Os perigos de intoxicação por monóxido de carbono

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Em Portugal, anualmente, milhares de pessoas sofrem intoxicação por monóxido de carbono, das quais cerca de 30 acabam por morrer. Com a aproximação de uma época com muito frio, em que se intensifica a utilização de equipamentos de combustão, a Unidade Local de Saúde do Nordeste, através da Unidade de Saúde Pública, vem alertar para os riscos de intoxicação por monóxido de carbono, decorrentes da utilização desses equipamentos em locais mal ventilados. O monóxido de carbono é um gás tóxico, que não tem cor nem cheiro. A sua inalação pode provocar perda de sentidos e inclusive a morte, se a vítima não for socorrida a tempo. O monóxido de carbono resulta de uma combustão incompleta de combustíveis sólidos (carvão, lenha), líquidos (petróleo, gasolina, gasóleo) ou gasosos (gás natural, butano, propano). Aparelhos de combustão tais como esquentadores, caldeiras, fogões e aquecedores, instalados de forma incorreta, mal regulados ou em deficiente estado de conservação, podem conduzir à formação deste gás tóxico. As braseiras e grelhadores, bem como lareiras e salamandras a lenha levam, também, à acumulação deste gás em locais mal ventilados.

Veneno “silencioso”

O monóxido de carbono mistura-se com facilidade na atmosfera de uma habitação, sem que as vítimas tenham consciência disso. Penetra no organismo através da respiração e a sua toxicidade varia em função da concentração, da duração da exposição e da suscetibilidade individual, sendo os grupos de maior risco as crianças, mulheres grávidas, doentes crónicos e idosos.

Os primeiros sinais de intoxicação por monóxido de carbono são as dores de cabeça, náuseas e fadiga. Estes sintomas ocorrem lentamente. Se a exposição ao monóxido de carbono se mantiver, a pessoa começa a sentir tonturas, distúrbios de comportamento, perda de consciência e em seguida entra em coma e morre. Durante o sono, estes sintomas não são suficientemente fortes para acordar a pessoa, e consequentemente os alertas não são sentidos, causando a morte, sendo por isso conhecido como o “assassino silencioso”.

O efeito tóxico do monóxido de carbono leva a uma diminuição de oxigénio no organismo. O monóxido de carbono substitui o oxigénio na hemoglobina, sendo esta o transportador principal do oxigénio aos tecidos no organismo humano, através do sangue. Este gás tem uma afinidade 200 a 500 vezes superior ao oxigénio na hemoglobina, pelo que o vai substituindo facilmente.

Os tecidos mais sensíveis aos efeitos tóxicos do monóxido de carbono são aqueles que têm maiores necessidades metabólicas, como é o caso do sistema nervoso central e do músculo cardíaco. 

 

Para evitar acidentes:

- Deixe circular o ar na sua casa: certifique-se que as grelhas de ventilação não estão obstruídas

- Nunca utilize braseiras ou grelhadores a carvão em espaços fechados

- Promova a limpeza periódica de chaminés e condutas de saída de fumos

- Lembre-se que as instalações e manutenção devem ser feitas de acordo com as instruções do fabricante e, no caso dos aparelhos a gás, por empresas credenciadas

- Solicite inspeções periódicas às instalações de gás

- Assegure-se de que a reparação dos aparelhos de combustão é feita por apenas profissionais habilitados para o efeito

- Desligue ou apague os aparelhos da combustão sempre que se ausentar de casa 

 

Em caso de intoxicação

por monóxido de carbono:

- Areje o local, abrindo portas e janelas

- Desligue todos os aparelhos que possam estar na origem do acidente

- Retire a vítima do local e leve-a para um sítio arejado ou mesmo para a rua

 

Perante suspeitas de intoxicação contacte o Centro de Informação Antivenenos (808 250 143) e siga as instruções dadas.

Nos casos mais graves (por exemplo perda de consciência) ligue o 112.

Siga estas recomendações e tenha um inverno quente em segurança!

 

Unidade de Saúde Pública

ULS Nordeste