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Nun deixes que l llume se apague - Em Miranda do Douro a fogueira do Galo é cada vez mais forte

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Qua, 28/12/2016 - 17:07


São os jovens os grandes protagonistas deste ritual do solstício hiemal. Solteiros, como convém a uma festa que se supõe filiada nas antigas Juvenalia romanas, as festas dos jovens celebradas a 24 de dezembro.

Habitantes de S. Pedro dos Sarracenos voltam a reunir-se à Mesa de Santo Estêvão

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Qua, 28/12/2016 - 16:50


Esta segunda-feira, dia 26, a população de São Pedro dos Sarracenos, no concelho de Bragança, reuniu-se, por mais um ano, à volta da Mesa de Santo Estêvão, para cumprir a tradição que se perde no tempo.

Presépio da Escola Emídio Garcia no Natal da Catedral de Bragança

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Qua, 28/12/2016 - 16:41


Durante esta quadra natalícia, a catedral de Bragança tem um presépio feito por alunos da escola Secundária Emídio Garcia, que esculpiram as três figuras da sagrada família à escala real.

“A desqualificação do tribunal de Miranda não satisfez as necessidades da comunidade”

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Qua, 28/12/2016 - 12:20


Fernando Vilares Ferreira é o juiz presidente do Tribunal Judicial da Comarca de Bragança desde 2014, altura em que entrou em vigor a reforma judicial que encerrou e desclassificou 47 tribunais em todo o país. Considera que esta reforma teve mais aspectos positivos do que negativos e até melhorou o funcionamento da justiça na comarca. No entanto, desde o início considerou a desqualificação do tribunal de Miranda do Douro um erro. Por isso fica satisfeito com a requalificação deste futuro juízo.

Mensagens de Eternos Amigos: A eterna amizade conecta corações

Qua, 28/12/2016 - 11:26


A amizade eterna é aquela que muda a nossa vida e deixa o nosso caminho mais florido. Nem sempre os melhores amigos são aqueles que conhecemos na infância, mas quando conhecemos alguém por quem sentimos real afinidade, é sinal de que os nossos corações já se conhecem há muito tempo! Por isso, para viver uma eterna amizade nem mesmo é preciso que as pessoas tenham a mesma idade, ou que sejam da mesma geração.

A Feira de Bragança ao longo dos tempos (3) O abandono do Toural e as soluções provisórias

Em relatório feito no ano de 1969, pela Direção de Urbanização de Bragança, foi estudada a seguinte questão, “Tem realmente Bragança necessidade de um novo mercado ou, pelo contrário, deve extinguir o existente?”, relatório no qual se concluía que havia que construir um novo mercado em local apropriado, com dimensionamento e concepção apropriados e com nova feira para o gado, a localizar na periferia, conforme já estava previsto, pois havia que higienizar o chamado Toural, onde se realizavam as transações de gado e outros produtos, local onde se previa a construção da Nova Sé. 
Na fotografia, do ano de 1950, que integra o anteplano de urbanização da cidade de Bragança, do urbanista Januário Godinho, vê-se o local previsto para a construção da nova Sé e da nova Praça, atual Praça Cavaleiro de Ferreira.
A saída da feira do Largo do Toural era inevitável, o crescimento da cidade exigia que novas frentes de construção fossem abertas, sendo o Toural um espaço propriedade municipal, natural seria que esta área viesse a ser urbanizada. A Câmara Municipal, por deliberação de 30 de janeiro de 1960 procedeu à contratação dos serviços do arquiteto Viana de Lima, que durante uma década assegurou o trabalho de consultor, avaliando os projetos de privados entrados na Câmara, projetando novos equipamentos, novas vias, novos espaços urbanos. Juntamente com Januário Godinho ajudou a construir bases de desenvolvimento urbano que fazem de Bragança uma das cidades melhor estruturadas do país. 
Foi no âmbito desta prestação de serviços que elaborou o loteamento da área poente/norte do Toural e respectivo regulamento de alienação e de construção de moradias unifamiliares, projeto datado do ano de 1960. A 13 de julho de 1963, o ministro da Obras Públicas, Eng.º Arantes de Oliveira, esteve no Largo do Toural para se inteirar dos planos de urbanizaçãoo desta parte da cidade. A urbanização da área a nascente da Capela de Santo António, frente ao cemitério, foi projetada pelo arquiteto Manuel Ferreira, na década de setenta. A urbanização do Toural fez a feira sair para espaço mais periférico. Ali se realizara a feira do gado durante três séculos e meio, de 1618 a 21 de dezembro de 1975.
A Câmara Municipal, por deliberação de 19 de novembro de 1975, transferiu a feira do gado para as proximidades do antigo campo de treino militar, feira que veio a extinguir-se durante o final da década de oitenta, início da década de noventa, resultado das restrições de circulação de gado, impostas por regas sanitárias associadas à erradicação da febre aftosa, não tendo sido posteriormente reunidas condições para que se voltasse a realizar. Transferiu a feira de vendedores ambulantes para terreno localizado a sul da rua B, entre o quartel da Guarda Nacional Republicana e a zona da Escola Industrial, com efeitos a partir de 1 de janeiro de 1976. 
Nessa altura a ampla frente urbana envolvente do antigo forte de S. João de Deus ainda estava livre. No ano de 1997, a feira mensal de 3, 12 e 21 realizava-se na envolvente do estádio municipal, para aí tinha sido mudada dois a três anos antes, um local sem condições particularmente durante o inverno, demasiado na periferia face aos locais de chegada e de partida dos autocarros, o que muito dificultava a vida às pessoas das aldeias, mesmo para as da cidade o local era demasiado afastado do centro da cidade. Exigia-se uma localização definitiva, mais central e com adequadas condições, o que veio a ocorrer no ano de 2003.
A feira das Cantarinhas, feira anual no dia 3 de maio, desde sempre se realizou no centro histórico, ocupando as ruas centrais. No ano de 2000, com o início das obras de requalificação do Centro Histórico, iniciadas pela rua do Paço, a feira das cantarinhas e feira do artesanato, por decisão de  13 de março de 2000, foram transferidas para o Parque Eixo Atlântico, construído nos anos de 1998 e 1999, local onde nesse ano se passaram a realizar as festas da cidade. 
No ano de 2001, com parte do Centro Histórico já requalificado, a feira do artesanato regressou ao centro da cidade, enquanto a Feira das Cantarinhas se mantinha do Parque Eixo Atlântico. No ano de 2004, a Feira das Cantarinhas passou a realizar-se junto do novo mercado municipal.
Acerca da origem da feira das Cantarinhas, escreveu o historiador, padre Belarmino Afonso, “A Feira das Cantarinhas, de origem medieval, realizava-se dentro ou fora da Cidadela, conforme a paz da feira o permitia. Manteve-se até há 40 ou 50 anos com marcas tipicamente medievais.”
No mês de dezembro de 2003 abriu portas o novo Mercado Municipal, com um espaço exterior de feira dos produtos da terra, ano em que a feira mensal deixou de se realizar na zona do Estádio Municipal José Luis Pinheiro, regressou ao espaço contiguo à Av. General Humberto Delgado e envolvente do Mercado Municipal. 
Neste ano e seguinte, a feira do artesanato realizou-se na margem esquerda do rio fervença, aproveitando a oportunidade de utilização de um novo e atrativo espaço, requalificado na 1.ª fase do programa Polis, inaugurado no mês de setembro de 2002, quando da realização do III congresso de trás-os-Montes e Alto Douro. No ano de 2005, realizou-se na nova Praça Camões.
Atualmente na feira de vendedores ambulantes, a presença maioritária é de vendedores de confecções e têxteis, seguindo-se o calçado, louças e similares, brinquedos, móveis e cestaria, malas e afins, discos e CD, num total de 91 vendedores, a maioria vindos da zona do Porto e Minho, sendo cerca de 40% do distrito. A parte da feira relativa à venda de produtos da terra faz-se na parte exterior do Mercado Municipal envolvendo, vendedores de plantas, frutas, enchidos, queijos, ferragens, tanoaria, batatas, animais vivos para criação (galináceos), etc. num total de 67 vendedores, vindo da zona de Mirandela, da Vilariça, de Macedo de Cavaleiros, de Zamora e alguns, poucos, do concelho de Bragança. A Feira das Cantarinhas regressou ao centro da cidade, no ano de 2014.

Nós trasmontanos, sefarditas e marranos: Manuel Almeida Castro (c. 1572 –?)

António Júlio Andrade
Maria Fernanda Guimarães
 
Nascido em Bragança e com morada estabelecida em Izeda, Manuel Almeida Castro era filho de António Lopes de Castro e Leonor Almeida, esta de uma família de Lisboa que se empregava em negócios de importação/exportação de mercadorias para o Brasil, o que exigia capitais avultados e acarretava elevados riscos. Em compensação, podiam obter-se ganhos extraordinários.
Os Almeida Castro formavam um verdadeiro potentado, ligando-se por laços matrimoniais a famílias das principais de Trás-os-Montes como eram os Lopes Ferro, de Lisboa, os Lopes Cortiços, de Bragança, os Henriques Julião, de Torre de Moncorvo, o Dr. Manuel Mendes, de Chaves, D. Fernando de Milfuentes de Villasante, um homem da nobreza de Castela… E o processo de engrandecimento continuou com os descendentes, nomeadamente com o casamento de uma filha (Serafina de Almeida) com Fernando Montesinho, o grande distribuidor de sal em Castela e que alcançou o monopólio da exploração e venda daquele produto em todo o país. O mesmo se diga dos Cortiços, que foram magnates na distribuição de tabaco e grandes banqueiros. No caso de Manuel Cortiços este distinguiu-se como “asentista y factor do rey” demonstrando especial aptidão para a administração das rendas aduaneiras e a sua firma acaba, de facto, por se transformar num estabelecimento bancário.(1)
Voltemos a Izeda aos anos de 1618. Manuel Almeida Castro estava casado com Filipa Henriques, filha de Henrique Lourenço e Isabel Pereira, e o casal tinha já vários filhos. Era então um homem muito rico, segundo informação enviada para a inquisição de Coimbra pelo comissário Francisco Luís, arcediago de Mirandela na Sé de Miranda do Douro.
Por essa altura a inquisição de Coimbra desencadeou uma onda de prisões até então nunca vista entre a classe dos grandes mercadores, rendeiros e assentistas de todo o norte de Portugal. Entre os prisioneiros contou-se um Pero Matos, de Freixo de Numão e um Álvaro Rodrigues,(2) da aldeia de Lagoa, próximo de Izeda. E como estes dois não deixariam de denunciar Manuel Almeida, que com eles se tinha declarado seguidor da lei de Moisés… este meteu-se a caminho de Castela onde tinha já larga parentela, fixando residência em Madrid.
Esqueceu-se, porém, que a inquisição tinha longos tentáculos e os depoimentos prestados em Coimbra pelos citados prisioneiros tinham já sido enviados para as inquisições de Cuenca e de Toledo. Assim, em outubro de 1619 foi metido nas masmorras da inquisição de Toledo, de onde saiu no dia 1 de fevereiro de 1620 “livre e sem ir a auto”.
Mesmo saindo livre, a estadia na inquisição trazia sempre custos acrescidos não apenas na honra e fama das pessoas mas também na fazenda. E ele terá perdido muito da sua fortuna, a crer na informação do comissário Francisco Luís. E foi também ele que informou os inquisidores de Coimbra que Almeida Castro era em Madrid “obrigado das carnicerias” ou seja: arrematou o fornecimento de carnes, o que lhe não terá rendido grandes lucros pois regressou a Izeda bem mais pobre do que partira. No entanto, apesar disso, ele continuou a ser um homem muito rico, conforme veremos adiante ao apresentar o inventário de seus bens.
Por agora refira-se que a inquisição de Cuenca continuava agarrada às informações recebidas de Coimbra em 1618 e, quase 20 anos depois, procurava ainda prender A. Castro. E escrevia para Coimbra solicitando que o prendessem e remetessem para Cuenca. Certamente que o cheiro do dinheiro deste homem “rico”, sogro do Fernando Montesinhos, que também acabara de ser preso, despertava o apetite dos inquisidores.
Efetivamente foi mandado prender, dando entrada na cadeia da inquisição de Coimbra em 6 de Maio de 1639, quando contava 67 anos.(3) E foi a vez de os inquisidores de Coimbra pedirem para Cuenca e Toledo as informações que ali tinham contra o prisioneiro. No fundo, tais informações resumiam-se às que o mesmo tribunal de Coimbra lhes enviara 20 anos antes e com base nas quais tinha já sido julgado em Toledo. Por isso, o seu processo correu com alguma celeridade e em 4 de Novembro seguinte por ordem do Conselho Geral “o réu foi solto e mandado em paz” não sendo presente a qualquer auto de fé. Mas, apesar de inocentado, ele teve de pagar as custas. E como tinha sido preso com sequestro de bens, ainda teve de dar largas voltas para recuperar o que era seu. E os bens recuperados do fisco obviamente tinham sofrido forte delapidação, como era de norma.
Não sabemos quanto mais tempo durou este homem que os inquisidores de Coimbra mandaram soltar, escrevendo no despacho que era “velho e muito doente”. Mas vejamos agora o inventário de seus bens, numa altura em que já era menos “rico”.
Identificado como “tratante” podemos também dizer que ele era também “rendeiro” e para recolha do pão das rendas ele possuía tulhas nas localidades de Calvelhe, Paradinha, Pombares e Morais. Das comendas que trouxe arrendadas citamos a de S. João da Corveira, na terra de Valpaços propriedade de D. Afonso Brito Mascarenhas, em cuja casa e por razão da mesma, tinha “empenhada” quantidade de prata sua e de pessoas da família, no valor calculado de mais de 120 mil réis. Contas por saldar tinha ainda com os herdeiros de Manuel de Vasconcelos, das comendas de Izeda e com o bispo D. João Mendes de Távora, da comenda de Castro Vicente.
De contrário, era credor do Conde de Faro, D. Dinis, em 172 mil réis que lhe emprestou em Madrid, do abade de Vale da Porca e outros mais…
Dos bens móveis, ressaltam as casas que possui em Izeda onde morava e que valiam 200 mil reis, para além de umas adegas avaliadas em 20 mil réis. E casas e terras ou adegas em localidades distantes como Bemposta, termo de Mogadouro, Lagoa e Morais, termo de Macedo de Cavaleiros.
Diremos também que ele era um razoável proprietário agrícola com lameiros, vinhas, oliveiras e terras de dar pão. Mas a menina de seus olhos seria a Quinta da Aveleira, que foi avaliada em 200 mil réis. E este aspeto deve ser referido já que existe uma ideia muito generalizada de que a gente da nação hebreia se não prendia à agricultura. De certo que não era o caso deste cristão-novo de Izeda.
Uma outra nota para dizer que a gente da nação se apresentava na vanguarda do progresso industrial, sendo exemplar o caso de Manuel Almeida. Com efeito ele era um verdadeiro empresário da indústria moageira, explorando dois moinhos de água: um situado na margem do rio Zebro, no limite do termo de Lagoa e outro na margem do rio Sabor, no termo da aldeia de Talhas.
Uma curiosidade interessante: tendo ele vários lameiros, era também criador de bois e vacas. Um criador a sério naqueles tempos. Tinha mais de 100 bois e vacas que trazia arrendados a várias pessoas de várias terras dos arredores. E desta prática ancestral em terras trasmontanas terá ficado no léxico popular a expressão: “boi de renda”.
Uma última nota reveladora de usos desta gente que, em qualquer circunstância se valia da família. Vejam o seu próprio testemunho:
— Disse que em casa dele declarante se acha um jarro com perfis dourados e 2 púcaros de prata e 2 salvas e um copo de pé alto dourado, as quais peças são de Manuel Henriques, morador na Torre de Moncorvo, cunhado dele declarante, e lhas emprestou para uns hóspedes que ele declarante teve e foi buscar as ditas peças um moço de Izeda que se chama Francisco, de alcunha o Cancela.
 
Notas e Bibliografia:
1 - Andrade, A. J. e Guimarães, Fernanda – Nas Rotas do Marranos de Trás-os-Montes – Âncora Editora 2014, p 45 e seguintes; SCHREIBER, Markus – Marranen in Madrid 1600-1670, Franz Steiner Verlag Stuttgart 
2 - ANTT, inq. Coimbra, pº 3099, de Pero Matos; pº 6945, de Álvaro Rodrigues.
3 - IDEM, pº 5496, de Manuel Almeida Castro.