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A União Europeia ajuda a apagar fogos

Nos últimos anos registaram-se na Europa catástrofes naturais e de origem humana graves: incêndios florestais, inundações, tempestades e sismos causaram a perda de vidas humanas – mais de 100 em 2018. 
Até recentemente, o Mecanismo Europeu de Proteção Civil baseava-se num sistema em que a União Europeia coordenava as contribuições voluntárias dos Estados Membros participantes destinadas a ajudar os países que tinham solicitado assistência. Mas as condições climatéricas extremas e outros fenómenos dos últimos anos puseram à prova a capacidade de entreajuda dos Estados-Membros, sobretudo quando vários são confrontados simultaneamente com o mesmo tipo de catástrofe. Nestes casos, em que existe pouca ou nenhuma disponibilidade de recursos, a UE não dispunha de reservas para ajudar os Estados-Membros que já tinham esgotado a sua capacidade de resposta. 
Para proteger melhor os cidadãos em situação de perigo, o novo RescEU (mecanismo de Proteção Civil) reforçou a partir de maio de 2019 a capacidade coletiva da União para prevenir, preparar e responder às catástrofes. Impulsionado pela experiência traumática que Portugal e a Grécia viveram em 2016 e 2017, o RescEU passou a disponibilizar uma frota de combate a incêndios a nível europeu. Quando necessário, os países europeus têm ao dispor sete aviões e seis helicópteros: dois aviões da Croácia, um de França, dois de Itália, dois de Espanha e seis helicópteros da Suécia. 
Mas, sem prevenção, nenhum equipamento é suficiente. Durante o verão, o Centro de Coordenação de Resposta de Emergência da UE (CCRE), que funciona 24 horas por dia, foi reforçado com uma equipa de apoio aos incêndios florestais que partilha informações sobre o risco de incêndio em toda a Europa. O sistema de satélites Copernicus da UE está a ser utilizado para cartografar as emergências resultantes de incêndios florestais. Nos últimos meses, foram realizados vários exercícios práticos de incêndios florestais e proteção civil com peritos e equipas de salvamento de vários países da EU, nomeadamente na ilha de Cres e em Split (na Croácia), e em Aix-en-Provence (França).
O RescEU faz-nos evoluir de uma lógica de coordenação nacional para uma lógica de verdadeira solidariedade europeia, particularmente importante para Portugal onde, infelizmente, a devastação foi incalculável. É por isso que o RescEU nos deve orgulhar: nenhum país consegue lidar com estas catástrofes sozinho. E nestas circunstâncias difíceis, a EU tem que fazer a diferença.

Sofia Colares Alves, Chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal

Montes de festas a 15 de Agosto

Qua, 21/08/2019 - 09:17


Olá gentinha boa e amiga!Já estamos no último terço do mês de Agosto. Todos os dias deste mês têm parecido feriados, porque há sempre festas, romarias, casamentos e baptizados, mas o dia 15 continua a ser o auge das festas, pois é feriado e dia santo de guarda, em honra da Assunção de Nossa Senhora. 

Acessórios de palhinha para usar no Verão

Artesanato e Verão têm tudo a ver, já que apresentam uma certa “leveza” tão desejada para esta estação do ano. E os acessórios de palha estão aí para o provar.
A palha está na moda, numa clara declaração de amor ao estilo mais natural, em carteiras, chapéus, cintos, pulseiras…
As carteiras de palha vão muito além dos looks de praia e ganham também espaço no dia a dia na cidade.
Há carteiras de vários feitios, tamanhos (redondas, quadradas, grandes, pequenas) e estilos, desde o saco de praia, a “clutchs” e também outros modelos que se podem levar para o trabalho e ainda modelos que combinam bem com um belo look para uma festa. 
Apesar de habitualmente usarmos uma carteira de palha para looks mais fluídos e despretensiosos, ela funciona muito bem para quebrar a rigidez de looks mais formais, principalmente as de modelos bem estruturados, cores neutras e monocromáticas. 
Usada em um contexto urbano, a carteira de palha transmite ousadia, criatividade e personalidade. As carteiras de palhinha podem ser usadas em vários looks e combinadas com jeans, vestidos (compridos e curtos), de preferência com florezinhas, calções, looks mais “sérios” com um blazer e mesmo um vestido de festa.
Outro acessório indispensável para manter o estilo no Verão é o chapéu de palha. Não há “blogger”, “it girl”, “fashionista” ou uma mulher que adore moda, que não tenha um chapéu de palha, nem que seja apenas para ir à praia ou à piscina. Afinal, o chapéu é um dos acessórios indispensáveis nas férias. A intenção inicial é para proteger do sol, mas na verdade, sabemos que é principalmente “para o estilo”!
Os chapéus de palha trans-
portam-nos, também, imediatamente para o “mood” férias. E quando estamos de férias, estamos geralmente mais relaxados e felizes! Então, use e abuse deste acessório!
Para escolher o chapéu certo, comece por optar por um que a faça sentir-se confortável, linda, elegante e super confiante e tranquila. Outro item a ter em linha de conta é a escolha do tamanho das abas que deve combinar com o look. Abas redondas e grandes combinam com looks para praia, por outro lado abas curtas combinam melhor para looks urbanos.
Para um look mais leve e “cool” pode ainda apostar em cintos de palha, pulseiras e mesmo sapatos. A verdade é que o Verão, combina bem com estes materiais de cor neutra.
Por isso, trouxe algumas sugestões de acessórios em palha e ráfia para que esteja bonita e na moda durante este Verão.

* Consultora de Imagem

Da Ferrovia e da Crise Energética

A recente crise energética veio demonstrar o evidente: o país está demasiadamente dependente da rodovia. A necessária atualização e modernização da rede viária nacional, iniciada no consulado de Cavaco Silva e prosseguida nos governos que lhe sucederam foi feita de forma distorcida e enviesada. Enquanto se multiplicaram as vias rápidas junto ao litoral ou na faixa longitudinal mais próxima (é possível ir do Montijo até ao Peso da Régua sempre em auto-estrada e regressar, igualmente por esse tipo de via, sem passar duas vezes pelo mesmo lugar, sem repetir nenhum troço, por mais pequeno que seja), no interior, continuam a existir ligações por fazer, estradas por terminar e itinerários principais incompletos. Em Trás-os-Montes, última região a ter acesso a uma auto-estrada, faltam as ligações nacionais previstas em Vinhais e Vimioso e os acessos internacionais a Puebla de Sanábria, a Gudiña e a Zamora. O IC5 parou em Duas Igrejas e não há forma de ligar a Junqueira ao Pocinho pelo IP2. Mas se este cenário desanimador e em contraciclo à anunciada (e repetida, pelo menos de quatro em quatro anos) vontade firme de diminuir o enorme fosso que divide o país, pelo lado da rodovia, no que toca à ferrovia, o panorama é ainda mais dramático. Se é verdade que muito ficou para fazer e se é mesmo possível admitir que na faixa junto ao mar, melhor fora desviar alguns recursos do alcatrão para o caminho de ferro, com melhor resultado, maior sustentabilidade e maior diversificação (veja-se o jeitão que tinha dado poder usar o comboio de forma mais eficiente, na recente “crise energética”), na banda territorial próxima do país vizinho a situação é escandalosa. Não houve qualquer tipo de melhoramento, absolutamente nenhuma expansão e, pelo contrário, foram encerradas, abandonadas e destruídas várias infraestruturas ferroviárias privando os transmontanos do acesso a um dos meios de transporte em expansão e com largos investimentos noutros países europeus. Todas as linhas de via estreita foram extintas e a própria linha do Douro se foi degradando tendo sido encerrada no Pocinho e quase abandonada da Régua para cima.
Esta situação é tão mais dramática quanto a história nos ensinou que foi precisamente o caminho de ferro que nos dois séculos passados rasgou o atraso rural de grande parte do país como, facilmente se pode verificar sobrepondo o mapa das antigas linhas do comboio com os vetores de desenvolvimento no tempo em que existiram. E se havia, só por isso, razões para a aposta imediata e adequada a crise ambiental que nos afronta contribui com acrescidas razões para essa estratégia urgente e necessária. São os comboios modernos movidos a eletricidade e, só por isso, a passagem de grande parte do serviço rodoviário para este tipo de transporte trará uma considerável diminuição da poluição do ar. O imparável aumento da digitalização da economia vai trazer vantagens acrescidas pois o teletrabalho é perfeitamente compatível com esta forma de viajar, em detrimento de todas as outras. Os canais associados serão, igualmente, um corta-fogo permanente e eficaz. 
Mas sabemos bem, do passado que, contrariamente aos naturais da beira-mar, dificilmente teremos o que nos é devido se o não soubermos reivindicar. Ora, acontece que aos autarcas que promovem ecopistas nas antigas vias de ferro, falta moral para reivindicar a reposição justa e devida. Mesmo, e principalmente, aqueles que apoiam os intentos perversos da CP (e do Governo) na sua casa e não têm vergonha de vir à rua defender a reabertura da ligação das carruagens nos concelhos vizinhos!

Arte de Costa e graça de Marcelo

Portugal tem um Presidente da República que foi eleito à primeira volta com 52 % dos votos entrados nas urnas, ainda que apenas 24,75 % do eleitorado lhe tenha dado crédito, sendo que 51,34 % se absteve.
Não é desse que falo.
Refiro-me a um santo homem, anjo da guarda de António Costa, o político sagaz que ousou pôr a Geringonça a funcionar e com ela surfar as ondas de feição.
António Costa, consagrado ilusionista que encanta camelos e serpentes sem se deixar morder, caminha descalço sobre brasas incandescente sem se queimar, engole sapos e espadas sem se agoniar e, com um estalar de dedos, converteu o Estado numa agência socialista familiar.
Hábil político palaciano, sem dúvida, mas governante inábil, como ficou demonstrado nos roubos de paióis, nos incêndios florestais, nos escândalos governamentais, nas greves dos professores e dos enfermeiros e agora na dos camionistas em que, mais uma vez, foram os ministros a dar a cara (e uma no cravo e outra na ferradura), sendo altamente preocupante constatar que o PS não resiste à tentação totalitária que cresce no ventre da maioria absoluta.
Também porque o feito maior de António Costa depois da Geringonça foi converter à sua doutrina, promovendo-o a guardião mor da sua capelinha, o santo homem Marcelo, em tempos um brilhante analista político agora transfigurado em avalista governamental. 
É São Marcelo que, com sandálias de peregrino e rosários de selfies na mão, incansavelmente calcorreia Portugal de lés a lés, aplaudindo os melhores truques do mágico Costa e silenciando os seus fracassos mais estrondosos. 
São Marcelo que contemporiza com o descalabro da Justiça nos processos de corrupção, desobstrói as veredas sinuosas que conduzem a extrema-esquerda ao poder, exorciza os diabos da direita moribunda (de cujo alforge esfarrapado ele mesmo, um dia, caiu desamparado) e, por reflexo, franqueia o palco à extrema-direita, convicto de que assegura a estabilidade política varrendo o lixo do Regime para debaixo do tapete.
São Marcelo, padroeiro do Regime em que pontificam traidores da Nação e cujo maior ferrete é a política de alterne, mascarada de alternância democrática, agora em vias de acabar, embora o negócio continue florescente e sem concorrência. 
Quando nenhum serviço público funciona como deveria São Marcelo tudo abençoa com a água benta e a presunção que António Costa toma quanta quer.
Se os portugueses se queixam da Saúde lá está São Marcelo para dourar a pílula. Se há problemas no Ensino apressa-se São Marcelo a virar os professores contra a parede. Se a Segurança Interna derrapa de pronto São Marcelo desautoriza os polícias.
São Marcelo que frequentemente mete o nariz onde não é chamado, embora, quando lhe convém, meta o rabo entre as pernas.
Qual cana que brada no deserto democrático é escutado por multidões embevecidas, como se de Quim Barreiro ou de António Variações se tratasse, indiferente ao descalabro do Estado e ao descrédito do Regime, que continua partido e engessado.
Paradoxalmente, os portugueses andam felizes mas descontentes. 
Arte de Costa e graça de Marcelo. 

Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.

Os corpos deste verão

O corpo no verão exibe-se ao longo das praias ensolaradas. Mas procura também esconder-se atrás dos véus. O que diz o corpo da nossa comunidade humana?
Neste verão já longo, assistimos por todo o lado à exposição máxima das carnes. Não só nas publicidades, na imprensa em geral, mas também na rua. São exibidas para fazer vender, expostas para se dar a ver. Sejam bonitas ou feias – falando das corporalidades dos homens assim como das mulheres – estas submetem-se a determinados padrões, à moda impostFa. Ao ponto de agastar por vezes o olhar mais avisado. 
A esta exposição vem estribar-se para algumas mulheres a reivindicação de não se expor. De enfrentar o olhar dos outros protegendo-se através do que se chama, nos atalhos da imprensa, o burkini. Recusa de exposição para poder acompanhar os filhos à piscina, ou exposição das carnes cobertas para acompanhar uma exigência de reconhecimento? Os corpos mostram-se ou escondem-se, mostram-se para reivindicar uma liberdade, escondem-se para manifestar uma liberdade. 
Mas outros corpos, nestes últimos dias foram dados a ver. Corpos meio cobertos e no entanto expostos; os de Óscar Ramírez e da filha, afogados no Rio Grande, na fronteira entre o México e os Estados Unidos. 
 Corpos fotografados, dados a ver, que aparecem como o símbolo de outros corpos que nós não veremos nunca; cadáveres nos desertos do Novo México, os afogados no Mediterrâneo, os torturados nos campos da Líbia, os esfomeados do Sudão, ou os detidos nos gulags chineses.  
Carnes, corpos, densidade e fragilidade dos tecidos e dos ossos, aparição única de cada pele, mistério combinado dos órgãos … É a nossa humanidade que se expõe e se esconde. Na Bíblia, pode apresentar-se na sua inocente nudez ou esconder-se na vergonha (Génesis), exaltar a graça e a fruição que oferece cada membro (Cântico dos cânticos), exibir o poder do desejo (David e Bate-Seba). Carnes e corpos podem ser também submetidos à sede, à fome, à execução sumária, individual ou massiva. 
Mas, essencialmente, é na carne que se dá a conhecer o Deus dos cristãos. A incarnação duma divindade ou reconhecimento duma humanidade verdadeira, divina, na pessoa de Jesus de Nazaré, a carne é radicalmente colocada no centro das atenções no cristianismo. No centro das atenções ou pelo menos reconhecido como o único lugar de encontro possível com a transcendência, porque “ nunca ninguém viu Deus” (João 1, 18). No entanto não sabemos nada do corpo de Jesus. Nenhum tipo de exposição daquilo que o caracterizava, nenhuma marca tampouco que ele tenha querido esconder.  
Se está exposto, é como um corpo esquartejado na cruz. E se está escondido, é enquanto corpo ressuscitado. Irrecuperável como corpo crucificado, demasiado escandaloso para um Deus. Irrecuperável enquanto corpo ressuscitado, demasiado ausente para constituir uma prova de Deus a ser administrada aos não-crentes. Mas não é por isso que o cristianismo é um inimigo dos corpos, como nos foi apresentado durante muito tempo.   
Hoje ainda, o discurso dominante afirma que seria uma religião onde se subjuga o corpo, onde se esquece a corporalidade. 
Com efeito, o que convém trabalhar é o nosso modo de tomar parte na “luta dos corpos” nos nossos dias. 
Nem sublimar nem negligenciar o corpo: reconhecer que é fonte de alegria, de prazer, de vergonha e de sofrimento, reconhecer que o mesmo tem o direito de se esconder e de se expor, sem quaisquer constrangimentos de alguma espécie que não seja a dignidade daquele ou daquela que olha.
Reconhecer por fim que o escândalo maior é o dos corpos martirizados, crucificados, que convém cuidar e tratar. E, talvez, ressuscitar.