Montes de festas a 15 de Agosto

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Qua, 21/08/2019 - 09:17


Olá gentinha boa e amiga!

Já estamos no último terço do mês de Agosto. Todos os dias deste mês têm parecido feriados, porque há sempre festas, romarias, casamentos e baptizados, mas o dia 15 continua a ser o auge das festas, pois é feriado e dia santo de guarda, em honra da Assunção de Nossa Senhora. É o dia em que há mais festas em Portugal, todas com muita gente. No programa desse dia, falámos com inúmeras localidades que têm como padroeira N.ª Sr.ª da Assunção: Vilas Boas, em Vila Flor, a maior romaria do nordeste, Samil, Carocedo, Pinela, Izeda, Quintas do Vilar, Carragosa, Serapicos e Deilão, todas no concelho de Bragança e ainda, Caçarelhos e Vale de Frades, de Vimioso, Talhinhas (Macedo de Cavaleiros), Brunhosinho (Mogadouro), a vila de Vinhais e a aldeia de Cidões (Vinhais). No mesmo dia 15, em Nogueira (Bragança), festeja-se a Sr.ª da Cabeça, em Algoso (Vimioso), a N.ª Sr.ª do Castelo, em Bragança, no castelo, festeja-se a Sr.ª do Sardão, que há alguns anos está inserida na Festa da História em cuja procissão desfilam todos os figurantes (ver foto) e sobre a qual deixamos também a lenda.
É também no dia 15 de Agosto que se festeja, em Remondes (Mogadouro), a festa da Santa Sinforosa, na sua capela própria. Como há alguns anos nos disse o falecido tio Daniel Pereira, de Remondes, a devoção a esta santa começou com os pastores e cabreiros, que no dia da festa, logo pela manhã, traziam os seus rebanhos para que a Santa Sinforosa pudesse escolher um animal, que depois era rematado e o dinheiro revertia a seu favor. Aquele animal que entrasse ou o que ficasse mais perto da capela era o “escolhido pela santa”. Esta tradição dos pastores era muito apreciada por toda a gente, que tinha curiosidade observar a reacção dos animais, já que a escolha podia demorar algum tempo. A tradição já não se cumpre, mas a festa continua rija.
Também são muitas as localidades que no dia 15 de Agosto realizam almoços-convívio, onde a sardinha é rainha.
Nos últimos dias festejaram o seu aniversário connosco o tio Isidoro Teixeira (80), de Ferreiros (Valpaços); a tia Lurdes Pires (72), de Paradinha de Outeiro (Bragança); Maria da Assunção (51), de Bagueixe (Macedo de Cavaleiros); Dalma Reis (70), de Bragança; Marieta Martins (83), de Bragança; Guilhermina Silva (72), de Vinhais; Baltazar Monteiro (90), de Golfeiras (Mirandela); Felisbina (92), de Constantim (Miranda do Douro) e Maria do Carmo (71), de Sobreiró de Cima (Vinhais). Que para o ano o ministro dos parabéns lhos volte a cantar.

Lenda da Senhora do Sardão
Há muitos e muitos anos, quando se construiu a igreja de Santa Maria, em Bragança, a cidadela era frequentemente invadida por mouros. Então o povo, como tinha grande devoção por Nossa Senhora, resolveu escondê-la no tronco de um sardão, num sardoal que havia logo por trás do castelo, pois os inimigos podiam roubá-la e destruída. 
Entretanto o tempo foi passando, as pessoas foram morrendo e Nossa Senhora ali ficou escondida. Até que, num certo dia, andava um pastor a guardar o seu rebanho, quando, ao escurecer, viu duas luzinhas que brilhavam ao longe. Ficou muito assustado e foi chamar outra gente para verem o que seria tal coisa. 
Foram então na direcção das luzinhas e descobriram Nossa Senhora no tronco do sardão. Diz o povo que as luzinhas eram os seus olhos. Fez-se então uma grande procissão para levar a imagem para a igreja de Santa Maria, dentro das muralhas do castelo. 
Por esta razão, a igreja de Santa Maria ainda hoje é chamada pelas pessoas mais idosas Igreja de Nossa Senhora do Sardão.

Fonte Biblio: PARAFITA, Alexandre «A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes», Tesouros Vila Nova de Gaia, Gailivro, 2006, p.224-225

No dia 16 de Agosto também se festejou o São Roque em Parada (Bragança), Salsas (Bragança) e Bagueixe (Macedo de Cavaleiros), aldeia onde, no dia seguinte, outro santo teve festa, o São Paio, com capela própria.
Como festejamos a vida e choramos a morte, Deus chamou a tia Maria Machado, de Alfaião (Bragança). Que em paz descanse a sua alma.