Ter, 22/07/2008 - 10:31
Descendo o troço que parte da Estrada Nacional 102 em direcção a Vilares da Vilariça, começa a desenhar-se uma das localidades mais peculiares da região.
A calma transmitida pelas águas da Barragem da Burga debate-se com a beleza do conjunto de casas que, vistas de perto, apresentam características verdadeiramente únicas.
Este conjunto habitacional antigo é um dos principais cartões de visita daquela freguesia que dista cerca de 12 quilómetros da sede de concelho, Alfândega da Fé. Com o esplendor do Vale da Vilariça e da albufeira, que atrai vários turistas, a seus pés, Vilares da Vilariça oferece uma visita por ruas e ruelas verdadeiramente inesquecíveis. Apesar da avançada idade das suas casas, a sua impecável conservação transporta os curiosos até outras épocas, em que o granito e as varandas em ferro forjado e madeira eram os principais materiais utilizados na construção de edifícios. Assim, entre as ruelas é possível ver casas brasonadas, como a que pertenceu à família dos Távora, enquanto se avistam fontes ou um cruzeiro, sempre com um olhar sobre a riqueza do Vale da Vilariça.
Cada rua, devidamente assinalada com placas típicas do concelho, tem um nome característico e bastante peculiar, como Rua do Canto ou do Fragão, que nos leva a questionar o porquê destas denominações.
Antigamente fragmentada nas localidades de Vilares de Cima e Vilares de Baixo, a origem da freguesia remonta ao período suevo, tendo sido posteriormente povoada. Desde o século XVIII, que a localidade integra os lugares de Colmeais, Vilar de Baixo e Vilar de Cima.
Além da paisagem envolvente, como o Vale da Vilariça e a Barragem da Burga, e o riquíssimo património habitacional, a freguesia é, ainda, conhecida pelo espólio da sua igreja matriz, com destaque para uma cruz das almas em cobre, do século XV.
Já na encosta sul da Serra de Bornes, pode visitar-se a capela de Nossa Senhora do Socorro, de onde se avista todo o Vale até ao rio Douro.