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BRAGANÇA desiste dos Cuidados Intensivos

Ter, 25/10/2005 - 14:51


A Unidade de Cuidados Intermédios (UCI) do Hospital Distrital de Bragança (HDB) vai deixar de ser uma estrutura autónoma, para ser integrada no Serviço de Urgência (SU) daquela unidade de saúde.

A decisão foi tomada, na semana passada, pelo Conselho de Administração (CA) do HDB, que sustenta esta medida na falta médicos. Apesar dos argumentos, a integração da UCI na Urgência é encarada como um “claro retrocesso”.
A UCI começou a funcionar em Fevereiro de 2001, sendo dotada de responsável médico, equipa de enfermagem e auxiliares de acção médica próprios. A direcção do serviço era assegurada pelo médico Ângelo Melo mas, devido à insuficiência de clínicos com formação em Medicina Intensiva, a estrutura apenas foi classificado como Unidade de Cuidados Intermédios pela Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos (SPCI).
Para subir à categoria de Unidade de Cuidados Intensivos, o HDB precisava de contratar um número de médicos que possibilitasse a formação de um quadro especializado, situação que nunca veio a acontecer. “Contrariamente ao aumento do corpo médico que poderia prestar cuidados tão diferenciados, verificou-se, ao invés, uma redução”, refere a comunicação interna que o CA distribuiu para dar conta da integração da UCI no Serviço de Urgência.

Autonomia limitada

No documento a que o Jornal NORDESTE teve acesso, os administradores do HDB reconhecem, mesmo, que a unidade ficou aquém das expectativas. “A UCI passou a ser um local com equipamento técnico bem diferenciado, mas desprovido de elementos médicos nas suas variadas vertentes, indispensáveis para atingir os objectivos que levaram à sua criação”, acrescenta a comunicação interna.
Sendo assim, a UCI passa a integrar o Serviço de Urgência, após quatro anos de funcionamento de forma autónoma, com seis camas disponíveis e capacidade para suporte ventilatório invasivo e monitorização cardio-respiratória contínua.
O CA considera, no entanto, que a autonomia da Unidade de Cuidados Intermédios era algo limitada, devido à falta de médicos especializados.
“Entende a Direcção Técnica deste Conselho de Administração ser preferível a existência de um Serviço de Urgência melhor equipado e dirigido pela mesma equipa do que um Serviço dito autónomo, mas que na prática já é utilizado como um prolongamento natural da mesma Urgência”, acrescenta a comunicação da administração.

“Claro retrocesso”

Pese, embora, o argumento da falta de médicos, a integração da UCI na Urgência é encarada como um “claro retrocesso”, até porque no distrito de Bragança não existe nenhuma estrutura do género a funcionar com autonomia. Acresce que a medida não favorece a evolução da Unidade de Cuidados Intermédios para Unidade de Cuidados Intensivos, que fica “seriamente comprometida” com esta decisão do CA do HDB. “Voltamos à situação de 1999, em que a Unidade de Cuidados Intermédios ficou integrada no Serviço de Urgência, porque não possuía equipa de enfermagem própria”, referiu fonte bem posicionada, que prefere manter o anonimato.
Acresce que, segundo esta mesma fonte, a perda de autonomia da UCI pode não ser bem recebida pela SPCI, até porque a estrutura fica sem responsável médico próprio. É que Ângelo Melo não foi reconduzido no cargo e a direcção da UCI passa para as mãos da directora do SU, Liseta Gomes. “Os Cuidados Intermédios são classificados em níveis I e II. Bragança está no nível II, mas pode descer para o I se as equipas de enfermagem da UCI forem desmanteladas, pois já está sem director de serviço próprio”, alega esta fonte.
No distrito de Vila Real a situação é bem diferente. Além duma Unidade de Cuidados Intensivos, o Hospital de S. Pedro dispõe, ainda, de mais duas UCI´s: uma destinada aos
doentes Coronários e outra na área da Neonatologia.