As doenças neurodegenerativas e a nutrição

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Está comprovado que os nutrientes interferem com a integridade do sistema nervoso, com a neurotransmissão e no tratamento de doenças psiquiátricas e neurológicas.

A esperança de vida da população tem aumentado consideravelmente nas últimas décadas graças a melhores condições sociais, de saneamento e de saúde em geral o que leva a um aumento da incidência de doenças neurodegenerativas, que se refletem em prejuízos nas funções cognitivas, comprometimentos funcionais, de compreensão e de comportamento, originando demências, como a doença de Alzheimer, a doença de Parkinson, entre outras.
No cérebro os danos causados pela ação do stress oxidativo através dos radicais livres, danificam a estrutura dos neurónios, e uma vez danificados, estes continuarão assim por todo o tempo de vida do indivíduo. Sabe-se que os nutrientes interferem com a integridade do sistema nervoso, com a neurotransmissão e no tratamento de doenças psiquiátricas e neurológicas.
Os nutrientes importantes
As gorduras são constituintes das membranas neuronais e estão presentes na gema de ovo, miudezas (fígado de aves…), frutos gordos e sementes de oleaginosas e seus óleos ricos em ómega 3 (colza, noz, linho), pequenos peixes gordos (sardinhas, arenques…).
Os aminoácidos, ou seja proteínas, indispensáveis na neurotransmissão presentes na proteína animal (peixe, carne, lácteos, ovos) em equilíbrio com o consumo de proteínas vegetais (cereais, leguminosas).
A glicose, único combustível utilizado para o funcionamento cerebral presente nos amidos ao pequeno-almoço e refeições principais e frutas aos lanches.
Os minerais e oligoelementos, fatores indispensáveis à síntese e ação de mensageiros. Presentes nas frutas e legumes secos e/ou frescos, peixes, águas minerais, miudezas, marisco, peixe, carne, cacau e frutos secos.
As vitaminas, que favorecem o desempenho intelectual, memória, concentração e resistência ao stress, contribuindo para a síntese dos mensageiros presentes nos produtos à base de cereais completos, cacau, legumes diversificados e frutos secos e sementes de oleaginosas.

A Dieta Mediterrânica é rica
em compostos bioativos

A Dieta Mediterrânica contém um conjunto de alimentos e uma frequência de consumo destes, que em muito contribui para a prevenção e melhoria de sintomas das doenças neurodegenerativas.
Devemos pôr em pratica os seus ensinamentos!
Assumem uma grande importância como possíveis agentes protetores que ajudam o corpo humano na redução dos danos causados pelo stress oxidativo.
Os compostos bioativos são provenientes de diferentes partes de alimentos de origem vegetal.
Polifenóis estão presentes nas frutas (maçã, cereja, amora, mirtilo, uva), em hortaliças (brócolos, couve-flor, cebola, beterraba), nas ervas e especiarias (manjericão, alecrim, gengibre, açafrão), nas oleaginosas (nozes, amêndoas) e nos chocolates pretos com maior teor de cacau (acima de 50%).
Resveratrol está presente nos sumos de uva tinta, amora, no chocolate preto e também no vinho tinto
Carotenoides estão presentes na cenoura, abóbora, pimento vermelho e amarelo, tomate, batata doce, beterraba, melancia, gema do ovo, mariscos, brócolos e folhas verdes escuras.

A nossa atitude hoje perante os alimentos, vale-nos, garantidamente, um futuro mais saudável!

Serviço de Nutrição e Alimentação
da Unidade Local de Saúde do Nordeste