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Terror e Associados, SARL

Esta crónica não faz mal a uma mosca. Também não resolve coisa nenhuma, nem eu pretendo nada disso. Quando muito ficarei contente se ela merecer a consideração de quem a ler.
Se assim for não será uma crónica inútil porque será mais uma voz que se levanta contra a selvajaria insana que varre o mundo e que parece privilegiar a demente e senil Europa, cada dia mais enredada nas suas divisões e contradições.
Pelas piores razões o terror está na ordem do dia. O terror e seus associados, a corrupção, a pedofilia, a droga e demais vícios e misérias, que se constituíram, com escritura notarial em muitos países, numa verdadeira sociedade anónima de responsabilidade limitada.
Uma multinacional gigantesca, com participações nos maiores bancos, cotada nas bolsas do mundo inteiro, e assento nas administrações das indústrias químicas e de armamento, entre outras.
Lícito era supor que depois de duas guerras mundiais que fustigaram o mundo inteiro, e que massacraram a Europa em especial, para lá de outros conflitos terríveis de âmbito local, os grandes senhores da política tivessem ganho juízo e se predispusessem a uma paz e cooperação genuínas.
Mas não. A tentação hegemónica e totalitária está de volta, mais estrondosa, sub-reptícia e cruel do que nunca. É o senhor Putin que pretende restabelecer a URSS. A rainha de Inglaterra que continua a sonhar com o Império Britânico. A senhora Merkel que se bate pela Grande Alemanha. O líder supremo do Irão que aposta no restabelecimento da antiga Pérsia. O senhor Erdogan que tem saudades do Império Otomano. Os chineses que querem comprar e vender o mundo inteiro. Os americanos que não querem perder o domínio do planeta.
Só mesmo os portugueses parecem não se preocupar com coisa nenhuma para lá da conquista de campeonatos de futebol.
Estranhamente, porém, não haverá líder mundial que se preze que não tenha o seu grupo terrorista de estimação.
Particularmente terrível e insidioso é o demoníaco DAESH que impiedosamente ataca o coração da velha Europa, se propõe restaurar o império muçulmano medieval e que, entre outros insuspeitos padrinhos, terá o alto patrocínio da Arábia Saudita, sunita e wahabista.
Os mais influentes líderes europeus, enredados em intrincadas teias económicas e políticas, negligenciaram esta ameaça, e permitiram, ou mesmo apadrinharam, a instalação dos agentes do terror no seio das cidades europeias. Agora dizem-nos, pateticamente, que o terrorismo está para lavar e durar e que temos que aprender a conviver com tal.
Não basta, porém, mobilizar mais polícias e bombardear as hostes do DAESH que continuam a calcorrear o deserto. É necessário, enquanto é tempo, fazer cumprir escrupulosamente e sem excepções, sem olhar a raças ou credos, as tradições e leis em que se alicerça a secular cultura europeia.
Rever e clarear os negócios e alianças entre os países europeus e os patrocinadores do DAESH. Exigir aos países muçulmanos que concedam aos europeus os mesmos direitos e liberdades, designadamente de culto, que é conferido aos muçulmanos nos países europeus.
O massacre sistemático de cidadãos inofensivos e inocentes não pode ser o preço a pagar para garantir boas relações e negócios chorudos com os estados árabes que sustentam o terrorismo.
Já nenhum europeu que se preze compreende que enquanto governos de religião muçulmana excluem e perseguem cristãos, governos laicos europeus favoreçam e privilegiam muçulmanos.
O tempo urge. Os líderes europeus não estão a garantir a segurança dos seus cidadãos. A Europa está ameaçada de morte.
Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.

Um certo Turismo Rural a Nordeste

Estou sempre de regresso ao Nordeste onde é possível escrever como quem come pão centeio, bebe do vinho da pipa e embebeda-se com a água do ribeiro a regurgitar de peixes avaros dos mistérios dos poços fundos.
Então tudo é fácil, o grande livro do Nordeste está aberto e só é preciso copiar a cópia cem vezes repetida na escola da vida.
A tia Augusta, de avental de cotim às riscas penteia-se na varanda, com o bigode muito bem-posto e chama as suas pitas que comem o renovo da vizinha.
O Tio Lopes, há anos que não fala com a tia Augusta, coisa de namoricos antigos, ciúmes velhos em tempos da Senhora da Ribeira. Contudo, a Tia Augusta admira-se como o tio Lopes lavra o seu quintal, rasgando a terra num namoro perene com os sulcos direitos e fundos, acariciando a semente para que a planta nasça num anúncio cúmplice com a natureza.
Por isso, eu continuo a acreditar no Nordeste e no Turismo rural que timidamente já é uma mais-valia.
O Jaime que já esteve em França, vocês conhecem, pois então, ele até comprou uma camioneta para ir ao negócio, mas as coisas não lhe correram bem, pois, vocês conhecem o Jaime, já ergueu o seu pombal, com dinheiro fresco vindo da Europa. A brancura do pombal será o renascer do Nordeste afeito aos voos largos no esvoaçar de mil pombas.
E se o Turismo trouxer gente, ávida de memórias ancestrais, será possível evitar a fatalidade da morte anunciada da nossa terra. E o forno vai cozer de novo trigo alvo arrancado com valentia ao coração do Nordeste que se cansou de trazer ao colo fragaredos infindos e se resolveu na maternidade da farinha, do azeite, das cerejas vermelhas e amêndoas doces, anunciando esta terra prometida onde corre leite e mel.
O moleiro está de regresso ao rio depois de tanta ausência do convívio das noites de lua cheia e da pedra alveira amante da farinha branca como a neve das invernias.
O milagre vai acontecer, porque o Turismo rural reclama que se acorde o lavrador, se avise o pastor, se erga a forja, se renove a casa de pedra, se povoe a capoeira, se acenda o forno, se abra a adega, se faça o folar, se encomendem as almas, se solenizem as Endoenças, que vamos às romarias, que matemos o porco, que façamos alheiras e curemos os presuntos, porque o Turismo rural reclama que tenhamos está força telúrica em preservar as nossas memórias sem descorar o futuro e o desenvolvimento. Memórias que vêm do princípio dos tempos.
E então talvez possamos dizer: o trigo já está na tulha, as vinhas vindimadas e as castanhas ainda esperam mais umas chuvas bem caídas até que os ouriços se comecem a rir para a gente. Os lavradores mais cuidadosos já espreitam o vinho, fazem um garrafão de jeropiga, enquanto as mulheres se entretêm a fazer compotas de quase tudo. Compotas de pêssegos, cerejas, ginjas, amoras, marmelos, figos, numa infusão de açúcar em ponto.
Assim, acredito que o Nordeste tem futuro. Acredito que vindos de longe, das canseiras e do desassossego do mundo, outros Povos chegarão a este último reduto onde a vida ainda é possível, onde o homem foi capaz de humanizar a natureza sem se desumanizar, nesta cumplicidade de quem sabe que a cultura tem que estar ao serviço da humanidade, independentemente deste despudor que se chama aldeia global, onde perdemos a privacidade da nossa casa e a diferença de comer as batatas com a casca porque não gostamos delas doutra maneira.
Com essa gente, vinda de longínquas paragens, virá dinheiro e principalmente mulheres à beira de serem mães e nascerão crianças e de novo abriremos a nossa escola na alegria do “giroflé giroflá” cantado em jogo de roda pelas crianças que vieram de longe.
O Nordeste povoar-se-á na alegria dum desenvolvimento sustentado, de novo correrá leite e mel nos nossos vales tão floridos de estevas e giestas e faremos, sem dúvida, a nova Páscoa, nem que seja a Páscoa duma utopia consentida, mas que desejamos.

Justiça

«A justiça é a grandeza das nações», lemos em Provérbios, 14: 34. À frente (25: 26), lemos: «Fonte turvada e um manancial contaminado, / assim é o justo que vacila diante do ímpio.» Parafraseando dito marxista, escrevi, já, que a justiça é o pio do povo. Pio, no sentido de se fazer ouvir, enquanto liberdade de expressão, não ópio, mesmo se casos mais badalados se transformam em lamentáveis narcóticos informativos.
Dois protagonistas, nossos comprovincianos, concorrem para a grandeza desta nação: Luís Maria Vaz das Neves e Manuel da Costa Andrade. Aquele acaba de se jubilar como presidente do Tribunal da Relação de Lisboa; este acaba de ser eleito presidente do Tribunal Constitucional. Falarei, ainda, de uma senhora desembargadora.
Conheci Costa Andrade há 41 anos, deputado do PPD na Assembleia Constituinte. Num regresso de Lisboa a Bragança, deu-me boleia até Coimbra, e dormida em sua casa, espaçosa, com ar de república, iluminada por essa generosidade que sempre associei ao sorriso do nosso grande penalista. Acompanhei-o de longe, apreciei alguns pareceres e, como exemplo de vida, nunca esquecerei a confissão das dificuldades por que passou na Alemanha, quando preparava o doutoramento.
Luís Vaz das Neves conheci-o, tão-só, há um lustro, no pontificado amigo de Amadeu Ferreira, a cuja biografia – O Fio das Lembranças (2015), de Teresa Martins Marques – dedicou larga prosa e um tesouro de afectos, na concorrida apresentação pública, quatro dias após a morte física de quem assinava Fracisco Niebro, entre outros pseudónimos. Em sede institucional, o mirandês de Luís Maria ia a par do português, caso da apresentação do volume-álbum Tribunal da Relação de Lisboa. Uma Casa da Justiça com Rosto (2010): «Este texto está em mirandês porque esta é a primeira das duas minhas línguas maternas, aquela em que aprendi o mundo e o sentido de JUSTIÇA.»
Galardoado pelo seu município de Miranda do Douro, em 10 de Julho, ignorou a Imprensa regional a homenagem da véspera, em hotel de Lisboa, onde duas centenas de comensais, das áreas do Direito e da Justiça, da respectiva ministra a familiares e amigos, cantaram loas a quem deu rosto fresco a velha casa, abrindo portas e convocando a sociedade. Peregrino de décadas na Rua do Arsenal, intrigava-me edifício que decide de tantas vidas; conheci-o, enfim, no consulado de Luís Maria, assistindo a apresentação de obra sobre a Ópera do Tejo ou Real Casa da Ópera, sensivelmente no espaço da actual Relação, e que entre Março e o primeiro de Novembro de 1755, só estreou uma peça, em 16 de Outubro.
Teresa e eu, contudo, não vemos Luís Vaz das Neves – seja à mesa ou nos nossos lançamentos – sem Dina Maria Monteiro, já na coordenação daquele volume sobre a Relação, onde é desembargadora, já na organização do jantar-surpresa de 9 de Julho. Isso ainda seria pouco, se não houvesse angariação de fundos para obras de solidariedade, decorrente de uma impressionante capacidade de reunir profanos e agentes da Justiça. Sair daquele Tribunal e descer ao terreno não é para todos: sem vacilar, assim se combate a impiedade, ou a dura sorte. Dina Monteiro, vinda do Brasil, transmontana de adopção, concorre igualmente para a grandeza de Portugal.             

Helena Freitas “acompanha” perspectiva do Presidente da República na valorização do interior

Qua, 20/07/2016 - 16:02


A coordenadora da Unidade de Missão para a Valorização do Interior, Helena Freitas concorda com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao afirmar que é necessário avançar rapidamente com um grupo de acção, preocupado especificamente com a região de Trás-os-Montes e Alto Douro, de for