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Pioneiros chegam-se ao líder

Ter, 10/01/2017 - 18:26


Diogo Fernandes, Edgar e Nelinho, que bisou, apontaram os golos da formação brigantina.
Na peugada do líder está também o Sp.Moncorvo. A equipa de André Lopes venceu pela margem mínima (2-3) o Futsal Mirandela e ocupa o terceiro lugar com a mesma pontuação dos Pioneiros, 12 pontos.

Jovens jogadoras mostraram serviço em Vila Flor

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Ter, 10/01/2017 - 18:23


Uma derrota (2-1) com Viana do Castelo e um empate (2-2) com Braga foram os resultados conseguidos pela selecção distrital da A.F.Bragança na fase zonal do Torneio Inter-associações, que se realizou no passado fim-de-semana em Vila Flor.

Henrique segura empate

Ter, 10/01/2017 - 18:19


A boa exibição de Henrique permitiu à formação de Leandro Pedrosa somar o segundo ponto esta temporada.
Os forasteiros foram superiores e tiveram várias oportunidades para marcar, mas o jovem guardião mostrou-se bastante seguro entre os postes negando o golo à equipa de Santo Tirso.

Centros de Saúde com horário alargado

A Unidade Local de Saúde do Nordeste alargou o período de funcionamento do Centro de Saúde de Santa Maria, em Bragança, e do Centro de Saúde de Mirandela I.
Neste período de maior incidência gripal, o Serviço de Consulta Aberta funciona todos os dias, de segunda a sexta-feira, até às 22 horas. E ao fim-de-semana entre as 9 e as 19 horas.
Este Inverno, se ficar doente, tem ainda disponível a Linha de Saúde 24.
Ligue primeiro para o 808 24 24 24.

Nós trasmontanos, sefarditas e marranos Sebastião Lopes (Nunes) Sobreda (157_-1633)

Sebastião Lopes Sobreda era um dos 6 filhos de António Lopes de Castro e Leonor de Almeida, neto paterno de Francisco Lopes, natural de Vinhais e de Mécia Lopes, de Bragança. Nasceu na aldeia de Castro Roupal, do medievo concelho de Izeda, ao início do último quartel do século XVI. Casou com Filipa de Almeida, da família de sua avó materna e que, em Lisboa “tratava de encomendas para o Brasil”. Possivelmente, o casal estabeleceu morada na Quinta de Sobreda, termo da aldeia de Castro Roupal e certamente o sobrenome foi daí tomado. A quinta (ou pequena aldeia) era dotada de uma capela, da invocação de Santo Antão, ignorando-se quem a construiu. Em ligação com outra sita na margem do rio Sabor, conhecida por Santo Antão da Barca, estaria ligada aos caminhos medievais para Santiago de Compostela.(1)
Na sequência das denúncias feitas por Pedro de Matos, em 1618,(2) na inquisição de Coimbra, Sebastião abandonou a terra e dirigiu-se a Madrid. Com ele seguiriam suas 3 irmãs: Luísa de Almeida (depois casada com António Lopes Cortiços); Mécia de Almeida que casou com António Lopes Ferro e Mariana de Almeida, esta já viúva do Dr. João Soares de Chaves. Em Castela, Sebastião prosperou e rapidamente se integrou na prestigiada classe dos rendeiros. Faleceu em 1633, segundo a informação de Markus Schreiber.(3)
Sobre os descendentes de Sebastião Lopes Sobreda, temos algumas informações recolhida se diversas fontes. Alguns deles ganharam alguma importância, até mesmo a nível internacional. Vejamos um pouco:

* Fradique Lopes, que seria o filho mais velho, casou em Olivença, com Beatriz Queirós. O casal terá regressado a Portugal, fixando residência na aldeia de Limões, na vizinhança da Quinta da Sobreda. Certamente a família se destacava pela sua riqueza e modo de vida e isso despertava invejas entre a gente fidalga cristã-velha e alguma animosidade do povo que neles via cobradores de rendas e prestamistas usurários. E sobre eles, como, aliás, sobre todas as famílias da nação hebreia, havia uma vigilância constante dos esbirros da inquisição que punham a correr notícias e boatos de mau viver, em termos de religião. A propósito, veja-se a informação que o arcediago Francisco Luís,(4) comissário da inquisição enviava para Coimbra em Julho de 1637:

— Estando os dias passados em uma conversação onde estavam, se não me engano, três clérigos, disse o Abade Alfaião que lhe disse um clérigo de Limões que um filho de Fradique Lopes era circuncidado, e que o próprio se dizia do pai. Quanto ao filho, disse que quando o fora baptizar o revendo abade de Vinhas, o pai lho mostrara para que se não deixasse de ver, e lhe mostrara o próprio membro do filho, para mais dissimular e que se não fizesse caso daquilo, porque disse que estava feridinho  e ensanguentado. E mais disse que um clérigo lhe dissera, cujo nome ele referirá, quando seja perguntado, dissera que estando com outro por se tirarem daquela dúvida, andando o menino brincando, o chamaram e lhe levantaram o mantéu ou calções  e lhe acharam aquele sinal e ferida.(5)

*António Lopes e Baltasar de Almeida fixaram-se na região da Biscaia, trabalhando no negócio do sal, cujo monopólio estava na mão do seu parente Fernando Montesinhos, nascido em Vila Flor em 1589, filho de Manuel Lopes Teles(6) e sua mulher Filipa Dias. Fernando Montesinhos foi casado com Serafina de Almeida, uma das filhas de Manuel de Almeida Castro, de Izeda.

*Também naquela região de Espanha e na mesma atividade começaria Manuel de Almeida e Castro a sua vida de empresário. Nascido por 1593, Manuel de Almeida deixou a Biscaia, passando a Córdova e trocando o negócio do sal pelo dos cavalos, associando a seu primo Manuel Ferro e Castro, filho da sua tia Mécia de Almeida, no fornecimento daqueles animais à Coroa de Espanha. E na Corte madrilena terá ganho alguma influência já que, em 1665, foi elevado à categoria de cavaleiro, condecorado com a Ordem de Avis, conforme consta de documento apresentado pelo Abade de Baçal, do teor seguinte:
— Manuel de Castro Almeida, capitão, natural de Bragança, filho de Sebastião Lopes de Castro e de Filipa de Almeida, neto paterno de António Lopes de Castro e de Leonor de Almeida e materno de Francisco Lopes de castro e de Maria de Almeida, todos naturais de Bragança. Habilitação de genere a 5 de Fevereiro de 1665 em Madrid para o hábito de S. Bento de Avis. Como testemunhas no processo depuseram: Manuel Pimentel “platero” (ourives da prata, artista), viúvo, residente em Astorga, natural de “Bergança”; Jerónimo Dias, viúvo, residente na vila de Baneza, tesoureiro de alcabalas, tenente de corregedor na mesma vila; António Garcês Brandão, licenciado, de cinquenta anos, natural de Moncorvo, residente em Madrid; Luís de Almeida de Figueiredo, cavaleiro do hábito de Cristo, de sessenta e cinco anos, natural de Freixo de Espada à Cinta, residente em Madrid.(7)
*A filha Serafina de Almeida, faleceu solteira, enquanto Leonor de Almeida e Oliveros Nunes se mantinham solteiros em 1639, vivendo com a mãe, em Castro Roupal. Posteriormente Oliveros Nunes terá casado com Guiomar Pimentel, de Chacim. O casal fugiu para Espanha em 23 de Dezembro de 1651, com a ajuda de um grupo de passadores de Vimioso.(8) Do grupo de fugitivos fazia parte a irmã de Oliveros, Mariana de Almeida, cujo marido se encontrava já em Madrid, uma moça de 15 anos, filha bastarda de Oliveros e 4 crianças filhas dos casais Oliveros-Guiomar e Mariana-António Lopes.
*Mariana de Almeida, outra filha de Sebastião Sobreda e Filipa de Almeida, nasceu em 1612, em Castro Roupal. Casou com António Lopes Pimentel, ou Alvim, da vila de Chacim, onde nasceu por 1615, o qual cedo seguiu para Castela, empregando-se no negócio da exploração do sal. A mulher foi juntar-se-lhe em 1651, fazendo parte do grupo de fugitivos atrás referido. O casal acabou por se fixar em Madrid. Pouco depois, Mariana e o marido foram presos pela inquisição de Cuenca, como, aliás, vários outros parentes e amigos, onde abjuraram “de vehementi”.(9)

NOTAS E BIBLIOGRAFIA:
1 - ANTT, Memórias Paroquiais de 1758, de Castro Roupal. A fama da Sobreda ficou plasmada em antigas quadras populares, como esta, retirada de ALVES, Francisco Manuel – Memórias Arqueológico Históricas do Distrito de Bragança, tomo IX, p. 282:
Ó Sobreda, ó Sobreda
Arrasada sejas tu
De beijos e abraços,
Não te quero mal nenhum.

2 - ANTT, inq. Coimbra, pº 3099, de Pedro de Matos, lavrador, ex-rendeiro, natural de Freixo de Numão, morador na aldeia de Lagoa.
3 - Agostinho da Fonseca, filho de Mariana de Almeida, vivia já então em Veneza e casaria mais tarde com sua prima Mariana Ferro, filha de Mécia de Almeida.
3 - SCHREIBER, Markus – Marranen in Madrid 1600-1670, Franz Steiner Verlag Stuttgart., 67 e seguintes .
4 - A informação do comissário Francisco Luís fazia parte de um sumário na sequência do qual foi lançada uma verdadeira operação de limpeza da heresia judaica em Quintela de Lampaças, com o mandado de prisão de 19 moradores de uma só vez, em Novembro de 1637, pela inquisição de Coimbra. Ver: ANDRADE e GUIMARÃES – Nas Rotas dos Marranos de Trás-os-Montes, 1ª Parte Uma Missa Judaica em Quintela de Lampaças. Ed. Âncora, Lisboa, 2014, pp 13-40;
5 - ANTT, inq. Coimbra, pº 3305, de Guiomar de Leão. Ver: ANDRADE e GUIMARÃES – Nas Rotas dos Marranos de Trás-os-Montes, 2ª Parte: Os Almeida Castro, uma Família de Cristãos-Novos de Izeda, p. 53.
6 - A.N.T.T. inquisição de Coimbra processo 458 de Manuel Lopes Teles.
7 - ALVES, Francisco Manuel – Memórias Arqueológico Históricas do Distrito de Bragança, tomo VIII, p. 55.
8 - ANTT, inq. Coimbra, pº862, de André Álvares. O padre Belchior de Macedo era o líder do grupo e recebeu de Oliveros Nunes 22 000 réis em paga; André Álvares, outro dos 6 passadores envolvidos recebeu 15 mil réis; Amaro Ferreira 16 mil… Contratado também para ajudar no “salto” foi “um homem pobre da Torre de Moncorvo que vive em Vimioso, o qual lhes levou o fato que ia num burro, até à dita raia de Castela”.
9 - ANDRADE e GUIMARÃES – Nas Rotas dos Marranos de Trás-os-Montes, 3.ª Parte: Vimioso Anos de 1650, uma Rede de “Passadores de Judeus” desmantelada pela Inquisição de Coimbra, pp. 111-113. 
9 - SCHREIBER… Marranen… pp. 80-85. António Lopes Pimentel era filho de Mateus Lopes Pimentel, natural de Mogadouro, onde faleceu em 1637, e de Isabel Nunes, de Chacim, falecida em 1639.

Por António Júlio Andrade / Maria Fernanda Guimarães
 

A Feira de Bragança ao longo dos tempos (4) - A tradição de vir à feira para vir à cidade

Ao longo de séculos em Trás-os-Montes, com fracas vias de comunicação, a província com a mais extensa fronteira terrestre, as feiras desempenhavam papel fundamental na atividade económica. Os homens do campo deslocavam-se às feiras levando animais e produtos da lavoura para venda, fazer as compras necessárias às suas atividades domésticas e do campo, adquirir ou trocar produtos. A situação evoluiu muito, à medida que as vias de comunicação foram rompendo o isolamento dos territórios e evolução dos meios de transporte.
Muitos dos bens deixaram de ser transacionados nas feiras e nas aldeias, onde também se faziam trocas de produtos, surgiram pequenos comércios, logo de seguida ganha maior expressão a venda ambulante, não tardou surgiram as médias e grandes superfícies comerciais. Em Bragança, na década de noventa instalaram-se quatro médias superfícies comerciais. Em menos de meios século, o abastecimento público alterou-se quase de forma radical, assim como a relação entre produtores e consumidores. 
O transporte por tração animal que permitia aos agricultores transportar os seus produtos para os locais de venda nas feiras, foi sendo substituído pelo transporte em camionetas e autocarros que, para além de transportarem passageiros, transportavam alguma carga por cima do tejadilho e no compartimento inferior onde também eram transportados pequenos animais. Nas camionetas, veículos de transporte de carga e de passageiros, eram transportadas mercadorias diversas e também pessoas. Alguns camionistas dispunham de licença específica para o transporte de passageiros, adaptando as carroçarias, colocando nq parte da frente, coberturas amovíveis onde eram colocados bancos corridos para os passageiros, a parte de trás era destinada ao transporte de carga e de animais.
Com a evolução dos meios de transporte, os agricultores deixaram de fazer longas jornadas a pé conduzindo os animais à feira, passaram a transportá-los em tratores e camionetas. Também os carros de bois carregados com produtos da terra deixaram de fazer o lento e longo percurso das aldeias para a cidade. Das aldeias vizinhas de Espanha, em particular da zona da Sanábria, vários agricultores conduziam os seus animais à feira de Bragança.
Virgílio Taborda refere que já durante o século XIX, as feiras de Bragança se tinham especializado na comercialização de gado e cereais, embora se transacionassem outros produtos da economia local e regional, que na década de 1930, as feiras da Terra Fria, nomeadamente a de Bragança e dos Chãos se tinham praticamente transformado em mercados de gado. 
A criação de gado de todas as espécies reduziu muito, em particular o bovino, que prestava importantes serviços na lavoura, nos transportes de mercadorias, fornecia matéria primas para a indústria e carne para alimentação. Nas últimas três décadas no concelho, o número de animais reduziu de cerca de 6000 animais para pouco mais de 2000. Tudo mudou a um ritmo muito acelerado, isso não significa que a economia da região tivesse baixado. A evolução do comércio, dos serviços, da indústria, tem permitido à região progredir em termos de rendimento médio per capita, aproximando-se da média nacional, apesar de continuar a ser preciso percorrer um longo e difícil caminho para reduzir as assimetrias que persistem e combater o acelerado despovoamento do território.
O abastecimento público de bens mudou muito rapidamente, o sistema comercial disponibiliza diariamente todos os produtos, apoiado numa rede que cobre o território, o que veio a diminuir a importância das feiras, hoje reduzidas a uma pequena componente de produtos da terra e à venda de roupa e objetos variados. Mantém-se ainda a tradição, em particular dos mais idosos das aldeias, de ir à feira, como que um pretexto para vir à cidade.
A Feira está agora instalada em espaço central em termos urbanos, com boa acessibilidade, para vendedores e feirantes, aí se podendo aceder a pé a partir de qualquer ponto da cidade, ocupa uma área contígua ao Mercado Municipal, à Catedral, e aos edificíos sede do Municipio.
De destacar que os concursos de bovinos de raça mirandesa se iniciaram no ano de 1865, concurso que teve interrupções. A partir do ano de 1998, passou a realizar-se no dia 21 de agosto, dia principal das festas da cidade, dedicado aos agricultores do concelho, realizando-se no recinto do anfiteatro do IPB, junto às cantinas escolares, recinto com boas condições de segurança para centenas de pessoas assistirem ao desfile e classificação dos animais das várias secções a concurso. Após a entrega dos troféus, segue-se o almoço convívio com os agricultores, enquanto se prepara a tradicional luta de touros, à qual assitem milhares de pessoas. A luta de touros decorria em campo improvisado contíguo ao campo de futebol do Trinta, ocorrendo por vezes acidentes graves com a fuga dos touros.
As condições de segurança no espaço improvisado do Trinta eram insuficientes, os agricultores pediam melhores condições, por isso se decidiu assumir a construção de um Recinto de Promoção e Valorização das Raças Autóctones, com plenas condições sanitárias e de segurança, em recinto definitivo e licenciado para o efeito, onde se pudessem realizar os concursos de animais, a luta de touros e reiniciar as feiras de gado. O local escolhido foi na envolvente do estádio municipal, com um moderno e funcional projeto de arquitetura, bons acessos e estacionamento. O recinto foi concluído a 21 de agosto de 2013, aí se fez a festa que os agricultores aguardavam.
Atualmente, na cidade, para além da feira semanal, realiza-se a feira das cantarinhas, a feira do artesanato e a feira “Norcaça/ Norpesca/Norcastanha”.
Na área rural realizam-se algumas feiras. Em Izeda, realiza-se a feira dia 8 e 26 de cada mês e a feira do folar no domingo de Ramos, teve a sua primeira edição no ano de 2000. Na aldeia de Parada a feira mensal deixou de se realizar há cerca de 15 anos, realiza-se agora uma feira anual de artesanato e produtos regionais, tendo ocorrido a 1.ª edição em dezembro de 2007 no pavilhão multiusos, inaugurado no mês de dezembro de 2005. Em S. Pedro dos Serracenos, realiza-se a feira das Cebolas, com a 1.ª edição no ano de 2000. Em Samil realizou-se a 1.ª edição da feira do Pão a 25 de abril de 2014; Em Rabal, realiza-se no dia 15 de agosto, desde o ano de 2002, a feira dos produtos da terra, em espaço construído para a realização de feiras e festividades, inaugurado a 15 de agosto de 2012. Na aldeia de Coelhoso realiza-se desde o ano de 2010, a feira do Cordeiro, no pavilhão multiusos, inaugurado no mês de agosto de 2009.
Em cerca de década e meia foi assegurada a construção de um matadouro municipal, a construção do novo mercado municipal, com a valência de feira dos produtos da terra, a instalação da feira em espaço central e condigno, a construção de espaço próprio para os concuros de gado e de luta de touros, o apoio ao lançamento de algumas feiras anuais, iniciativas que contribuem para a valorização de recursos endógenos, em particular da atividade agrícola,  pecuária e florestal. Na era do comércio electrónico, do comércio e logística blobais, importa valorizar o que está próximo, é distintivo, seja os recursos endógenos, a identidade, os valores culturais as pessoas o mais valioso recuso de um território.