Ter, 07/09/2010 - 10:35
A população de Zoio, no concelho de Bragança, não concorda com o encerramento da Escola Básica da freguesia. Mesmo quem não tem filhos em idade escolar acredita que encerrar o estabelecimento é uma perda irreparável para a localidade.
A escola tinha seis alunos matriculados no Ensino Básico e quatro no ensino pré-primário, mas a partir deste ano lectivo as crianças vão ser todas transferidas para o centro escolar de Rebordãos, que sofreu obras de adaptação e remodelação de vulto, inauguradas no início deste ano, de modo a ficar apto para receber alunos de várias aldeias. Os estudantes vão ser transportados de autocarro. O centro escolar está equipado com cantina, sala de informática e recinto para a prática de desporto.
Os pais dos alunos da escola do Zoio reuniram-se, na passada quarta-feira, 1 de Setembro, com o presidente da Câmara de Bragança, Jorge Nunes, com o propósito de solicitar que a instituição de ensino da aldeia se mantivesse em funcionamento.
Segundo os encarregados de educação, a resposta da autarquia foi negativa. “Foi-nos dito que tentaram manter a escola aberta, mas não foi possível travar o fecho”, explicou a mãe de um dos alunos.
Encarregados de Educação do Zoio preferiam que as crianças fossem transferidas para Bragança
Na aldeia existe uma comunidade de etnia cigana bem integrada e são estas crianças a maior parte dos estudantes matriculados na EB de Zoio. Lídia é mãe de cinco filhos, um deles, com 8 anos, está inscrito no Ensino Básico, e outro, de 4 anos, no pré-primário. Ninguém consegue meter na cabeça desta mãe que a transferência das crianças para Rebordãos é positiva em termos pedagógicos. “Aqui estavam muito bem, perto de casa, davam-lhe de comer na escola. Depois não sei como será”, lamentou Lídia. Para já ainda não decidiu se deixa os filhos ir para a outra aldeia. “É muito longe e têm de se levantar cedo e ir de autocarro”, acrescentou.
Maria da Conceição tem três filhos no Ensino Básico, a mudança para Rebordãos está a dar-lhe grandes dores de cabeça, porque ficará “em cuidados, sem saber o que se passa com eles todo o dia”, garantiu.
O mais provável é que os filhos de Maria da Conceição fiquem em casa e desistam da escola se tiverem de ir para o centro escolar de Rebordãos. “Se têm de sair daqui do Zoio então mais valia que fossem para Bragança, pelo menos lá há mais coisas. Já que têm de fazer a viagem”, afirmou.
Glória Lopes