Qui, 23/04/2020 - 13:48
O Ministério do Ambiente anunciou que vai investir 75 milhões de euros para reabilitar leitos e margens de rios de todo o país, tal como aconteceu aos cursos de água das regiões que foram afectadas pelos incêndios de 2017. Porém, o rio Pepim, situado na aldeia de Aveleda, concelho de Bragança, não está incluído na lista de rios que vão ser reabilitados. Em Setembro do ano passado o Jornal Nordeste já tinha noticiado que este afluente do Rio Sabor se encontrava poluído e assoreado, causando constrangimentos à população no Inverno, porque o leito do rio subia e inundava parte da aldeia. Este é um problema que se tem vindo arrastar há dez anos e que Mário Gomes, presidente da União de Freguesias da Aveleda e Rio de Onor, não entende o motivo pelo qual este curso de água não será reabilitado, tendo em conta que se encontra numa área protegida, o Parque Natural de Montesinho. “É difícil de perceber, até porque o assunto é do conhecimento da APA e do ICNF. Estamos a falar de um rio assoreado e, provavelmente, contaminado com metais pesados dentro de uma área protegida, sem que ninguém faça absolutamente nada”, criticou o presidente da União de Freguesias, salientando que a situação “piora” a cada Inverno. Também no início deste ano este jornal noticiou que a Agência Portuguesa do Ambiente financiou com 56 mil euros a remoção de areias no açude da aldeia. No entanto, esta intervenção só começará em Agosto e apenas abrange 500 metros de cada margem do rio, num total de 14 Km. Na altura, Mário Gomes referiu que o problema de assoreamento está relacionado com as minas do Portelo e que, por isso, dever resolvido a montante do rio, caso contrário o problema só fica solucionado temporariamente. Agora o presidente volta a frisar que “o valor é irrisório para o problema” e explicou ainda que, em breve, se não for resolvido, o assoreamento chegará ao leito do rio Sabor. No concelho de Ministros que aconteceu em Bragança, no mês de Fevereiro, foi entregue ao secretário de Estado do Ambiente um dossiê sobre o estado do rio. “O dossiê está na APA, no Ministério do Ambiente e no ICNF, é do conhecimento de todas estas entidades, portanto se não o incluíram terão alguma razão que não entendemos muito bem”, concluiu.