A promessa que a EDP não terá cumprido
ESTA NOTÍCIA É EXCLUSIVA PARA ASSINANTES
Se já é Assinante, faça o seu Login
INFORMAÇÃO EXCLUSIVA, SEMPRE ACESSÍVEL
Ter, 15/10/2019 - 11:05
Se já é Assinante, faça o seu Login
Ter, 15/10/2019 - 11:05
Ter, 15/10/2019 - 11:03
A feira ancestral da época das colheitas inclui este ano 120 expositores, mais do que o ano passado, e a maioria não vem pela primeira vez. É o caso de Ana maria Henriques que viajou de Viseu para participar na Feira dos Gorazes. “Tenho artesanato em cortiça e botas.
Ter, 15/10/2019 - 11:00
O investimento atinge os 100 mil euros. Três actividades com peso na região transmontana reunidas de 31 de Outubro a 3 de Novembro. Este ano, a Final dos Campeonatos Nacionais de Santo Huberto e o Tiro aos Pratos são a novidade.
Ter, 15/10/2019 - 10:58
Segundo o presidente do Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos, Carlos Silva, de 20 mil hectares passou-se para entre 27 a 30 mil hectares, mas ainda é necessário aumentar a capacidade de regadio para sustentar esta cultura, já que “o paradigma mudou completamente”.
No passado dia cinco de setembro, na Gulbenkian, foi realizada uma Conferência Internacional, integrada no ciclo das comemorações dos cento e cinquenta anos do nascimento do milionário filantropo arménio. Entre os convidados destacou-se James Chen presidente da Fundação Chen Yet-Sen Family, fundada pelo seu pai Robert Yet-Sen Chen. A sua vinda à Gulbenkian justifica-se, sobretudo, pela forma diferente e inovadora como, no seio desta instituição, é encarada a filantropia. Sobretudo dedicada a combater a iliteracia infantil, tem um programa cuja finalidade é fornecer óculos a todos quantos deles precisam e não têm possibilidades para os adquirir. É curiosa a justificação dada pelo próprio James para a implementação deste programa: “Se a humanidade vai chegar a Marte nos tempos mais próximos, todos os humanos devem poder ver tal feito extraordinário”.
Mas o que me leva hoje a escrever sobre este filantropo é o seu programa de incentivo ao empreendedorismo em que o principal papel da Fundação passa pela cobertura do risco, incentivando os empreendedores a criarem novas iniciativas sem se preocuparem, em demasia, com a possibilidade de falharem. O lema é muito curioso: privatizar o fracasso, socializar o sucesso!
Quem é que em Portugal não está familiarizado com isto? Não com esta formulação, mas, em boa verdade, com o intuito inverso deste. Foi durante o Consulado da Troika em Portugal que os portugueses tomaram conhecimento da forma aceite, pelos diferentes governos que, perante a Banca, aceitou socializar os prejuízos depois de lhes ter proporcionado a privatização dos lucros mesmo quando estes assentaram em operações fraudulentas que concorreram para as imparidades indutoras das perdas futuras. E, depois de chorudos prémios concedidos a gestores “de eleição” lá fomos todos nós chamados a cobrir e liquidar os estragos das “brilhantes” administrações.
O problema é que não ficou por aí!
Soubemos recentemente que a maioria dos bancos se cartelizou e, com isso, os serviços prestados aos utentes foram cobrados por valores muito superiores aos que resultariam do normal funcionamento do mercado. Estávamos assim a pagar, uma segunda vez, as habilidades dos decisores bancários.
De tal descoberta resultou uma multa milionária que os bancos ficaram obrigados a pagar. Mas como estes não produzem o que comercializam, já fomos avisados que o custo final desta operação nos vai cair em cima dos ombros. Pela terceira vez somos nós a aguentar com a pancada.
Esta semana soubemos que o nível desastroso a que chegaram a Clínicas Maló implica, para a sua recuperação um perdão de dívida de vários milhões de euros cuja fatia mais gorda caberá à Caixa e ao Novo Banco. Como a primeira é pública e os resultados negativos do segundo serão suportados pelo Fundo de Resolução que, por estar completamente descapitalizado, vai financiar-se no Orçamento de Estado. Exatamente. Isso quer dizer que é ao cidadão que a fatura final há de ser apresentada!
Pela quarta vez!
Portugal é, até ver, um Estado independente que assenta numa Nação com História ímpar e dignidade relevante.
Digo até ver porque não sabemos até quando, face aos ventos da mundialização e da globalização que sopram sobre a Terra ameaçando tudo subverter.
Importa, por isso, relembrar que Portugal é uma das muitas pátrias que são produto do sucesso grandioso que foi a instauração da Igreja Católica Apostólica Romana no alargado espaço político e cultural que hoje, com pleno significado, denominamos Europa.
Processo que se iniciou há dois mil anos atrás com o desmembramento do Império romano às mãos dos povos ditos bárbaros que lhe estremavam as fronteiras e que paulatinamente se reagruparam e radicaram no vasto e diversificado território europeu, orientados pelo processo de cristianização que se iniciava, por regra, com o baptismo dos chefes e se consumava com a conversão das respectivas tribos.
Não é de admirar, por isso, que as diferentes comunidades que sistematicamente se foram consolidando o fizessem em torno dum santo protector, o orago ou padroeiro, à sombra de um templo de maior ou menor dimensão e recebessem o nome do próprio orago associado a uma singularidade topográfica ou a uma vocação agrária mais pronunciada, gerando tradições, usos e costumes peculiares.
São estas as raízes profundas da pátria portuguesa que ainda hoje não só a alimentam como a mantêm de pé. Figurino que se mantem praticamente inalterável em terras rurais do interior português e que os novos tempos irão,
certamente, transfigurar.
Deste estado de arte patrimonial e cultural nos dá conta o erudito cónego Silvério Benigno Pires numa obra notável que entendeu intitular Hagiografia Paroquial, a que acrescentou o subtítulo Património Cultural do Concelho de Mirandela.
Trata-se de um livro primorosamente bem escrito, muito bem organizado, profusamente ilustrado, que cuida por igual, embora separadamente, de todas as 102 povoações do concelho de Mirandela, destacando a história do seu orago, o seu património edificado em templos e monumentos, os factos históricos relevantes e a heráldica subjacente, as tradições, os usos, lendas e costumes que as caracterizam e personalizam. Narrativa enriquecida com transcrições ajustadas das memórias paroquiais para cada caso e citações consentâneas dos textos sagrados.
São 102 berços telúricos, patrimoniais, culturais e afectivos, pulsantes de história, que durante séculos, senão milénios, embalaram milhares de almas transmontanas, que Silvério Benigno Pires acorda do esquecimento e ilumina com a luz do futuro.
De salientar, por isso mesmo, a oportunidade instante deste precioso inventário religioso, patrimonial e cultural face às mutações aceleradas que o mundo está a sofrer e que tornam inadiável também que se preserve a memória e a cultura transmontanas, se pretendermos garantir a sua sobrevivência.
Uma obra de referência indispensável em todas as bibliotecas públicas e privadas, nas mesas de trabalho dos autarcas mais lúcidos que se empenhem em políticas de progresso e dignificação das suas autarquias, e dos estudiosos cujo interesse maior recair no conhecimento das gentes e das terras mirandelenses.
Venham mais obras deste teor e talento.
Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.
Era um velho repórter, quando a reportagem impressa reunia em si todos os condimentos do jornalismo. Especializara-se na vida interna do Partido Comunista. Encontrava-me com ele e Afonso Praça, que há muito nos sorriu pela última vez.
Já sem Redacção, continuava imerso nesse mundo, porque o bicho do papel nunca deixa de roer. E acrescentava um livro, recente, ou não.
Compassava a voz, e o cigarro, e o copo. Estes levavam-no, a pouco e pouco, invadindo a madrugada ruidosa de Torre de Moncorvo. Antes, amesava na Taberna do Carró.
Às terças, se na Amadora, tertuliava com amigos. Não esteve no dia 8, internado desde o fim-de-semana. Faleceu nessa tarde.
Depois que se reformara, quanto nos custava arrancar-lhe uma decisão!... Amadeu Ferreira, outro desaparecido, só não desesperava porque isso não quadrava com o seu feitio: sorríamos das demoras de quem se fizera responsável por colecção de poesia, à qual voltava como Pedro Castelhano (homenagem ao berço, Peredo dos Castelhanos, 1948), quase feliz por ter encontrado em alfarrabista exemplares do seu primeiro crime lírico, que oferecia aos próximos. Fizemo-lo presidente do Conselho Fiscal da Academia de Letras de Trás-os-Montes, mais como pretexto de irmos molhar o verbo no Solar Bragançano, onde, em 2010, me apresentou Leonel Brito. Por falar neste: veja-se o texto de Gente do Norte ou A História de Vila Rica (1977), e como é lido por quem assinou tantos documentários e biografias, ou deixou guiões por filmar.
Ao organizar a parte portuguesa de A Terra de Duas Línguas. Antologia de Autores Transmontanos (2011), seleccionei dele três poemas: “Quando o Natal chegar…” (e, agora, esse Natal perdeu-se), um doloroso “Stabat Mater…” e extensa “Carta à neta”, onde se autobiografa: «Como te hei-de dizer que fiquei sempre / à porta do infinito com a chave errada? / Se um dia te disserem que passei na vida / como ausência, acredita.»
Era a sensação que nos dava, e macerava os amigos, quando havia tempo para encontrar a chave certa. Com um pequeno esforço, e o treino da profissão, essa voz grave não nos teria abandonado sem outros frutos, ao seu alcance.
Tiremos das cinzas a palavra memória, Rogério Rodrigues.
Porventura, o “Maio de 68” representou a grande revolução cultural que o Ocidente viveu no século XX.
O Rogério e eu e muitos da minha geração fomos autenticamente “apanhados” nesse movimento.
Muitas vezes falámos sobre isso, o Rogério e eu e da intensidade com que a vivemos, cada um à sua maneira e em territórios diferentes. Marcuse, Chardin e Camus eram, no entanto, autores comuns, pelos quais fomos, ele e eu, muito marcados.
Ex-seminaristas, ele de Macau e eu de Bragança, um e outro nos dizíamos tocados pela leitura de livros como “La Messe sur le Monde”, então publicada pelo antropólogo jesuíta e de “O Lodo e as Estrelas” pelo padre Telmo Ferraz.
Juntou-nos a vida, em outubro de 1973 a dar aulas na escola da “nossa” vila de Torre de Moncorvo e logo de seguida abraçando a revolução do 25 de Abril, com entusiasmo igual e formas de estar diversas, naturalmente.
Da convivência com o Rogério, confesso que uma qualidade ressaltava, a meus olhos: a sua natural bondade. Nunca nele notei uma pontinha de ódio ou de inveja.
Da sua obra, de escritor, poeta, novelista e jornalista, não preciso falar, que está espalhada em múltiplas formas e suportes.
Mas há um tributo que eu devo pagar ao Rogério. Trata-se de um texto que ele escreveu e nunca foi publicado, pela simples razão de que andou perdido, o original e a cópia que me deu. Quisemos publicá-lo, ele e eu, em um livro coletivo sobre a aldeia do Larinho. Não o encontrámos. Depois apareceu a cópia, que guardei para nova oportunidade. Chegou a hora de pagar o tributo, publicando-o. Nenhuma ocasião seria mais própria do que esta.
O texto foi escrito e lido pelo seu autor, Rogério Rodrigues, no dia 30 de abril de 1995, no cemitério do Larinho, perante uma plateia de duas centenas de antigos alunos e professores do Colégio Campos Monteiro, idos em romagem à tumba do seu fundador e diretor, o Dr. Ramiro Salgado. Aí vai então este inédito de Rogério Rodrigues, pleno de atualidade, na ocasião em que ele próprio nos deixou.
UM INÉDITO
DE ROGÉRIO RODRIGUES
Cabe-nos recordar a vida, entre a memória da morte. Neste cemitério, na exiguidade do tempo.
Diriam os mais velhos, a tradição judaico-cristã, a nossa matriz cultural, com reminiscências bíblicas: “Pó és e em pó te hás-de converter”.
Hoje, recordar o dr. Ramiro é, acima de tudo, recordar o futuro. Passe o aparente paradoxo.
Façamos deste momento não um epitáfio, mas um hino ao futuro.
Porque ele hoje diria aos nossos filhos – e nós já branqueámos os cabelos nesta caminhada e já sofremos o suficiente – porque ele diria hoje aos nossos filhos: sonhai, acreditai que podeis fazer um mundo melhor.
Lembrar o dr. Ramiro é, acima de tudo, lembrar o futuro. Passe o paradoxo, insisto. Porque o dr. Ramiro viveu, sobretudo, o futuro.
Dele, em cada um de nós, ficou um gesto, um olhar, um esboço de ternura, um início de cólera, um sorriso ou um berro.
Porque nenhum de nós conseguiu ou consegue a descoberta da totalidade do Homem. Aqui estamos, cada um com o seu destino. Diferentes e diversos, mas com algo de profundo a unir-nos: o dr. Ramiro contribuiu, com uma pedrinha que fosse, para a construção do nosso destino.
Para nós, o dr. Ramiro será, porventura, memória. Seria bom que para os nossos filhos fosse futuro.
E quando digo futuro, falo de ideais e – porque não? – de utopia, falo de honra, de dignidade – e porque não? – de protesto.
Porque o dr. Ramiro diria hoje aos jovens a quem não pode ensinar, mas a cujos pais ensinou: “Não vos envergonheis de ser felizes. E sede irreverentes, loucos, agitados, sonhadores, mesmo que os vossos pais se preocupem. Mas que sejais sempre dignos”.
E os nossos filhos haviam de compreender. E por certo terão saudades, passe o paradoxo, insisto, e a imprecisão do conceito, terão saudades de não terem tido como professor o dr. Ramiro.
Os anos corroem a memória, distorcem as imagens e os factos, provocam a efabulação dos pequenos nadas. Tudo bem. Ninguém sai prejudicado.
Constroem-se mitos e andamos todos nós à procura de um paraíso que jamais há-de haver.
É a lei da vida: passamos metade do tempo a aprender a viver; e a outra metade a aprender a morrer.
Olhamo-nos. Criámos barriga, cabelos brancos, conformámo-nos ou revoltámo-nos, somos bem ou mal sucedidos na vida, conforme o conceito de sucesso e o conceito de vida, sonhámos e projectámos o sonho nos outros. Uns foram, porventura, felizes. Outros não.
Nesta diversidade humana, ideológica, social e económica que possa existir entre nós, algum nos une, neste momento, entre a efeméride e a nostalgia: o dr. Ramiro Salgado.
Ele foi a referência, o gesto bastante na hora da procura, quando éramos jovens e procurávamos um caminho sem saber que estávamos a procurar e sequer o que estávamos a procurar.
Mas ele sabia. E desafiou-nos com um hai-kai japonês da água do dique que transborda as margens.
Porque nós éramos a água de um dique que transborda as margens.
Ele compreendia, o dr. Ramiro, que os limites somos nós que os criamos e reflectimos. Ele compreendia também que a natureza humana é feita de fragilidades, mas que tem no interior, quando estimulada – e aí os professores são fundamentais – a força da solidariedade, o gesto irmão do encontro e da ajuda, a procura intensa, ainda que desordenada, da justiça.
Sejamos justos neste tempo crepuscular, dir-nos-ia ele.
Há que endurecer, mas sem perder a ternura, acrescentarei eu, glosando uma personalidade famosa deste século.
Ele viveu da juventude, com a juventude e para a juventude.
Se o dr. Ramiro nos pudesse revisitar, ultrapassar as leis do tempo e a corruptibilidade da carne, olhar-nos-ia, com os seus olhos grandes e palavras convictas: “Entregai-me os vossos filhos e eu torná-los-ei homens”.
E eu garanto-vos que lhe entregava os meus.
António J. Andrade
Quais são os sinais e sintomas da rosácea?
Os sinais e sintomas da rosácea são a ruborização fácil e frequente da face, sobretudo na região malar (“maçãs do rosto”), região frontal (testa), mento (queixo) e nariz. Verifica-se um eritema persistente da face que é completamente distinto de corar, uma vez que não ocorre por vergonha ou timidez. Os vasos sanguíneos são visíveis à superfície da pele (são designados telangiectasias), pode ocorrer o aparecimento de pápulas (borbulhas) com ou sem pus e a sensação de prurido (comichão), calor e ardor nas regiões da face mencionadas.
Ter, 15/10/2019 - 10:28
Olá gente boa e amiga.
Na semana passada o Verão ainda deu um ar da sua graça, pois tivemos temperaturas máximas de 33 graus em Mirandela.
Desde segunda-feira parece que o Outono já começou a trabalhar, com as primeiras gotinhas e nos próximos dias temos previstas temperaturas de 5º, na mínima e 17º na máxima.
A nossa gente já fechou a porta às vindimas, o vinho já ferve nas pipas, para depois ferver nas tripas, como em jeito de brincadeira nos têm contado alguns tios. Hoje em dia já são poucos os que fazem a água-ardente em casa, porque grande parte das pessoas não têm alambiques. Eu tenho saudades do tempo em que fazia água-ardente com o meu saudoso sogro. Gostava dessa actividade agrícola, porque eram dois dias intensivos, em que fazíamos quatro ou cinco potadas, de cerca de 5 horas cada uma. Ainda me estou a ver dentro do pio a carregar de bagaço as banheiras para encher o alambique. A tarefa mais difícil era a mudança e limpeza do pote, mas a nível gastronómico, o que ainda me está a saber bem eram as famosas batatas assadas no borralho, que depois de assadas eram abertas ao meio e pingadas com unto, sal e malagueta, manjar que nunca mais saboreei.