Ter, 28/10/2025 - 09:27
Bragança mantém-se, uma vez mais, como o distrito do país onde nascem menos bebés. Segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, apenas 420 recém-nascidos realizaram o teste do pezinho nos primeiros nove meses deste ano, número que coloca o distrito no último lugar da lista nacional.
Os números agora divulgados referem-se ao período entre janeiro e setembro e confirmam a tendência dos últimos anos, Bragança continua a ser o território com menor natalidade em Portugal. Em todo o ano de 2024, o distrito também registou o valor mais baixo do país, com 494 testes do pezinho realizados, o que representa menos 100 bebés do que em 2023, quando tinham sido contabilizados 594 nascimentos, ano em que Bragança também ficou no último lugar da lista.
Apesar da quebra no distrito, o panorama nacional mostra um sinal positivo. Entre janeiro e setembro de 2025 nasceram 65.410 bebés, mais 2.173 do que no mesmo período de 2024, confirmando uma ligeira recuperação da natalidade.
Lisboa lidera a lista, com 19.891 testes realizados, seguida do Porto, com 11.650, e Setúbal, com 5.229. No extremo oposto, além de Bragança, surgem Portalegre, com 440 testes realizados, e Guarda, com 489.
O teste do pezinho é efetuado no âmbito do Programa Nacional de Rastreio Neonatal, coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, e cobre praticamente todos os nascimentos em Portugal. O exame, realizado nos primeiros dias de vida, permite detetar doenças genéticas graves, como a fenilcetonúria ou o hipotiroidismo congénito, que podem beneficiar de tratamento precoce.
Em 2024, o programa analisou 84.631 recém-nascidos em todo o país, identificando 118 casos positivos, com uma média de início de tratamento aos 9,5 dias de vida. Desde que o programa entrou em funcionamento, em 1979, já foram rastreados mais de 4,3 milhões de bebés e diagnosticados 2.796 casos positivos.
Apesar do cenário nacional ligeiramente mais animador, os dados voltam a colocar Bragança no centro das preocupações demográficas, evidenciando a tendência de envelhecimento e despovoamento que continua a marcar o território transmontano.


