia

Marcha do marcador: 0-0 ao intervalo – 1-0 Pires 51’