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CAP quer apoios para agricultores enfrentarem dificuldades no sector

Ter, 05/04/2022 - 11:39


Alguns viticultores já estão a suspender projectos porque o apoio comunitário não compensa os custos

A seca, ainda não ultrapassada, e a guerra, que elevou o preço dos combustíveis e dos fertilizantes, têm aumentado os custos de produção da agricultura, o que deve levar ao aumento dos preços de alimentos e produtos agrícolas. “Todo o processo de produção que está relacionada com a utilização de combustíveis, para as máquinas e a rega, ao preço a que estão, é incomportável e isto vai recair no aumento dos custos de qualquer empresa agrícola e todos os produtos se vão ressentir”, assegura Mário Abreu Lima, vice-presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP). O responsável afirma que há mesmo produtores que “ponderam reduzir grande parte do esforço de produção”, por não terem capacidade financeira para aguentar os gastos. “São poucas as casas fornecedoras de produtos agrícolas, como fitofármacos, que dão crédito, os agricultores que não têm capacidade de tesouraria para fazer face a esta despesa não podem manter o grau de produção que tinham anteriormente”, garante. Dando como exemplo o programa de investimento Vitis, afirma que no Douro alguns produtores suspenderam os projectos de remodelação das vinhas “porque os agricultores que concorreram ao investimento acabam por não ter possibilidade de o fazer tendo em conta o aumento brutal do preço do ferro, arames, produtos fitofármacos, dos custos da hora/ máquina, não têm possibilidade de lhe fazer face”, o que é agravado com o facto de os apoios comunitários, nesta área, terem sido reduzidos o ano passado. “Deixa de haver qualquer incentivo interessante para fazer uma restruturação agrícola dentro da sua exploração” nesta área, considera. Para a CAP, o sector precisa de apoios para ultrapassar as dificuldades. “É fundamental que o governo acompanhe pelo menos o esforço que foi feito e já publicado por outros países da comunidade europeia, como aconteceu com os nossos vizinhos espanhóis que baixaram os combustíveis em cerca de 20 cêntimos/litro. Já pedimos e creio que já foi concedido pela Comissão Europeia um avanço relativamente às ajudas directas, que pode ajudar a tesouraria dos agricultores, mas isso é um remedeio, não resolve”, afirmou. Uma das medidas já tomadas permite que as terras em pousio obrigatório no período entre Fevereiro e Julho possam ser cultivadas ou pastoreadas sem que os agricultores sofram penalizações. Para Mário Abreu Lima, “vem melhorar a parte de pasto para gado em zonas que estão de pousio e poderem ser plantadas aí forragens para suprir as insuficiências que existem”, mas considera que na região “o impacto é relativo”.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro