Liberdade em causa

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Ter, 01/03/2022 - 15:22


Esta semana fomos surpreendidos com algo que pensávamos que não era possível: uma guerra na Europa. Estaríamos nós preocupados como iriamos voltar à normalidade depois de estabilizar a pandemia. Recuperar a economia e os hábitos de socializar, bem como os afectos que tanta falta nos fazem. Mas não! O Putin já há muito que tinha um plano e agora está a pô-lo em prática. Sim porque ele é um estratega e, portanto, todas estas sanções que o estão a tentar travar já estariam previstas no seu plano. Será este o cenário mais plausível? Ou estará apenas a reagir à expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO)? Se o primeiro cenário se verificar estamos perante más notícias, pode significar que o plano do presidente da Rússia pode representar o fim da paz na Europa. É caso para perguntar, o que o mundo aprendeu com a História? Já existiu na Europa um líder com um plano e com poderio militar e o que aconteceu? Esta eventual tentativa de avanço imperialista, até ver, no território ucraniano, mostra-nos que nada aprendemos com a História. Se for o segundo cenário pode apenas significar que se a Ucrânia não se juntar à NATO pode haver um entendimento, mas por quanto tempo? Esta geração já viveu experiências que cheguem! Depois de uma pandemia, viver uma guerra mundial, não obrigada! Que implicações traz este conflito para Portugal mesmo que não seja uma grande guerra? Esta é a pergunta que deixa as pessoas inseguras. O Conselheiro Político do Presidente da República Portuguesa, Bernardo Pires de Lima, disse, numa entrevista, que devemos ter “alguma preocupação” porque mesmo que não estejamos directamente envolvidos no conflito qualquer guerra afecta os países e os sistemas financeiros. Qualquer acção no terreno tende a agravar os sintomas da economia que já não estavam saudáveis, depois da covid 19, o que acarreta é mais despesa que sai do nosso bolso. Os mercados mundiais aumentarão tudo, como já está a acontecer (ao nível de matérias-primas, logística, etc). Isto para não falar que Portugal assenta a sua economia no turismo e, estando o espaço aéreo condicionado pelo confronto, julgo que não será preciso dizer muito mais… já serão aspectos mais do que negativos. Mas perde-se muito mais, perde-se a humanidade. Tal como disse Albert Einestein “A paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos”. A verdade é que o mundo todo está em guerra, todos os dias morrem inocentes na Síria, Iraque, Afeganistão, Nigéria, Paquistão, Sudão, Somália, República Centro-Africana, Líbia, Israel/Palestina, Iêmen, Congo e por aí fora. É isto que nos mostra que estamos a regredir em vez de evoluir. É absolutamente dramático. Nunca pensei sequer estar a escrever este texto, angustiada pelo futuro incerto desta geração. Vivemos aqui no nosso canto transmontano, mas que a qualquer momento pode estar ameaçado por alguém que quer acabar com a liberdade individual de um povo!