Aeródromo de Bragança: que futuro?

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Ter, 08/08/2006 - 14:31


O Sistema Aeroportuário Nacional não prevê a transformação do aeródromo de Bragança em aeroporto regional, tal como tem vindo a ser defendido pela edilidade bragançana.

O documento, apresentado em Julho passado pelo Governo, refere que “não se considera necessário incentivar a criação de uma rede de aeródromos de suporte à rede principal de transporte aéreo já existente”, ou seja, aos aeroportos de Lisboa, Porto ou Faro.
Apesar de tudo, o plano coloca no topo a infra-estrutura bragançana ao nível da qualidade do piso e comprimento de pista, juntamente com Aveiro, Évora, Cascais, e Viseu.
De acordo com o estudo, em Portugal existe “um número reduzido de aeródromos que actualmente acumulam funções de transporte aéreo para aeronaves de pequena dimensão”. Neste grupo inclui-se o aeródromo de Bragança, juntamente com 23 infra-estruturas que “apresentam uma boa distribuição pelo território continental, podendo receber voos Schengen sem necessidade de qualquer tipo de requisição do INAC”, acrescenta o plano aeroportuário.
Sendo assim, o futuro da pista Bragança é encarado numa perspectiva de prestação de serviços de transporte aéreo no âmbito do ordenamento de território.
“A contribuição do aeródromo de Bragança é para efeito do ordenamento do
território, sendo para tal necessário assegurar que a infra-estrutura cumpra com os
requisitos de security e de safety para operar com a função de transporte aéreo com
aeronaves de pequena dimensão”, salienta o Sistema Aeroportuário.
Neste sentido, o documento enumera os principais constrangimentos dos aeródromos certificados, “derivados da falta de recursos humanos qualificados, bem como dos equipamentos existente na área da comunicação, navegação, vigilância, e segurança”.

Reavaliar serviço público

No que respeita aos voos comparticipados pelo Estado, nomeadamente a carreira Bragança-Vila Real-Lisboa, o Plano Aeroportuário Nacional defende que “as obrigações de serviço público e padrões de qualidade associados deveriam ser reavaliados de modo a assegurar uma operação minimamente razoável do ponto de vista económico”.
Em 2005 o número de movimentos reais totais de serviço público foi de 10.084, tendo sido transportados 1.622.984 passageiros, pelo que foram atribuídos aos transportadores aéreos 26.376.006 de euros em indemnizações compensatórias.
Contudo, “de salientar o baixo load factor verificado nas rotas de serviço público em Portugal Continental, nomeadamente 5 passageiros por movimento (entre Lisboa e
Bragança) e 6 passageiros por movimento (entre Vila Real e Lisboa)”, refere o documento.
Tendo em conta que o avião da Aerocondor que opera nesta carreira tem lotação para 19 passageiros, conclui-se que a taxa de ocupação ronda o 60 por cento.