Ter, 02/10/2007 - 10:42
A “Castanheira” milenar de Lagarelhos, uma árvore classificada de Interesse Público, é o cartão de visita da freguesia, onde os castanheiros são a principal fonte de receita para quem vive da agricultura.
Apesar da idade, a população da freguesia de Vilar de Ossos aposta na lavoura e na pecuária, fontes de rendimento que somam às pequenas reformas.
“A Junta aposta muito no apoio aos idosos. Com o avanço da idade, as pessoas precisam de ajuda para tratarem de determinados assuntos e eu gosto de ajudar. Há vezes que chego a ir com as pessoas aos locais”, salienta o presidente da Junta de Freguesia de Vilar de Ossos, Manuel Martins.
Apesar do envelhecimento dos habitantes, na freguesia não existe nenhum Lar de idosos nem Centro de Dia. “Uma das escolas que encerrou podia ser transformada num Centro para idosos, que servisse toda a freguesia. É um projecto para pensar a longo prazo, visto que é preciso obter acordos com a Segurança Social”, frisou Manuel Martins.
Reformados regressam a Vilar de Ossos para descansarem na terra que os viu nascer
Na óptica do autarca, a salvação das aldeias tem sido o regresso daqueles que partiram para o litoral e para o estrangeiro. “Há muita gente que se reformou fora e agora voltou para sua terra. Eu sou uma dessas pessoas. Estive cerca de 30 anos em Lisboa e agora voltei à minha terra, que é Lagarelhos”, acrescentou o presidente da Junta.
Nas três comunidades vivem cerca de 500 pessoas, sendo Vilar de Ossos a aldeia com mais idosos.
A Casa dos Condes e a Igreja Matriz são monumentos históricos que trazem turistas à sede de concelho, que ganha mais vida no mês de Agosto, altura em que regressam os emigrantes e aparecem mais visitantes.
Quem resiste nestas aldeias lamenta a saída dos jovens e recorda os tempos em que a animação tomava conta da juventude. “Fazíamos bailes ao domingo, no largo da igreja, que juntavam mais gente do que agora num dia de festa”, recorda Pedro dos Anjos, habitante em Vilar de Ossos.
Agora, o tempo passa mais devagar e os residentes apostam no convívio e distraem-se a tratar de pequenos campos de cultivo. “Vou cultivando umas batatas e uns feijões para a despesa. Assim o tempo até passa mais depressa”, remata Pedro dos Anjos.


