Proteja-se do vírus HPV

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O que é o HPV ou Papilomavírus Humano?

O que é o HPV ou Papilomavírus Humano?

Existem mais de 120 tipos diferentes de vírus HPV, dos quais 40 afetam preferencialmente os órgãos genitais (vulva, vagina, colo do útero, pénis e ânus). Dividem-se em tipos de alto e de baixo risco, em função das doenças que causam. Nos HPV de alto risco incluem-se os tipos 16 e 18, que são responsáveis por 75% das lesões mais graves (cancerosas). Nos HPV de baixo risco estão incluídos os tipos 6 e 11, que são responsáveis pela maioria das doenças benignas causadas pelo HPV, das quais as mais frequentes são os condilomas ou verrugas genitais.

O HPV afeta ambos os sexos?

Sim, o Papilomavírus Humano infeta tanto homens como mulheres, que tenham atividade sexual, independentemente da idade. Homens e mulheres são transmissores da infeção por HPV. Na maior parte dos casos sem o saberem, porque não têm qualquer sintoma. A transmissão pode ocorrer muito facilmente. Basta o contacto genital (pele a pele ou outro).
Estima-se que ao longo da vida, 75 a 80% dos homens e mulheres sejam expostos ao HPV. Na maioria dos casos, a infeção provocada pelo HPV desaparece espontaneamente ao fim de 1 a 2 anos. Mas noutros casos, a infeção pode progredir para doença, como cancro do colo do útero, da vagina, da vulva, do ânus e do pénis e condilomas ou verrugas genitais. Não há maneira de prever quem vai desenvolver doença associada ao vírus.
Na maioria das vezes a infeção pelo vírus não tem qualquer sintoma e mesmo quando a doença já está instalada, esta pode ser assintomática (daí a importância de efetuar regularmente os rastreios aconselhados pelo(a) médico(a) de família). 

Que doenças provoca o HPV? 

Existem várias doenças oncológicas e não oncológicas que estão associadas a este vírus:
• 100% dos cancros
do colo do útero
• 84% dos cancros do ânus
• 70% dos cancros
da vagina
• 47% dos cancros do pénis
• 40% dos cancros da vulva
• 99% dos condilomas
ou verrugas genitais
O HPV é hoje considerado o 2º carcinogéneo mais importante, logo a seguir ao tabaco. Está associado a 5% dos cancros, no geral, e a 10% dos cancros da mulher.

Como prevenir?

É possível prevenir um número significativo de doenças provocadas pelo HPV através da vacinação, pelo que é aconselhável falar sobre este tema com um profissional de saúde.
A vacinação contra o HPV passou a fazer parte do Programa Nacional de Vacinação (PNV) em 2008, à data englobando raparigas de 13 anos. Na última atualização, em 2017, a vacina HPV9 foi introduzida no PNV com indicações para ser administrada a raparigas de dez anos e até à véspera de completarem  os  18  anos,  de  modo  a otimizar  o  grau  de  proteção.
A partir de 1 de outubro de 2020, a vacina contra o HPV passou a ser incluída no PNV também para rapazes aos 10 anos, nascidos após 1 de janeiro de 2009. Isto porque, ao serem vacinados, os rapazes terão menor risco de desenvolver cancros como o do ânus, pénis, cabeça e pescoço e verrugas genitais, provocadas por alguns tipos de HPV.
Ainda que fora do PNV, é cada vez mais frequente a recomendação de vacinação a todas as mulheres, mesmo aquelas que já foram infetadas com alguma forma de HPV, até porque a vacina pode oferecer proteção em relação a outras estirpes do vírus. Por isso, e se tem dúvidas, fale com o seu médico(a). 
Porque devo proteger os meus filhos se ainda não iniciaram a vida sexual?

Pode ser difícil pensar que o seu filho ou filha podem vir a ter contacto com o HPV, pois ainda não têm atividade sexual. Mas, tal como outras vacinas, é importante administrá-la antes do possível contacto com o vírus.

A minha filha, mesmo vacinada, vai necessitar de fazer o rastreio no futuro?

A administração da vacina é o meio mais eficaz na prevenção da transmissão do vírus. A vacina nonavalente, atualmente disponível, confere proteção específica contra os tipos 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58 do HPV, que em Portugal são responsáveis por 97% dos casos de cancro do colo do útero. A vacina nonavalente protege também contra os tipos 6 e 11 do HPV, responsáveis por 90% dos casos de condilomas genitais. No entanto, como estas vacinas não protegem contra 100% dos casos de cancro do colo do útero, as mulheres vacinadas com idade igual ou superior a 25 anos e igual ou inferior a 60 anos devem continuar a fazer o rastreio, através de teste do HPV, em citologia ginecológica em meio líquido.
Este exame ginecológico, vulgarmente conhecido como Papanicolau, tem como objetivo detetar precocemente lesões no colo do útero e permitir o seu tratamento atempado e adequado, prevenindo a evolução de alterações das células do colo do útero para cancro.
O HPV não escolhe sexos nem idades, a prevenção também não. Por isso, proteja-se com o apoio do seu médico(a) de família! 

Fonte: www.hpv.pt