A7 para desencravar o Nordeste

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Ter, 08/08/2006 - 14:50


Com a abertura do troço da A24 entre Vila Real e Chaves, o distrito de Bragança fica “isolado”. Esta é a visão do presidente da Câmara Municipal de Vinhais, Américo Pereira, que defende o prolongamento da A7 entre Chaves e Bragança, como uma via fundamental para desencravar a região.

Recorde-se que a A7 liga Vila do Conde a Vila Pouca de Aguiar e entronca com a A24 nesta localidade do Alto Tâmega.
Por isso, o edil considera que o poder autárquico do distrito devia unir esforços para que esta ligação se torne realidade, uma vez que, até 2012, data prevista para a conclusão da A4 até Quintanilha, o distrito de Bragança não é local de passagem.
O presidente da Câmara Municipal de Bragança, Jorge Nunes, tem uma visão diferente do mapa rodoviário para o distrito. Questionado sobre a importância da construção de um troço de auto-estrada entre Chaves e Bragança, o edil afirma que esta ligação faz sentido, mas só depois dos troços fundamentais estarem concretizados.
Em matéria de acessibilidades, Jorge Nunes realça que a A4 é o corredor rodoviário fundamental, visto que vai ligar o Norte de Portugal à Europa, através da fronteira de Irún (Espanha).
A concretização das melhorias na ligação à Puebla de Sanábria, da construção do IC5 e IP2 são, igualmente, vias que o edil considera prioritárias para o Nordeste Transmontano.
As opiniões dos autarcas transmontanos também divergem no que toca à concepção de uma Plataforma Logística no distrito de Bragança.
Enquanto Américo Pereira afirma que a construção deste equipamento no Nordeste Transmontano deixou de fazer sentido com a recente inaugurada Plataforma Transfronteiriça do Vale do Tâmega, Jorge Nunes considera aceitável que as principais fronteiras terrestres do País disponham de Plataformas Logísticas.

Bragança longe da
actividade económica

No entanto, na óptica do edil bragançano, a concepção de uma Plataforma Logística no distrito de Bragança depende da concretização do calendário rodoviário anunciado pelo Governo para o Nordeste Transmontano.
Essa é a justificação de Jorge Nunes para o facto do distrito de Bragança ter ficado excluído do projecto “Portugal Logístico”.
Apesar da cidade de Chaves ser pioneira na construção de uma Plataforma Logística Transfronteiriça, inaugurada no passado dia 15 de Julho, o edil bragançano considera viável a concretização de um projecto semelhante no Nordeste Transmontano, com um conceito adaptado às necessidades dos espaços de proximidade.
Além disso, lembra que a escolha de Chaves para a instalação desta infra-estrutura foi feita pelo Governo, visto que o anúncio da construção da auto-estrada até à fronteira de Chaves e da Plataforma Logística foi feita, em 1998, pelo então primeiro-ministro António Guterres.
O Parque Empresarial de Chaves integra a Plataforma Logística, o mercado abastecedor, o parque industrial, o edifício Inditrans, bem como o futuro Centro Coordenador de Transportes. Trata-se de uma vasta área empresarial que vai servir áreas industriais do Norte do País, bem como do lado de lá da fronteira.

Desenvolvimento económico
estagnado

“Enquanto Chaves tem uma grande proximidade com zonas industriais muito fortes, como é o caso de Braga e Guimarães, onde há operadores industriais que podem beneficiar de um espaço próximo a preços mais acessíveis, Bragança está muito afastada de cidades economicamente activas”, salientou Jorge Nunes.
Por isso, a ideia do edil bragançano passa pela criação de uma Plataforma Logística com um sistema multi-modal de transportes para bens e pessoas.
Trata-se de um equipamento para satisfazer o aumento do fluxo de mercadorias e de passageiros, sendo um complemento à actividade turística, bem como um impulso ao desenvolvimento da indústria do ambiente.
No entanto, é uma ideia que só ganhará sustentabilidade a médio prazo, após a concretização do calendário rodoviário, que contempla prazos bastante longos, como por exemplo a conclusão da A4 em 2012.
Jorge Nunes refere que, com as melhoria dos acessos à Puebla de Sanábria (onde acredita que vai parar o comboio de alta velocidade espanhol), com a construção da A4 e com a evolução do aeródromo para aeroporto regional, estão reunidas as condições necessárias para que Bragança seja dotada de uma Plataforma Logística.