Ter, 13/10/2020 - 12:34
No Norte, nos órgãos autárquicos onde está representada, a coligação vai assumir uma posição de distanciamento das eleições para as CCDR, porque entende que o processo não é verdadeiramente democrático. “Não apoiamos essas eleições porque achamos que elas de democrático só têm o momento em que colocamos o voto na urna. As CCDR já há muito tempo que foram constituídas como uma forma de substituição ou de adiar a regionalização e nunca deram uma resposta objectiva às preocupações locais das populações”, frisa Fátima Bento, eleita pela CDU na Assembleia Municipal de Bragança. Os representantes do PCP e do PEV levantam dúvidas também em relação ao processo eleitoral por “haver pouca clareza” e porque, no caso da CCDR Norte, só haver uma lista. “Não eram, não são nem vão passar a ser uma organização eleita democraticamente, porque a lista que está para votação já está escolhida”, acrescentou ainda. A CDU argumenta ainda que a eleição devia ser feita não pelos representantes municipais, mas directamente pela população. “Nada contribui para que se torne um organismo eleito democraticamente, porque devia ser eleito directamente pelas populações, que é isso que a regionalização prevê”, afirma. Fátima Bento realçou que este tipo de organização e o adiamento da regionalização é particularmente grave, tendo em conta que se avizinha um período em que será necessário utilizar avultados fundos comunitários para dar resposta às necessidades das diferentes regiões do país. “De que forma é que as CCDR têm dado resposta aos problemas locais? Como foram auscultadas as pessoas? Vieram aqui para perceber as dificuldades?”, questiona Fátima Bento, que conclui que a entidade “acaba por decidir os investimentos e a vida das populações sem elas serem envolvidas nesse processo” e que sem isso “não há coesão territorial”. O conjunto de todos os eleitos municipais, incluindo os presidentes de junta, têm direito de voto para escolher o presidente de cada uma das CCDR. Um vice-presidente será designado pelos presidentes de câmaras municipais, e o outro vice-presidente será indicado pelo Governo. As votações para as CCDR decorre esta terça-feira, dia 13, pela primeira vez