Ter, 12/08/2014 - 10:21
O presidente da Junta de Agricultores de Gostei, responsável pela gestão da barragem da Castanheira, em Bragança, alerta que esta albufeira foi construída para regadio e não tem segurança para os banhistas que a frequentam.
Depois do acidente que ocorreu há três semanas em que um jovem ficou submerso e que acabou por falecer, dezenas de banhistas continuam a frequentar o local diariamente.
João Fernandes garante que o local já esteve sinalizado, mas há frequentemente actos de vandalismo na zona, que destroem a sinalética e infra-estruturas de protecção. O responsável diz que os agricultores não podem responsabilizar-se por acidentes que possam acontecer naquele local.
“Já colocámos lá placas e uma corrente para os carros não passarem, mas foi tudo destruído. Os edifícios que estão junto à barragem também foram completamente vandalizados. Nós enquanto agricultores não podemos ter lá um vigilante, é uma associação sem fins lucrativos. Eu próprio faço a gestão da água a título gratuito há 20 anos”, salienta o responsável.
Todos os dias há banhistas, sobretudo os mais jovens que nadam até à torre de controlo da comporta, utilizando-a como prancha de mergulho. João Fernandes garante que a torre já esteve vedada e com sinalização a proibir a subida à infraestrutura, mas os banhistas não respeitaram e continuam a utilizá-la. “Eu tenho receio porque a torre no meio tem uma grade e qualquer dia há a infelicidade de cair alguém pelo interior da torre. Houve uma altura em que se pôs lá uma placa a proibir a subida à torre e até tinha uma porta com um aloquete e rede à volta da varanda, mas destruíram tudo”, conta João Fernandes.
Apesar de ter sido construída para regadio das freguesias de Gostei, Nogueira, Castro de Avelãs e Samil, dezenas de pessoas insistem em ir a banhos diariamente neste local.
Quem mora em Bragança diz que fica mais em conta do que ir para as piscinas e que é uma alternativa à albufeira do Azibo, em Macedo de Cavaleiros.
“Não vamos daqui para Macedo, ficamos aqui que é mais perto para estarmos uma hora ou duas ao sol”, afirma Aurinda Afonso.